Em um desses momentos de capricho, para aplacar a tormenta que há dias toma conta da minha alma, decidi que deveria ler algo que me trouxesse boa recordação. Algo com um fino trato de romancismo que há muito não me contagia. Em meio a lembranças de muitos livros, recordei um romance que me fora recomendado por um professor de literatura, quando tinha 15 anos. Infelizmente, e isso dói de uma forma contundente, o professor que sugeriu o livro não se faz mais presente.
A obra de José de Alencar, Lucíola, é o livro em questão. Não recordava mais as minúcias da história, apenas da sensação que me causaram aquelas linhas. Algo que de tão forte e apaixonante nos desconcerta. E não sou de escrever palavras assim aqui. Já não importa! Preciso desabafar o que estou sentindo. E, para mim, não existe caminho melhor do que a escrita.
A história se passa no Rio de Janeiro da corte, em ruas que até hoje frequentamos, como a do Ouvidor. Não pretendo fazer resumo da escrita. Apenas compartilharei o que me toca, um trecho das últimas páginas:
"Oh! Agora posso te confessar sem receio. Nesta hora não se mente. Eu te amei desde o momento em que te vi! Eu te amei por séculos nesses poucos dias que passamos juntos na terra. Agora que a minha vida se conta por instantes, amo-te em cada momento por uma existência inteira. Amo-te ao mesmo tempo com todas as afeições que se pode ter nesse mundo. Vou te amar enfim por toda a eternidade."
Essas foram as últimas palavras de Lúcia a Paulo. Soltas da forma que aparecem aqui não carregam a tristeza e a comoção do que viveram. E quer saber como funciona minha vida? Da mesma forma, com muita paixão a tudo o que faço. Porque, não consigo, nem por um segundo, me entregar a algo que não seja por amor.
Porque, eu amei tantas coisas que já não existem mais. O carinho que sentia por meu pai, as campanhas eleitorais do meu tio, a sala de projeção daquele cinema, tudo o que fiz do fundo do meu coração para aquela convenção. E tudo isso dói tanto. De certa forma, já estou acostumado a ter tudo o que amo arrancado de forma covarde. É por isso, que às vezes me calo e desapareço.
E mesmo quando preciso conversar para desabafar, nunca encontro as pessoas. Elas não se fazem presentes nesses momentos. Acho que sou como a triste frase de Camille Claudel: "Há sempre algo de ausente que me atormenta". Não consigo mais amar sem que exista uma dor forte e pungente.
Estou exausto. Cansado de sofrer por tantas coisas, de não encontrar razão para tantas outras. É como o choro disfarçado do Chico quando diz em voz abalada: "Eu queria que ele (Tom Jobim) estivesse aqui. Queria sentar com ele e conversar.". Nunca vi olhos tão tristes e saudosos. Essa imagem não sai da minha cabeça, ressurge a todo instante.
Aos amigos,
a ausência,
Marcos André Ceciliano
quinta-feira, dezembro 06, 2007
quinta-feira, novembro 29, 2007
Google, a gigante de energia?
Há muito me pergunto sobre algo: por que a Google está entrando no mercado de energia alternativa? A empresa planeja gastar bilhões de dólares tentando desenvolver combustíveis “verdes”. Parte do dinheiro será doado por apoiadores filantrópicos, mas, o bruto sairá dos cofres da gigante em tecnologia. Não é de se espantar o interesse no negócio, afinal, energia alternativa está em alta.
Mas, sinceramente, esse tipo de empreendimento não faz parte do modelo proposto pela empresa. Em Wall Street, muitos analistas dizem que os investidores estão assustados com essa tomada de decisões do corpo diretor da Google. Não sabem o que esperar dos resultados.
Há algumas décadas, os grandes negócios eram feitos com a incorporação de uma dúzia de pequenas empresas. Executivos com capacidade gerencial e organizacional aumentavam o lucro do conjunto e reduziam os riscos individuais através da diversificação do portfólio. Hoje, é comprovado que essa formula não funciona mais. Muitos conglomerados foram dissolvidos, com raras exceções. Então, a pergunta que não quer calar é: a Google está cometendo o mesmo erro? Não completamente.
Talvez, o uso de muita energia para manter seus servidores operantes, tenha lhe conferido certa experiência na parte de engenharia elétrica. Mas, desenvolver combustíveis “verdes” abrange muitos outros campos: química, física e outros tipos de engenharia. A empresa diz que contratará pessoas para realizarem esse trabalho. Ainda assim, devo perguntar: esse novo mercado aumentará a rentabilidade da empresa? Ou a Google está procurando o mesmo que outras grandes empresas, que melhoram sua imagem pública patrocinando museus de arte e apresentações de ballet?
Não podemos negar que as acusões do governo Chinês abalaram a imagem da corporação. Talvez, seja essa a forma de se redimir: mostrar um pouco de compaixão por algum problema grave do planeta. Parece que a área de energia foi a escolhida.
Aos amigos,
Antonio Carlos Jobim,
Marcos André Ceciliano
Mas, sinceramente, esse tipo de empreendimento não faz parte do modelo proposto pela empresa. Em Wall Street, muitos analistas dizem que os investidores estão assustados com essa tomada de decisões do corpo diretor da Google. Não sabem o que esperar dos resultados.
Há algumas décadas, os grandes negócios eram feitos com a incorporação de uma dúzia de pequenas empresas. Executivos com capacidade gerencial e organizacional aumentavam o lucro do conjunto e reduziam os riscos individuais através da diversificação do portfólio. Hoje, é comprovado que essa formula não funciona mais. Muitos conglomerados foram dissolvidos, com raras exceções. Então, a pergunta que não quer calar é: a Google está cometendo o mesmo erro? Não completamente.
Talvez, o uso de muita energia para manter seus servidores operantes, tenha lhe conferido certa experiência na parte de engenharia elétrica. Mas, desenvolver combustíveis “verdes” abrange muitos outros campos: química, física e outros tipos de engenharia. A empresa diz que contratará pessoas para realizarem esse trabalho. Ainda assim, devo perguntar: esse novo mercado aumentará a rentabilidade da empresa? Ou a Google está procurando o mesmo que outras grandes empresas, que melhoram sua imagem pública patrocinando museus de arte e apresentações de ballet?
Não podemos negar que as acusões do governo Chinês abalaram a imagem da corporação. Talvez, seja essa a forma de se redimir: mostrar um pouco de compaixão por algum problema grave do planeta. Parece que a área de energia foi a escolhida.
Aos amigos,
Antonio Carlos Jobim,
Marcos André Ceciliano
terça-feira, novembro 13, 2007
Daniel Dantas, Flamengo e Selic.
Na Itália...
Na semana passada, duas revistas italianas (Panorama e L’Espresso) publicaram artigos sobre a operação de espionagem montada pela Telecom Italia durante a gestão de Marco Tronchetti Provera. Segundo elas, o esquema chegou ao Brasil através da cúpula italiana.
De certa forma, a notícia é bombástica. Se comprovada, mudará a condição do banqueiro Daniel Dantas, que passará a ser a vítima do caso. Incrível, não? Mas, há algo muito estranho nisso tudo: qual foi a motivação para ressuscitar o caso após tanto tempo?
Na semana anterior, VEJA e Estadão já haviam tocado no assunto. Agora, temos esses dois periódicos italianos. Há algo novo no caso ou temos alguém jogando com a imprensa para favorecer o banqueiro? Essa é a pergunta que não quer calar dessa semana.
No Rio de Janeiro...
Sérgio Cabral é genial. Anunciou hoje que vai mandar confeccionar uma taça do penta para o Flamengo, que será entregue no próximo jogo do clube no Maracanã.
Essa atitude do governador irá apimentar ainda mais a dicussão sobre o primeiro penta brasileiro. Preciso admitir que o político vascaíno é audaz: decidiu bater de frente com a CBF para ganhar a maior torcida de seu estado. Nada mais justo!
Taxa Selic...
Estou preocupado com a postura do Copom para com a taxa selic. Estão se utilizando da tese de um PIB potencial em 4% para justificar a interrupção de quedas. Segundo analistas, nos últimos meses, nossa economia tem ultrapassado o marco referido.
Quando estudei os ciclos de negócios, aprendi que diminuir as oscilações sobre o produto potencial aumentava a eficiência da economia e evitava grandes períodos recessivos. Um dos modelos mais utilizados nesse sentido foi a curva de Phillips. Friedman sempre foi contra esse artifício e pode tripudiar contra o mesmo quando ocorreu o primeiro choque do petróleo, em 1973. A partir desse momento, a curva deixou de ser válida, já que não mais retratava a realidade da economia americana.
Um dos agravantes para a situação atual é a opinião errônea de alguns analistas do mercado. Estão vendendo a teoria de que os problemas no fornecimento de gás e o alto preço do barril de petróleo são suficientes para justificar o fim das quedas, e até mesmo um aumento na taxa selic. Sinceramente, isso é besteira e só gera instabilidade econômica.
A inflação está controlada e a descoberta do poço Tupi derruba essa teoria falha sobre PIB potencial. Não temos que temer um "excessivo crescimento do PIB". Precisamos de investimentos em áreas estratégicas, para atingirmos um crescimento sustentável.
Aos amigos,
a cabeçada de Souza,
Marcos André Ceciliano
Na semana passada, duas revistas italianas (Panorama e L’Espresso) publicaram artigos sobre a operação de espionagem montada pela Telecom Italia durante a gestão de Marco Tronchetti Provera. Segundo elas, o esquema chegou ao Brasil através da cúpula italiana.
De certa forma, a notícia é bombástica. Se comprovada, mudará a condição do banqueiro Daniel Dantas, que passará a ser a vítima do caso. Incrível, não? Mas, há algo muito estranho nisso tudo: qual foi a motivação para ressuscitar o caso após tanto tempo?
Na semana anterior, VEJA e Estadão já haviam tocado no assunto. Agora, temos esses dois periódicos italianos. Há algo novo no caso ou temos alguém jogando com a imprensa para favorecer o banqueiro? Essa é a pergunta que não quer calar dessa semana.
No Rio de Janeiro...
Sérgio Cabral é genial. Anunciou hoje que vai mandar confeccionar uma taça do penta para o Flamengo, que será entregue no próximo jogo do clube no Maracanã.
Essa atitude do governador irá apimentar ainda mais a dicussão sobre o primeiro penta brasileiro. Preciso admitir que o político vascaíno é audaz: decidiu bater de frente com a CBF para ganhar a maior torcida de seu estado. Nada mais justo!
Taxa Selic...
Estou preocupado com a postura do Copom para com a taxa selic. Estão se utilizando da tese de um PIB potencial em 4% para justificar a interrupção de quedas. Segundo analistas, nos últimos meses, nossa economia tem ultrapassado o marco referido.
Quando estudei os ciclos de negócios, aprendi que diminuir as oscilações sobre o produto potencial aumentava a eficiência da economia e evitava grandes períodos recessivos. Um dos modelos mais utilizados nesse sentido foi a curva de Phillips. Friedman sempre foi contra esse artifício e pode tripudiar contra o mesmo quando ocorreu o primeiro choque do petróleo, em 1973. A partir desse momento, a curva deixou de ser válida, já que não mais retratava a realidade da economia americana.
Um dos agravantes para a situação atual é a opinião errônea de alguns analistas do mercado. Estão vendendo a teoria de que os problemas no fornecimento de gás e o alto preço do barril de petróleo são suficientes para justificar o fim das quedas, e até mesmo um aumento na taxa selic. Sinceramente, isso é besteira e só gera instabilidade econômica.
A inflação está controlada e a descoberta do poço Tupi derruba essa teoria falha sobre PIB potencial. Não temos que temer um "excessivo crescimento do PIB". Precisamos de investimentos em áreas estratégicas, para atingirmos um crescimento sustentável.
Aos amigos,
a cabeçada de Souza,
Marcos André Ceciliano
quinta-feira, novembro 01, 2007
A podre justiça dos Emirados Árabes...
Acabo de ler uma notícia chocante na edição de hoje do The New York Times. Algo que nos faz refletir sobre as constituições e códigos penais dos países que compõem o Oriente Médio.
Alexandre Robert, um francês de 15 anos, passava um verão tranquilo em um paraíso turístico do Golfo Pérsico, quando algo abominável aconteceu.
Era dia da bastilha, Alex e um amigo escolheram uma praia para passar o dia. Após o pôr-do-sol, ele estava a caminho de um jantar, onde encontraria seu pai. Foi quando encontrou um nativo de 17 anos, que lhe ofereceu carona. No carro, segundo o nativo, estavam dois primos.
Existiam, de fato, dois homens no carro, um de 35 e outro de 18 anos. Alex percebeu algo estranho quando viu que o levavam por um atalho escuro no deserto, perto de uma usina de energia. Roubaram seu telefone, e colocaram uma faca em seu pescoço, o ameaçaram dizendo que matariam sua família se ele contasse algo do que iria acontecer.
Em seguida, retiraram sua calça e o sodomizaram, no banco de trás do carro. Após todo o ato, o deixaram em frente a um hotel de luxo em Dubai.
Infelizmente, Alex e sua família aprenderam que o status de mundo Árabe desenvolvido, moderno e sadio, esconde um sistema criminal que discrimina homossexuais e estrangeiros.
As autoridades desencorajaram Alex a registrar queixa, disseram os diplomatas franceses. Pior, ainda levantaram a possibilidade de apresentar acusações contra ele por atividade homossexual. O mais grave é que não avisaram seus pais sobre a condição de HIV positivo de um dos criminosos. O exame foi feito quando ele estava na cadeia.
“Tentaram abafar a história”, disse Alex por telefone, da Suíça. O rapaz ainda teme ter de cumprir pena por atividade homossexual. “Eles dizem que construíram as maiores torres, que tem os melhores hotéis. Mas, eles escondem a realidade. Eles não querem que o mundo saiba que ainda vivem na idade média.”
Alex e seus país disseram que decidiram tornar a história pública com a esperança de que as autoridades fossem pressionadas a processar os acusados.
A lei dos Emirados Árabes Unidos não reconhece o estupro de homens, apenas um crime chamado "homossexualidade forçada". Os dois adultos acusados se apresentaram como inocentes, embora exames tenham comprovado a existência de esperma dos três em Alex. Eles irão a julgamento em 7 de novembro. Entretanto, de acordo com a justiça daquele país, a sentença para esse tipo de crime não ultrapassa 2 anos.
Até quando permitiremos que sociedades assim perpetuem sistemas discriminatórios e retrógrados? Essa é a pergunta que reside.
Aos amigos,
a comune di Paola,
Marcos André Ceciliano
Alexandre Robert, um francês de 15 anos, passava um verão tranquilo em um paraíso turístico do Golfo Pérsico, quando algo abominável aconteceu.
Era dia da bastilha, Alex e um amigo escolheram uma praia para passar o dia. Após o pôr-do-sol, ele estava a caminho de um jantar, onde encontraria seu pai. Foi quando encontrou um nativo de 17 anos, que lhe ofereceu carona. No carro, segundo o nativo, estavam dois primos.
Existiam, de fato, dois homens no carro, um de 35 e outro de 18 anos. Alex percebeu algo estranho quando viu que o levavam por um atalho escuro no deserto, perto de uma usina de energia. Roubaram seu telefone, e colocaram uma faca em seu pescoço, o ameaçaram dizendo que matariam sua família se ele contasse algo do que iria acontecer.
Em seguida, retiraram sua calça e o sodomizaram, no banco de trás do carro. Após todo o ato, o deixaram em frente a um hotel de luxo em Dubai.
Infelizmente, Alex e sua família aprenderam que o status de mundo Árabe desenvolvido, moderno e sadio, esconde um sistema criminal que discrimina homossexuais e estrangeiros.
As autoridades desencorajaram Alex a registrar queixa, disseram os diplomatas franceses. Pior, ainda levantaram a possibilidade de apresentar acusações contra ele por atividade homossexual. O mais grave é que não avisaram seus pais sobre a condição de HIV positivo de um dos criminosos. O exame foi feito quando ele estava na cadeia.
“Tentaram abafar a história”, disse Alex por telefone, da Suíça. O rapaz ainda teme ter de cumprir pena por atividade homossexual. “Eles dizem que construíram as maiores torres, que tem os melhores hotéis. Mas, eles escondem a realidade. Eles não querem que o mundo saiba que ainda vivem na idade média.”
Alex e seus país disseram que decidiram tornar a história pública com a esperança de que as autoridades fossem pressionadas a processar os acusados.
A lei dos Emirados Árabes Unidos não reconhece o estupro de homens, apenas um crime chamado "homossexualidade forçada". Os dois adultos acusados se apresentaram como inocentes, embora exames tenham comprovado a existência de esperma dos três em Alex. Eles irão a julgamento em 7 de novembro. Entretanto, de acordo com a justiça daquele país, a sentença para esse tipo de crime não ultrapassa 2 anos.
Até quando permitiremos que sociedades assim perpetuem sistemas discriminatórios e retrógrados? Essa é a pergunta que reside.
Aos amigos,
a comune di Paola,
Marcos André Ceciliano
segunda-feira, outubro 22, 2007
Muito além de Rangum...
Quando tinha 15 anos, assisti a um filme que mudou o meu conceito sobre a Ásia. Beyond Rangoon, de John Boorman, contava a história de uma turista americana que viajou para a Birmânia (hoje Myanmar) e presenciou uma das mais brutais ações de repressão a um movimento pacífico, comandada pelo general Ne Win.
O filme é extraordinário. Uma das cenas mais marcantes é a de uma manifestação liderada por Aung San Suu Kyi. Lembro que, na época, fiquei fascinado pelo assunto. Passei duas semanas na biblioteca da UFRRJ procurando informações sobre o caso. Descobri que a líder daquele protesto era a filha de Aung San, herói nacional da independência da Birmânia, assassinado quando ela tinha apenas dois anos.
Em 1988, período abordado pelo filme, Aung San Suu Kyi retornou a Rangoon. Sua chegada coincidiu com o início de manifestações populares contra a repressão política imposta pelo regime militar. Em pouco tempo, tornou-se líder do movimento.
A Liga Nacional para a Democracia, partido organizado por Suu Kyi, venceu as eleições de 1990. Conseguiu 392 dos 489 assentos da Assembléia Popular. Entretanto, os deputados não chegaram a assumir. Os militares anularam o resultado da eleição e Aung San Suu Kyi foi presa.
Em 1991, ela recebeu o Nobel da paz. Não foi à cerimônia de entrega porque se encontrava em prisão domiciliar, que até hoje não foi revogada. Em 1993, a Junta Militar instituiu uma assembléia constituinte. Por mais absurdo que pareça, não finalizaram o texto da nova constituição até agora. Essa foi a forma que encontraram para não realizar novas eleições.
Por que tudo isso agora? Simples! Há três semanas, monges budistas iniciaram protestos contra a degradação econômica e a falta de democracia em Myanmar. Foram brutalmente reprimidos. Essa triste cena que acompanhei pelo noticiário internacional lembrou-me da importância da retomada do processo democrático em Myanmar, da luta de Aung San Suu Kyi.
Por essa razão, decidi me inscrever como voluntário no programa de refugiados da ONU, solicitando participação no conflito de Myanmar. Preenchi o formulário no site da UNHCR (United Nations High Commissioner for Refugees). Espero ser selecionado e enviado para a área de conflito.
Existe uma motivação a mais para esse engajamento: a ONU enviou o Brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, representante especial para o estudo de violência contra a criança no mundo, para acompanhar o caso.
Aos amigos,
Beyond Rangoon,
Marcos André Ceciliano
O filme é extraordinário. Uma das cenas mais marcantes é a de uma manifestação liderada por Aung San Suu Kyi. Lembro que, na época, fiquei fascinado pelo assunto. Passei duas semanas na biblioteca da UFRRJ procurando informações sobre o caso. Descobri que a líder daquele protesto era a filha de Aung San, herói nacional da independência da Birmânia, assassinado quando ela tinha apenas dois anos.
Em 1988, período abordado pelo filme, Aung San Suu Kyi retornou a Rangoon. Sua chegada coincidiu com o início de manifestações populares contra a repressão política imposta pelo regime militar. Em pouco tempo, tornou-se líder do movimento.
A Liga Nacional para a Democracia, partido organizado por Suu Kyi, venceu as eleições de 1990. Conseguiu 392 dos 489 assentos da Assembléia Popular. Entretanto, os deputados não chegaram a assumir. Os militares anularam o resultado da eleição e Aung San Suu Kyi foi presa.
Em 1991, ela recebeu o Nobel da paz. Não foi à cerimônia de entrega porque se encontrava em prisão domiciliar, que até hoje não foi revogada. Em 1993, a Junta Militar instituiu uma assembléia constituinte. Por mais absurdo que pareça, não finalizaram o texto da nova constituição até agora. Essa foi a forma que encontraram para não realizar novas eleições.
Por que tudo isso agora? Simples! Há três semanas, monges budistas iniciaram protestos contra a degradação econômica e a falta de democracia em Myanmar. Foram brutalmente reprimidos. Essa triste cena que acompanhei pelo noticiário internacional lembrou-me da importância da retomada do processo democrático em Myanmar, da luta de Aung San Suu Kyi.
Por essa razão, decidi me inscrever como voluntário no programa de refugiados da ONU, solicitando participação no conflito de Myanmar. Preenchi o formulário no site da UNHCR (United Nations High Commissioner for Refugees). Espero ser selecionado e enviado para a área de conflito.
Existe uma motivação a mais para esse engajamento: a ONU enviou o Brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, representante especial para o estudo de violência contra a criança no mundo, para acompanhar o caso.
Aos amigos,
Beyond Rangoon,
Marcos André Ceciliano
quarta-feira, outubro 17, 2007
Termelétrica Paracambi...
Antes de iniciar o artigo, gostaria de agradecer a todos os amigos que lembraram do meu aniversário na segunda-feira. Muitas foram as ligações e as mensagens no orkut. Muito obrigado pelo carinho!
Ontem, 16/10/2007, aconteceu o 5º leilão de energia nova, organizado pela câmara de comercialização de energia elétrica. O critério de menor tarifa foi adotado no processo, ou seja, os vencedores do leilão foram aqueles que ofertaram energia elétrica pelo menor preço por Mega-Watt hora para atendimento da demanda prevista pelas Distribuidoras.
Esse leilão era muito importante para o município de Paracambi, já que a EDF Light era uma das empresas participantes. O grupo francês esperava arrematar uma parcela de MWh suficiente para viabilizar a construção de uma termelétrica na cidade. Infelizmente, o preço da tarifa pretendido pela empresa ficou acima da média das concorrentes.
Em outras palavras, os projetos para a Termelétrica Paracambi serão adiados por mais um ano. Agora a CCEE fará apenas leilões de ajuste, onde só pode ser ofertado até 1% da quantidade total.
Disponibilizei abaixo um quadro com o resultado do leilão:
Essa notícia é muito triste para a economia da cidade. O governo André Ceciliano lutou bravamente por esse empreendimento, que geraria vários empregos e ampliaria substancialmente a arrecadação municipal. Infelizmente, não foi dessa vez.
Aos amigos,
os olhos de Sabrina,
Marcos André Ceciliano
Ontem, 16/10/2007, aconteceu o 5º leilão de energia nova, organizado pela câmara de comercialização de energia elétrica. O critério de menor tarifa foi adotado no processo, ou seja, os vencedores do leilão foram aqueles que ofertaram energia elétrica pelo menor preço por Mega-Watt hora para atendimento da demanda prevista pelas Distribuidoras.
Esse leilão era muito importante para o município de Paracambi, já que a EDF Light era uma das empresas participantes. O grupo francês esperava arrematar uma parcela de MWh suficiente para viabilizar a construção de uma termelétrica na cidade. Infelizmente, o preço da tarifa pretendido pela empresa ficou acima da média das concorrentes.
Em outras palavras, os projetos para a Termelétrica Paracambi serão adiados por mais um ano. Agora a CCEE fará apenas leilões de ajuste, onde só pode ser ofertado até 1% da quantidade total.
Disponibilizei abaixo um quadro com o resultado do leilão:
Essa notícia é muito triste para a economia da cidade. O governo André Ceciliano lutou bravamente por esse empreendimento, que geraria vários empregos e ampliaria substancialmente a arrecadação municipal. Infelizmente, não foi dessa vez.
Aos amigos,
os olhos de Sabrina,
Marcos André Ceciliano
terça-feira, outubro 09, 2007
Quer viver em lugares com baixa taxa de homicídios? Cometa um crime!
Nos EUA, como em todo país desenvolvido, as taxas de criminalidade tem grande influência nas escolhas de moradia. Nos últimos 50 anos, as grandes cidades americanas registraram um declínio abrupto nos índices de violência. Ironicamente, as taxas mais baixas de homicídios foram registradas em locais onde se encontram a maior quantidade de criminosos: as prisões americanas.
As estatísticas divulgadas recentemente pelo Departamento de Justiça apresentam dados importantes sobre as causas de morte nas prisões estaduais. Em 2005, 56 prisioneiros foram assassinados. Existem aproximadamente 2 milhões de detentos nessas prisões, o que nos leva a uma taxa de homicídio de 2,8 para cada 100.000 prisioneiros.
O resultado é inferior a metade da taxa da cidade de New York (6,6 por 100.000) e menor que o da cidade de Baltimore (42 por 100.000). Entre as 66 maiores cidades dos Estados Unidos, apenas El Paso, Honolulu e Hawaii tem taxas mais baixas que as das prisões estaduais. Interessante, não?
Infelizmente, não pude fazer um comparativo com a situação do nosso amado Brasil. Mesmo porque, nossos dados criminais são distorcidos, coletados sem diretrizes e viesados. Fazer o quê? A vida tem dessas coisas.
Aos amigos,
os cabelos de Bianca,
Marcos André Ceciliano
As estatísticas divulgadas recentemente pelo Departamento de Justiça apresentam dados importantes sobre as causas de morte nas prisões estaduais. Em 2005, 56 prisioneiros foram assassinados. Existem aproximadamente 2 milhões de detentos nessas prisões, o que nos leva a uma taxa de homicídio de 2,8 para cada 100.000 prisioneiros.
O resultado é inferior a metade da taxa da cidade de New York (6,6 por 100.000) e menor que o da cidade de Baltimore (42 por 100.000). Entre as 66 maiores cidades dos Estados Unidos, apenas El Paso, Honolulu e Hawaii tem taxas mais baixas que as das prisões estaduais. Interessante, não?
Infelizmente, não pude fazer um comparativo com a situação do nosso amado Brasil. Mesmo porque, nossos dados criminais são distorcidos, coletados sem diretrizes e viesados. Fazer o quê? A vida tem dessas coisas.
Aos amigos,
os cabelos de Bianca,
Marcos André Ceciliano
terça-feira, outubro 02, 2007
Para que serve o FMI?
O novo diretor do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, em sua primeira press conference, falou sobre as novas metas da organização. Entre outras coisas, exigiu maior participação dos países desenvolvidos nas operações do fundo. Também pretende cortar gastos com novas fontes de recursos. Porém, uma pergunta que ele não respondeu, e que se torna cada dia mais reticente, é a razão para a existência do fundo.
Originalmente, ele foi criado para monitorar as taxas de juros e as flutuações internacionais. Com o aumento de credibilidade, tornou-se o bombeiro que combateria as crises nos mercados financeiros, principalmente nos países em desenvolvimento. Hoje, atua como um interventor austero, com políticas desacreditas e restrições ineficazes. Qual será a próxima função do fundo?
Não podemos negar a importância das pesquisas acadêmicas e dos programas “ground-level” para a Aids. Ainda assim, é muito pouco para uma organização dessa magnitude. Mesmo porque, existem secretarias da ONU realizando o mesmo trabalho. A questão principal é: por que os países desenvolvidos deveriam liberar recursos para o fundo, se ele não possui objetivos claros?
Aos amigos,
Ojalá,
Marcos André Ceciliano
Originalmente, ele foi criado para monitorar as taxas de juros e as flutuações internacionais. Com o aumento de credibilidade, tornou-se o bombeiro que combateria as crises nos mercados financeiros, principalmente nos países em desenvolvimento. Hoje, atua como um interventor austero, com políticas desacreditas e restrições ineficazes. Qual será a próxima função do fundo?
Não podemos negar a importância das pesquisas acadêmicas e dos programas “ground-level” para a Aids. Ainda assim, é muito pouco para uma organização dessa magnitude. Mesmo porque, existem secretarias da ONU realizando o mesmo trabalho. A questão principal é: por que os países desenvolvidos deveriam liberar recursos para o fundo, se ele não possui objetivos claros?
Aos amigos,
Ojalá,
Marcos André Ceciliano
sexta-feira, setembro 21, 2007
A história se repete...
Há algo muito sério acontecendo na economia mundial: o dólar caiu, os preços do petróleo aumentaram e os investidores estrangeiros regulares estão abandonando o mercado de ativos dos EUA. O mais importante é que há uma familiaridade histórica nisso tudo. O mesmo aconteceu nos anos 70, com os petrodólares, e novamente nos anos 80, com a desvalorização do câmbio americano. Existe alguma razão para nos preocuparmos?
Para os mercados, a maior preocupação é a perda de interesse nos ativos americanos. Os Estados Unidos são tão dependentes de capital estrangeiro que, se esses investidores decidirem abandonar o mercado rapidamente, acontecerá um crunch de crédito. Exatamente como no caso subprime. Se eles estiverem comprando muitos ativos americanos, isso não acontecerá.
Para esses investidores "saudáveis", sejam eles os sheiks do petróleo ou os Bancos Centrais da Asia, os Estados Unidos estão a venda. As pessoas compram mercadorias em promoção porque os preços estão muito baixos, mas só o fazem porque esperam que eles subam futuramente.
Quanto mais tempo durar as vendas, menor será a demanda ao longo do tempo. Existe uma teoria econômica profética hoje, a de que as expectativas a longo prazo para a economia americana estão incorretas. Então, ninguém sabe exatamente quando ou como essa venda irá cessar. Mas, parece que poucas pessoas tem certeza de que isso irá acontecer.
Aos amigos,
o mestre Cartola,
Marcos André Ceciliano
Para os mercados, a maior preocupação é a perda de interesse nos ativos americanos. Os Estados Unidos são tão dependentes de capital estrangeiro que, se esses investidores decidirem abandonar o mercado rapidamente, acontecerá um crunch de crédito. Exatamente como no caso subprime. Se eles estiverem comprando muitos ativos americanos, isso não acontecerá.
Para esses investidores "saudáveis", sejam eles os sheiks do petróleo ou os Bancos Centrais da Asia, os Estados Unidos estão a venda. As pessoas compram mercadorias em promoção porque os preços estão muito baixos, mas só o fazem porque esperam que eles subam futuramente.
Quanto mais tempo durar as vendas, menor será a demanda ao longo do tempo. Existe uma teoria econômica profética hoje, a de que as expectativas a longo prazo para a economia americana estão incorretas. Então, ninguém sabe exatamente quando ou como essa venda irá cessar. Mas, parece que poucas pessoas tem certeza de que isso irá acontecer.
Aos amigos,
o mestre Cartola,
Marcos André Ceciliano
terça-feira, setembro 18, 2007
Cacciola e o banco Marka...
A prisão do banqueiro Salvatore Cacciola despertou a curiosidade de muitas pessoas que não estão familiarizadas com os bastidores do mercado financeiro. Para facilitar, resolvi fazer um resumo do famoso “caso Marka”.
A economia brasileira enfrentou uma crise em agosto de 1998, quando os problemas financeiros da Rússia abalaram os mercados emergentes. Muitos banqueiros do Rio de Janeiro trabalhavam com informações privilegiadas nessa época, um deles era Salvatore Cacciola, dono do banco Marka.
Entretanto, o banqueiro desconfiou que seus informantes no BC não contavam tudo o que sabiam. Muito esperto, Cacciola preparou uma armadilha: chamou Luiz Augusto Bragança para uma conversa e ofereceu um serviço de varredura em seus telefones, para saber se estavam grampeados. Bragança que era amigo de Francisco Lopes, presidente do Banco Central na época, não percebeu a malícia e entregou todos os números.
Cacciola grampeou toda a lista e passou a acompanhar as conversas. Descobriu que os informantes privilegiavam o banqueiro André Esteves, do Banco Pactual, e repassavam estratégias a outros dois bancos cariocas.
Em 13 de janeiro de 1999, ocorreu uma maxidesvalorização do real em relação ao dólar. Foi um dia negro para o banco Marka, pois este havia apostado na manutenção da paridade.
O banco ficou insolvente. Havia comprometido vinte vezes seu patrimônio líquido em contratos no mercado futuro de dólar. Cacciola aproveitou o momento e pediu ajuda ao Banco Central, usando de sua influência junto a Luiz Bragança. Disse que se a ajuda não fosse autorizada, divulgaria as fitas do esquema de vazamento.
Assim, a diretoria do BC decidiu realizar a operação. O banco Marka adquiriu dólares das reservas oficiais a preços inferiores aos do mercado. Com isso, os cofres públicos tiveram um prejuízo de 1,5 bilhão. A decisão foi questionada pelos outros bancos e uma CPI foi aberta para apurar o caso.
A CPI dos bancos, como foi chamada, acusou Cacciola de tráfico de influência e crime de gestão temerária. Além da indicação de que não houve cooperação por parte do banqueiro para com as investigações.
Em junho de 2000, Cacciola foi preso pela Polícia Federal. Ficou na cadeia durante 37 dias. Saiu graças a um habeas corpus do ministro Marco Aurélio de Mello. O banqueiro aproveitou a oportunidade e fugiu para a Itália. Nunca mais retornou ao Brasil.
Aos amigos,
a princesa Charlotte de Mônaco,
Marcos André Ceciliano
A economia brasileira enfrentou uma crise em agosto de 1998, quando os problemas financeiros da Rússia abalaram os mercados emergentes. Muitos banqueiros do Rio de Janeiro trabalhavam com informações privilegiadas nessa época, um deles era Salvatore Cacciola, dono do banco Marka.
Entretanto, o banqueiro desconfiou que seus informantes no BC não contavam tudo o que sabiam. Muito esperto, Cacciola preparou uma armadilha: chamou Luiz Augusto Bragança para uma conversa e ofereceu um serviço de varredura em seus telefones, para saber se estavam grampeados. Bragança que era amigo de Francisco Lopes, presidente do Banco Central na época, não percebeu a malícia e entregou todos os números.
Cacciola grampeou toda a lista e passou a acompanhar as conversas. Descobriu que os informantes privilegiavam o banqueiro André Esteves, do Banco Pactual, e repassavam estratégias a outros dois bancos cariocas.
Em 13 de janeiro de 1999, ocorreu uma maxidesvalorização do real em relação ao dólar. Foi um dia negro para o banco Marka, pois este havia apostado na manutenção da paridade.
O banco ficou insolvente. Havia comprometido vinte vezes seu patrimônio líquido em contratos no mercado futuro de dólar. Cacciola aproveitou o momento e pediu ajuda ao Banco Central, usando de sua influência junto a Luiz Bragança. Disse que se a ajuda não fosse autorizada, divulgaria as fitas do esquema de vazamento.
Assim, a diretoria do BC decidiu realizar a operação. O banco Marka adquiriu dólares das reservas oficiais a preços inferiores aos do mercado. Com isso, os cofres públicos tiveram um prejuízo de 1,5 bilhão. A decisão foi questionada pelos outros bancos e uma CPI foi aberta para apurar o caso.
A CPI dos bancos, como foi chamada, acusou Cacciola de tráfico de influência e crime de gestão temerária. Além da indicação de que não houve cooperação por parte do banqueiro para com as investigações.
Em junho de 2000, Cacciola foi preso pela Polícia Federal. Ficou na cadeia durante 37 dias. Saiu graças a um habeas corpus do ministro Marco Aurélio de Mello. O banqueiro aproveitou a oportunidade e fugiu para a Itália. Nunca mais retornou ao Brasil.
Aos amigos,
a princesa Charlotte de Mônaco,
Marcos André Ceciliano
terça-feira, setembro 11, 2007
Último discurso de Allende...
7:55 A.M. Radio Corporación
Habla el presidente de la República desde el Palacio de La Moneda. Informaciones confirmadas señalan que un sector de la marinería habría aislado Valparaíso y que la ciudad estaría ocupada, lo que significa un levantamiento contra el Gobierno, del Gobierno legítimamente constituido, del Gobierno que está amparado por la ley y la voluntad del ciudadano.
En estas circunstancias, llamo a todos los trabajadores. Que ocupen sus puestos de trabajo, que concurran a sus fábricas, que mantengan la calma y serenidad. Hasta este momento en Santiago no se ha producido ningún movimiento extraordinario de tropas y, según me ha informado el jefe de la Guarnición, Santiago estaría acuartelado y normal.
En todo caso yo estoy aquí, en el Palacio de Gobierno, y me quedaré aquí defendiendo al Gobierno que represento por voluntad del pueblo. Lo que deseo, esencialmente, es que los trabajadores estén atentos, vigilantes y que eviten provocaciones. Como primera etapa tenemos que ver la respuesta, que espero sea positiva, de los soldados de la Patria, que han jurado defender el régimen establecido que es la expresión de la voluntad ciudadana, y que cumplirán con la doctrina que prestigió a Chile y le prestigia el profesionalismo de las Fuerzas Armadas. En estas circunstancias, tengo la certeza de que los soldados sabrán cumplir con su obligación. De todas maneras, el pueblo y los trabajadores, fundamentalmente, deben estar movilizados activamente, pero en sus sitios de trabajo, escuchando el llamado que pueda hacerle y las instrucciones que les dé el compañero presidente de la República.
8:15 A.M.
Trabajadores de Chile:
Les habla el presidente de la República. Las noticias que tenemos hasta estos instantes nos revelan la existencia de una insurrección de la Marina en la Provincia de Valparaíso. He ordenado que las tropas del Ejército se dirijan a Valparaíso para sofocar este intento golpista. Deben esperar la instrucciones que emanan de la Presidencia. Tengan la seguridad de que el Presidente permanecerá en el Palacio de La Moneda defendiendo el Gobierno de los Trabajadores. Tengan la certeza que haré respetar la voluntad del pueblo que me entregara el mando de la nación hasta el 4 de Noviembre de 1976. Deben permanecer atentos en sus sitios de trabajo a la espera de mis informaciones. Las fuerzas leales respetando el juramento hecho a las autoridades, junto a los trabajadores organizados, aplastarán el golpe fascista que amenaza a la Patria.
8:45 A.M.
Compañeros que me escuchan:
La situación es crítica, hacemos frente a un golpe de Estado en que participan la mayoría de las Fuerzas Armadas. En esta hora aciaga quiero recordarles algunas de mis palabras dichas el año 1971, se las digo con calma, con absoluta tranquilidad, yo no tengo pasta de apóstol ni de mesías. No tengo condiciones de mártir, soy un luchador social que cumple una tarea que el pueblo me ha dado. Pero que lo entiendan aquellos que quieren retrotraer la historia y desconocer la voluntad mayoritaria de Chile; sin tener carne de mártir, no daré un paso atrás. Que lo sepan, que lo oigan, que se lo graben profundamente: dejaré La Moneda cuando cumpla el mandato que el pueblo me diera, defenderé esta revolución chilena y defenderé el Gobierno porque es el mandato que el pueblo me ha entregado. No tengo otra alternativa. Sólo acribillándome a balazos podrán impedir la voluntad que es hacer cumplir el programa del pueblo. Si me asesinan, el pueblo seguirá su ruta, seguirá el camino con la diferencia quizás que las cosas serán mucho más duras, mucho más violentas, porque será una lección objetiva muy clara para las masas de que esta gente no se detiene ante nada. Yo tenía contabilizada esta posibilidad, no la ofrezco ni la facilito. El proceso social no va a desaparecer porque desaparece un dirigente. Podrá demorarse, podrá prolongarse, pero a la postre no podrá detenerse. Compañeros, permanezcan atentos a las informaciones en sus sitios de trabajo, que el compañero Presidente no abandonará a su pueblo ni su sitio de trabajo. Permaneceré aquí en La Moneda inclusive a costa de mi propia vida.
9:03 A.M. Radio Magallanes
En estos momentos pasan los aviones. Es posible que nos acribillen. Pero que sepan que aquí estamos, por lo menos con nuestro ejemplo, que en este país hay hombres que saben cumplir con la obligación que tienen. Yo lo haré por mandato del pueblo y por mandato conciente de un Presidente que tiene la dignidad del cargo entregado por su pueblo en elecciones libres y democráticas. En nombre de los más sagrados intereses del pueblo, en nombre de la Patria, los llamo a ustedes para decirles que tengan fe. La historia no se detiene ni con la represión ni con el crimen. Esta es una etapa que será superada. Este es un momento duro y difícil: es posible que nos aplasten. Pero el mañana será del pueblo, será de los trabajadores. La humanidad avanza para la conquista de una vida mejor.
Pagaré con mi vida la defensa de los principios que son caros a esta Patria. Caerá un baldón sobre aquellos que han vulnerado sus compromisos, faltando a su palabra... rota la doctrina de las Fuerzas Armadas.
El pueblo debe estar alerta y vigilante. No debe dejarse provocar, ni debe dejarse masacrar, pero también debe defender sus conquistas. Debe defender el derecho a construir con su esfuerzo una vida digna y mejor.
9:10 A.M. Clique aqui para escutar.
Seguramente ésta será la última oportunidad en que pueda dirigirme a ustedes. La Fuerza Aérea ha bombardeado las torres de Radio Postales y Radio Corporación. Mis palabras no tienen amargura sino decepción Que sean ellas el castigo moral para los que han traicionado el juramento que hicieron: soldados de Chile, comandantes en jefe titulares, el almirante Merino, que se ha autodesignado comandante de la Armada, más el señor Mendoza, general rastrero que sólo ayer manifestara su fidelidad y lealtad al Gobierno, y que también se ha autodenominado Director General de carabineros. Ante estos hechos sólo me cabe decir a los trabajadores: ¡Yo no voy a renunciar!
Colocado en un tránsito histórico, pagaré con mi vida la lealtad del pueblo. Y les digo que tengo la certeza de que la semilla que hemos entregado a la conciencia digna de miles y miles de chilenos, no podrá ser segada definitivamente. Tienen la fuerza, podrán avasallarnos, pero no se detienen los procesos sociales ni con el crimen ni con la fuerza. La historia es nuestra y la hacen los pueblos.
Trabajadores de mi Patria: quiero agradecerles la lealtad que siempre tuvieron, la confianza que depositaron en un hombre que sólo fue intérprete de grandes anhelos de justicia, que empeñó su palabra en que respetaría la Constitución y la ley, y así lo hizo. En este momento definitivo, el último en que yo pueda dirigirme a ustedes, quiero que aprovechen la lección: el capital foráneo, el imperialismo, unidos a la reacción, creó el clima para que las Fuerzas Armadas rompieran su tradición, la que les enseñara el general Schneider y reafirmara el comandante Araya, víctimas del mismo sector social que hoy estará en sus casas esperando con mano ajena reconquistar el poder para seguir defendiendo sus granjerías y sus privilegios.
Me dirijo, sobre todo, a la modesta mujer de nuestra tierra, a la campesina que creyó en nosotros, a la abuela que trabajó más, a la madre que supo de nuestra preocupación por los niños. Me dirijo a los profesionales de la Patria, a los profesionales patriotas que siguieron trabajando contra la sedición auspiciada por los colegios profesionales, colegios de clases para defender también las ventajas de una sociedad capitalista de unos pocos.
Me dirijo a la juventud, a aquellos que cantaron y entregaron su alegría y su espíritu de lucha. Me dirijo al hombre de Chile, al obrero, al campesino, al intelectual, a aquellos que serán perseguidos, porque en nuestro país el fascismo ya estuvo hace muchas horas presente; en los atentados terroristas, volando los puentes, cortando las vías férreas, destruyendo lo oleoductos y los gaseoductos, frente al silencio de quienes tenían la obligación de proceder. Estaban comprometidos. La historia los juzgará.
Seguramente Radio Magallanes será acallada y el metal tranquilo de mi voz ya no llegará a ustedes. No importa. La seguirán oyendo. Siempre estaré junto a ustedes. Por lo menos mi recuerdo será el de un hombre digno que fue leal con la Patria.
El pueblo debe defenderse, pero no sacrificarse. El pueblo no debe dejarse arrasar ni acribillar, pero tampoco puede humillarse.
Trabajadores de mi Patria, tengo fe en Chile y su destino. Superarán otros hombres este momento gris y amargo en el que la traición pretende imponerse. Sigan ustedes sabiendo que, mucho más temprano que tarde, de nuevo se abrirán las grandes alamedas por donde pase el hombre libre, para construir una sociedad mejor.
¡Viva Chile! ¡Viva el pueblo! ¡Vivan los trabajadores!
Estas son mis últimas palabras y tengo la certeza de que mi sacrificio no será en vano, tengo la certeza de que, por lo menos, será una lección moral que castigará la felonía, la cobardía y la traición.
Santiago de Chile
11 de septiembre de 1973
Habla el presidente de la República desde el Palacio de La Moneda. Informaciones confirmadas señalan que un sector de la marinería habría aislado Valparaíso y que la ciudad estaría ocupada, lo que significa un levantamiento contra el Gobierno, del Gobierno legítimamente constituido, del Gobierno que está amparado por la ley y la voluntad del ciudadano.
En estas circunstancias, llamo a todos los trabajadores. Que ocupen sus puestos de trabajo, que concurran a sus fábricas, que mantengan la calma y serenidad. Hasta este momento en Santiago no se ha producido ningún movimiento extraordinario de tropas y, según me ha informado el jefe de la Guarnición, Santiago estaría acuartelado y normal.
En todo caso yo estoy aquí, en el Palacio de Gobierno, y me quedaré aquí defendiendo al Gobierno que represento por voluntad del pueblo. Lo que deseo, esencialmente, es que los trabajadores estén atentos, vigilantes y que eviten provocaciones. Como primera etapa tenemos que ver la respuesta, que espero sea positiva, de los soldados de la Patria, que han jurado defender el régimen establecido que es la expresión de la voluntad ciudadana, y que cumplirán con la doctrina que prestigió a Chile y le prestigia el profesionalismo de las Fuerzas Armadas. En estas circunstancias, tengo la certeza de que los soldados sabrán cumplir con su obligación. De todas maneras, el pueblo y los trabajadores, fundamentalmente, deben estar movilizados activamente, pero en sus sitios de trabajo, escuchando el llamado que pueda hacerle y las instrucciones que les dé el compañero presidente de la República.
8:15 A.M.
Trabajadores de Chile:
Les habla el presidente de la República. Las noticias que tenemos hasta estos instantes nos revelan la existencia de una insurrección de la Marina en la Provincia de Valparaíso. He ordenado que las tropas del Ejército se dirijan a Valparaíso para sofocar este intento golpista. Deben esperar la instrucciones que emanan de la Presidencia. Tengan la seguridad de que el Presidente permanecerá en el Palacio de La Moneda defendiendo el Gobierno de los Trabajadores. Tengan la certeza que haré respetar la voluntad del pueblo que me entregara el mando de la nación hasta el 4 de Noviembre de 1976. Deben permanecer atentos en sus sitios de trabajo a la espera de mis informaciones. Las fuerzas leales respetando el juramento hecho a las autoridades, junto a los trabajadores organizados, aplastarán el golpe fascista que amenaza a la Patria.
8:45 A.M.
Compañeros que me escuchan:
La situación es crítica, hacemos frente a un golpe de Estado en que participan la mayoría de las Fuerzas Armadas. En esta hora aciaga quiero recordarles algunas de mis palabras dichas el año 1971, se las digo con calma, con absoluta tranquilidad, yo no tengo pasta de apóstol ni de mesías. No tengo condiciones de mártir, soy un luchador social que cumple una tarea que el pueblo me ha dado. Pero que lo entiendan aquellos que quieren retrotraer la historia y desconocer la voluntad mayoritaria de Chile; sin tener carne de mártir, no daré un paso atrás. Que lo sepan, que lo oigan, que se lo graben profundamente: dejaré La Moneda cuando cumpla el mandato que el pueblo me diera, defenderé esta revolución chilena y defenderé el Gobierno porque es el mandato que el pueblo me ha entregado. No tengo otra alternativa. Sólo acribillándome a balazos podrán impedir la voluntad que es hacer cumplir el programa del pueblo. Si me asesinan, el pueblo seguirá su ruta, seguirá el camino con la diferencia quizás que las cosas serán mucho más duras, mucho más violentas, porque será una lección objetiva muy clara para las masas de que esta gente no se detiene ante nada. Yo tenía contabilizada esta posibilidad, no la ofrezco ni la facilito. El proceso social no va a desaparecer porque desaparece un dirigente. Podrá demorarse, podrá prolongarse, pero a la postre no podrá detenerse. Compañeros, permanezcan atentos a las informaciones en sus sitios de trabajo, que el compañero Presidente no abandonará a su pueblo ni su sitio de trabajo. Permaneceré aquí en La Moneda inclusive a costa de mi propia vida.
9:03 A.M. Radio Magallanes
En estos momentos pasan los aviones. Es posible que nos acribillen. Pero que sepan que aquí estamos, por lo menos con nuestro ejemplo, que en este país hay hombres que saben cumplir con la obligación que tienen. Yo lo haré por mandato del pueblo y por mandato conciente de un Presidente que tiene la dignidad del cargo entregado por su pueblo en elecciones libres y democráticas. En nombre de los más sagrados intereses del pueblo, en nombre de la Patria, los llamo a ustedes para decirles que tengan fe. La historia no se detiene ni con la represión ni con el crimen. Esta es una etapa que será superada. Este es un momento duro y difícil: es posible que nos aplasten. Pero el mañana será del pueblo, será de los trabajadores. La humanidad avanza para la conquista de una vida mejor.
Pagaré con mi vida la defensa de los principios que son caros a esta Patria. Caerá un baldón sobre aquellos que han vulnerado sus compromisos, faltando a su palabra... rota la doctrina de las Fuerzas Armadas.
El pueblo debe estar alerta y vigilante. No debe dejarse provocar, ni debe dejarse masacrar, pero también debe defender sus conquistas. Debe defender el derecho a construir con su esfuerzo una vida digna y mejor.
9:10 A.M. Clique aqui para escutar.
Seguramente ésta será la última oportunidad en que pueda dirigirme a ustedes. La Fuerza Aérea ha bombardeado las torres de Radio Postales y Radio Corporación. Mis palabras no tienen amargura sino decepción Que sean ellas el castigo moral para los que han traicionado el juramento que hicieron: soldados de Chile, comandantes en jefe titulares, el almirante Merino, que se ha autodesignado comandante de la Armada, más el señor Mendoza, general rastrero que sólo ayer manifestara su fidelidad y lealtad al Gobierno, y que también se ha autodenominado Director General de carabineros. Ante estos hechos sólo me cabe decir a los trabajadores: ¡Yo no voy a renunciar!
Colocado en un tránsito histórico, pagaré con mi vida la lealtad del pueblo. Y les digo que tengo la certeza de que la semilla que hemos entregado a la conciencia digna de miles y miles de chilenos, no podrá ser segada definitivamente. Tienen la fuerza, podrán avasallarnos, pero no se detienen los procesos sociales ni con el crimen ni con la fuerza. La historia es nuestra y la hacen los pueblos.
Trabajadores de mi Patria: quiero agradecerles la lealtad que siempre tuvieron, la confianza que depositaron en un hombre que sólo fue intérprete de grandes anhelos de justicia, que empeñó su palabra en que respetaría la Constitución y la ley, y así lo hizo. En este momento definitivo, el último en que yo pueda dirigirme a ustedes, quiero que aprovechen la lección: el capital foráneo, el imperialismo, unidos a la reacción, creó el clima para que las Fuerzas Armadas rompieran su tradición, la que les enseñara el general Schneider y reafirmara el comandante Araya, víctimas del mismo sector social que hoy estará en sus casas esperando con mano ajena reconquistar el poder para seguir defendiendo sus granjerías y sus privilegios.
Me dirijo, sobre todo, a la modesta mujer de nuestra tierra, a la campesina que creyó en nosotros, a la abuela que trabajó más, a la madre que supo de nuestra preocupación por los niños. Me dirijo a los profesionales de la Patria, a los profesionales patriotas que siguieron trabajando contra la sedición auspiciada por los colegios profesionales, colegios de clases para defender también las ventajas de una sociedad capitalista de unos pocos.
Me dirijo a la juventud, a aquellos que cantaron y entregaron su alegría y su espíritu de lucha. Me dirijo al hombre de Chile, al obrero, al campesino, al intelectual, a aquellos que serán perseguidos, porque en nuestro país el fascismo ya estuvo hace muchas horas presente; en los atentados terroristas, volando los puentes, cortando las vías férreas, destruyendo lo oleoductos y los gaseoductos, frente al silencio de quienes tenían la obligación de proceder. Estaban comprometidos. La historia los juzgará.
Seguramente Radio Magallanes será acallada y el metal tranquilo de mi voz ya no llegará a ustedes. No importa. La seguirán oyendo. Siempre estaré junto a ustedes. Por lo menos mi recuerdo será el de un hombre digno que fue leal con la Patria.
El pueblo debe defenderse, pero no sacrificarse. El pueblo no debe dejarse arrasar ni acribillar, pero tampoco puede humillarse.
Trabajadores de mi Patria, tengo fe en Chile y su destino. Superarán otros hombres este momento gris y amargo en el que la traición pretende imponerse. Sigan ustedes sabiendo que, mucho más temprano que tarde, de nuevo se abrirán las grandes alamedas por donde pase el hombre libre, para construir una sociedad mejor.
¡Viva Chile! ¡Viva el pueblo! ¡Vivan los trabajadores!
Estas son mis últimas palabras y tengo la certeza de que mi sacrificio no será en vano, tengo la certeza de que, por lo menos, será una lección moral que castigará la felonía, la cobardía y la traición.
Santiago de Chile
11 de septiembre de 1973
domingo, setembro 09, 2007
Eu choro o 11 de setembro...
Estou cansado do sensacionalismo da mídia para com o ataque que derrubou as torres gêmeas de Manhattan. Não por falta de sensibilidade à tragédia, mas, por uma questão de justiça histórica.
Todas as democracias deveriam lamentar o 11 de setembro. Não o da potência Americana, mas, o do Chile, ocorrido em 1973. Quando o governo do médico marxista Salvador Allende, eleito pelo voto direto, foi derrubado por um golpe militar.
Esse é um dos episódios mais tristes da história da America Latina. Os golpistas ofereceram a Allende a oportunidade de renunciar e se exilar no exterior. Mas, ele preferiu resistir. Durante horas, tanques e aviões bombardearam o palácio La Moneda. Sessenta guardas presidenciais lutaram bravamente contra o exército de Pinochet. Mas, a derrota era inevitável. O presidente foi assassinado.
A ditadura Chilena durou 17 anos, não um dia. Entre os diversos crimes ocorridos no período, podemos destacar a supressão de liberdades individuais, o fechamento do congresso e diversas execuções extra-judiciais. Então, as perguntas que não querem calar são: Por que a mídia global não chora os milhares de desaparecidos e mortos do Chile? Será que a dor dos filhos da America Latina não merece destaque em seus noticiários?
O vídeo abaixo foi transmitido quando dos 30 anos da operação Colombo. O trecho em questão fala da derrubada do governo Allende. Pablo Milanés canta "Yo pisaré las calles nuevamente", linda música que fala sobre a ditadura no Chile.
Aos amigos,
o abraço e o choro sincero,
Marcos André Ceciliano
Todas as democracias deveriam lamentar o 11 de setembro. Não o da potência Americana, mas, o do Chile, ocorrido em 1973. Quando o governo do médico marxista Salvador Allende, eleito pelo voto direto, foi derrubado por um golpe militar.
Esse é um dos episódios mais tristes da história da America Latina. Os golpistas ofereceram a Allende a oportunidade de renunciar e se exilar no exterior. Mas, ele preferiu resistir. Durante horas, tanques e aviões bombardearam o palácio La Moneda. Sessenta guardas presidenciais lutaram bravamente contra o exército de Pinochet. Mas, a derrota era inevitável. O presidente foi assassinado.
A ditadura Chilena durou 17 anos, não um dia. Entre os diversos crimes ocorridos no período, podemos destacar a supressão de liberdades individuais, o fechamento do congresso e diversas execuções extra-judiciais. Então, as perguntas que não querem calar são: Por que a mídia global não chora os milhares de desaparecidos e mortos do Chile? Será que a dor dos filhos da America Latina não merece destaque em seus noticiários?
O vídeo abaixo foi transmitido quando dos 30 anos da operação Colombo. O trecho em questão fala da derrubada do governo Allende. Pablo Milanés canta "Yo pisaré las calles nuevamente", linda música que fala sobre a ditadura no Chile.
Aos amigos,
o abraço e o choro sincero,
Marcos André Ceciliano
terça-feira, setembro 04, 2007
Hillary ataca... a pessoa errada.
Ontem, assisti ao primeiro vídeo de campanha da pré-candidata democrata Hillary Clinton. O comercial tem o título "Invisível". Nele, a Senadora destaca que muitos cidadãos são "invisíveis" para o governo Bush.
A propaganda é inteligente, muito tocante. Está sendo exibida no estado de Iowa e tem 1 minuto de duração. Disponibilizei o vídeo abaixo:
Hillary começa com a seguinte frase: "Ao viajar pelos Estados Unidos, escuto as histórias de muitas pessoas que dizem se sentir invisíveis para o Governo". Em seguida, entra uma voz masculina dizendo: "Hillary Clinton passou a vida defendendo as pessoas que os demais não enxergam".
O trecho mais interessante é o próximo: "Se sua família está passando por dificuldades e não tem seguro-saúde, é invisível para o presidente. Se você é mãe solteira procurando um serviço barato para cuidar de seu bebê, também é invisível. E nunca pensei que os soldados Americanos no Iraque e no Afeganistão também seriam tratados como se fossem invisíveis".
Hillary acertou contra o governo Bush. Mas, parece ter esquecido do principal: ainda não venceu a convenção do partido democrata. Deveria ter utilizado uma parte do comercial para convencer os filiados. Mesmo porque, a disputa não está nada fácil. Acho que Barack Obama vai ter mais sensibilidade nessa parte. Vamos aguardar...
Aos amigos,
Dona da minha cabeça,
Marcos André Ceciliano
A propaganda é inteligente, muito tocante. Está sendo exibida no estado de Iowa e tem 1 minuto de duração. Disponibilizei o vídeo abaixo:
Hillary começa com a seguinte frase: "Ao viajar pelos Estados Unidos, escuto as histórias de muitas pessoas que dizem se sentir invisíveis para o Governo". Em seguida, entra uma voz masculina dizendo: "Hillary Clinton passou a vida defendendo as pessoas que os demais não enxergam".
O trecho mais interessante é o próximo: "Se sua família está passando por dificuldades e não tem seguro-saúde, é invisível para o presidente. Se você é mãe solteira procurando um serviço barato para cuidar de seu bebê, também é invisível. E nunca pensei que os soldados Americanos no Iraque e no Afeganistão também seriam tratados como se fossem invisíveis".
Hillary acertou contra o governo Bush. Mas, parece ter esquecido do principal: ainda não venceu a convenção do partido democrata. Deveria ter utilizado uma parte do comercial para convencer os filiados. Mesmo porque, a disputa não está nada fácil. Acho que Barack Obama vai ter mais sensibilidade nessa parte. Vamos aguardar...
Aos amigos,
Dona da minha cabeça,
Marcos André Ceciliano
quinta-feira, agosto 30, 2007
Contra Zé Dirceu...
Durante a semana, muito se falou sobre o caso do mensalão. Gostaria de ressaltar que até agora o STF apenas analisou e aceitou as denúncias contra os 40 indiciados. No entanto, para que os réus sejam condenados, o Ministério Público terá de provar as acusações.
Ontem, o site Terra publicou uma entrevista com Marco Aurélio Mello, sobre o julgamento dos envolvidos no caso. Peguntado se Dirceu estava certo ao dizer que foi considerado réu sem provas, o ministro respondeu:
“Até aqui não há prova da culpabilidade. Ele está certo. Realmente não há, nós não podemos dizer que ele é realmente culpado. Agora, que há indícios de que teria cometido desvio de conduta, há. Tanto que se recebeu a denúncia, senão ela não seria recebida”.
Nesta quinta-feira, a Folha de São Paulo publicou uma matéria reveladora sobre o julgamento dessa semana. A jornalista Vera Magalhães estava na Expand Wine Store, em Brasília, e escutou uma conversa telefônica do Ministro Lewandowski, que estava em uma mesa próxima.
Enrique Ricardo Lewandowski foi o quinto ministro do STF nomeado por Lula. Antes, era desembargador do Tribunal de Justiça de SP. Foi o único a divergir do relatório do Ministro Joaquim Barbosa, quanto à imputação do crime de formação de quadrilha para José Dirceu.
O telefonema de cerca de dez minutos, inteiramente testemunhado pela Folha, ocorreu por volta das 21h35. Segue abaixo os trechos mais tocantes da reportagem da jornalista:
Em conversa telefônica na noite de anteontem, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), reclamou de suposta interferência da imprensa no resultado do julgamento que decidiu pela abertura de ação penal contra os 40 acusados de envolvimento no mensalão. "A imprensa acuou o Supremo", avaliou Lewandowski para um interlocutor de nome "Marcelo". "Todo mundo votou com a faca no pescoço." Ainda segundo ele, "a tendência era amaciar para o Dirceu".
No telefonema com Marcelo, ele deu a entender que poderia ter contrariado o relator em mais questões, não fosse a suposta pressão da mídia. Ao analisar o efeito da divulgação das conversas sobre o tribunal, disse que, para ele, não haveria maiores conseqüências: "Para mim não ficou tão mal, todo mundo sabe que eu sou independente". Ainda assim, logo em seguida deu a entender que, não fosse a divulgação dos diálogos, poderia ter divergido do relator em outros pontos: "Não tenha dúvida. Eu estava tinindo nos cascos".
Lewandowski fez ainda referência à nomeação de Carlos Alberto Direito, oficializada naquela manhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Negou ao interlocutor que fizesse parte de um grupo do STF contrário à escolha do ministro do Superior Tribunal de Justiça para a vaga de Pertence, como se depreende da conversa eletrônica entre ele e Cármen Lúcia. "Sou amigo do Direito. Todo mundo sabia que ele era o próximo. Tinha uma campanha aberta para ele."
Ainda em tom queixoso, gesticulando muito e passando várias vezes a mão livre pela vasta cabeleira branca enquanto falava ao celular, Lewandowski disse que a prática de trocar mensagens pelos computadores é corriqueira entre os ministros durante as sessões. "Todo mundo faz isso. Todo mundo brinca."
Já prestes a encerrar a conversa, o ministro, que ainda trajava o terno azul acinzentado e a gravata amarela usados horas antes, no último dia de sessão do mensalão, procurou resignar-se com a exposição inesperada e com o resultado do julgamento. "Paciência", disse, várias vezes. E ainda filosofou: "Acidentes acontecem. Eu poderia estar naquele avião da TAM".
Aos amigos,
Amy Winehouse,
Marcos André Ceciliano
Ontem, o site Terra publicou uma entrevista com Marco Aurélio Mello, sobre o julgamento dos envolvidos no caso. Peguntado se Dirceu estava certo ao dizer que foi considerado réu sem provas, o ministro respondeu:
“Até aqui não há prova da culpabilidade. Ele está certo. Realmente não há, nós não podemos dizer que ele é realmente culpado. Agora, que há indícios de que teria cometido desvio de conduta, há. Tanto que se recebeu a denúncia, senão ela não seria recebida”.
Nesta quinta-feira, a Folha de São Paulo publicou uma matéria reveladora sobre o julgamento dessa semana. A jornalista Vera Magalhães estava na Expand Wine Store, em Brasília, e escutou uma conversa telefônica do Ministro Lewandowski, que estava em uma mesa próxima.
Enrique Ricardo Lewandowski foi o quinto ministro do STF nomeado por Lula. Antes, era desembargador do Tribunal de Justiça de SP. Foi o único a divergir do relatório do Ministro Joaquim Barbosa, quanto à imputação do crime de formação de quadrilha para José Dirceu.
O telefonema de cerca de dez minutos, inteiramente testemunhado pela Folha, ocorreu por volta das 21h35. Segue abaixo os trechos mais tocantes da reportagem da jornalista:
Em conversa telefônica na noite de anteontem, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), reclamou de suposta interferência da imprensa no resultado do julgamento que decidiu pela abertura de ação penal contra os 40 acusados de envolvimento no mensalão. "A imprensa acuou o Supremo", avaliou Lewandowski para um interlocutor de nome "Marcelo". "Todo mundo votou com a faca no pescoço." Ainda segundo ele, "a tendência era amaciar para o Dirceu".
No telefonema com Marcelo, ele deu a entender que poderia ter contrariado o relator em mais questões, não fosse a suposta pressão da mídia. Ao analisar o efeito da divulgação das conversas sobre o tribunal, disse que, para ele, não haveria maiores conseqüências: "Para mim não ficou tão mal, todo mundo sabe que eu sou independente". Ainda assim, logo em seguida deu a entender que, não fosse a divulgação dos diálogos, poderia ter divergido do relator em outros pontos: "Não tenha dúvida. Eu estava tinindo nos cascos".
Lewandowski fez ainda referência à nomeação de Carlos Alberto Direito, oficializada naquela manhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Negou ao interlocutor que fizesse parte de um grupo do STF contrário à escolha do ministro do Superior Tribunal de Justiça para a vaga de Pertence, como se depreende da conversa eletrônica entre ele e Cármen Lúcia. "Sou amigo do Direito. Todo mundo sabia que ele era o próximo. Tinha uma campanha aberta para ele."
Ainda em tom queixoso, gesticulando muito e passando várias vezes a mão livre pela vasta cabeleira branca enquanto falava ao celular, Lewandowski disse que a prática de trocar mensagens pelos computadores é corriqueira entre os ministros durante as sessões. "Todo mundo faz isso. Todo mundo brinca."
Já prestes a encerrar a conversa, o ministro, que ainda trajava o terno azul acinzentado e a gravata amarela usados horas antes, no último dia de sessão do mensalão, procurou resignar-se com a exposição inesperada e com o resultado do julgamento. "Paciência", disse, várias vezes. E ainda filosofou: "Acidentes acontecem. Eu poderia estar naquele avião da TAM".
Aos amigos,
Amy Winehouse,
Marcos André Ceciliano
quinta-feira, agosto 23, 2007
Direto da coluna do Noblat...
Não costumo utilizar conteúdo alheio em meus artigos, mas dessa vez foi inevitável. "Quem deve ser cassado" é o título do comentário do jornalista Ricardo Noblat, publicado hoje, em sua coluna. O texto é espetacular, de profunda lucidez.
Segue abaixo o artigo na íntegra:
"Renan Calheiros deveria ser condecorado. Está mostrando a todos nós o que é este Senado do Brasil, composto pela soma dos mais diversos interesses, dos mais escusos aos absolutamente inomináveis. Renan Calheiros é fundamental para a política brasileira, é a sua mais perfeita expressão, e merece ficar ali, absolvido e ovacionado pelos seus parceiros.
Quem deve ser cassado é Simon, Perez, Suplicy, Mercadante, Virgílio, Tasso, todos esses que validam a existência de um Renan Calheiros, que assinam embaixo de todas as falcatruas cometidas. Renan é transparente, é límpido, é cristalino. Já foi collorido, sarnento, fernandinho, é lulista dos quatro costados, amigo paparicado pelo presidente o tempo inteiro.
Renan tem que ficar para ser um futuro serrista, aecista, cirista, dilmista, chavelulista, o que vier por aí. Fica, Renan. É muito cinismo do Brasil querer tirá-lo do seu habitat, do seu lar, do seu território."
Não restou muito para discutir ou argumentar. Então, apenas aplaudirei a genialidade do jornalista.
Aos amigos,
os lindos cabelos dourados de Bianca,
Marcos André Ceciliano
Segue abaixo o artigo na íntegra:
"Renan Calheiros deveria ser condecorado. Está mostrando a todos nós o que é este Senado do Brasil, composto pela soma dos mais diversos interesses, dos mais escusos aos absolutamente inomináveis. Renan Calheiros é fundamental para a política brasileira, é a sua mais perfeita expressão, e merece ficar ali, absolvido e ovacionado pelos seus parceiros.
Quem deve ser cassado é Simon, Perez, Suplicy, Mercadante, Virgílio, Tasso, todos esses que validam a existência de um Renan Calheiros, que assinam embaixo de todas as falcatruas cometidas. Renan é transparente, é límpido, é cristalino. Já foi collorido, sarnento, fernandinho, é lulista dos quatro costados, amigo paparicado pelo presidente o tempo inteiro.
Renan tem que ficar para ser um futuro serrista, aecista, cirista, dilmista, chavelulista, o que vier por aí. Fica, Renan. É muito cinismo do Brasil querer tirá-lo do seu habitat, do seu lar, do seu território."
Não restou muito para discutir ou argumentar. Então, apenas aplaudirei a genialidade do jornalista.
Aos amigos,
os lindos cabelos dourados de Bianca,
Marcos André Ceciliano
quarta-feira, agosto 22, 2007
Elogiar Lula para bater em Chávez...
A edição de hoje do Herald Tribune traz uma matéria muito interessante sobre o combate a pobreza na América Latina. Na coluna de economia, há uma comparação entre os programas adotados por Brasil e Venezuela, ressaltando o alto valor dos recursos aplicados pelos dois países.
Segundo o repórter, essas economias estão investindo bilhões em políticas de combate a pobreza. Mas, apenas uma está adotando uma estratégia econômica eficaz.
O jornalista acredita que o programa brasileiro tem um retorno econômico e social muito maior, porque obriga as famílias a cumprirem metas para terem acesso ao benefício. Como exemplo, citou que as mulheres grávidas devem cumprir o cronograma do pré-natal, os menores devem estar com as vacinas em dia e as crianças precisam alcançar um mínimo de frequência escolar.
No caso da Venezuela, bilhões de dólares provenientes do petróleo também estão sendo investidos no combate a pobreza. Mas, no país de Chávez, não existe uma diretriz ou programa para a distribuição dos fundos. Quem determina o destino das verbas é o lobby político. Por essa razão, não há substancial mudança no quadro social.
Sinceramente, estou vivendo um misto de emoções. Afinal, não é todo dia que um jornal inglês elogia uma política social do governo Lula. Em contrapartida, é triste constatar que apenas o fizeram para ter meio de comparação ao criticar o governo do presidente Chávez. A vida tem dessas coisas!
Aos amigos,
o mercado de opções,
Marcos André Ceciliano
Segundo o repórter, essas economias estão investindo bilhões em políticas de combate a pobreza. Mas, apenas uma está adotando uma estratégia econômica eficaz.
O jornalista acredita que o programa brasileiro tem um retorno econômico e social muito maior, porque obriga as famílias a cumprirem metas para terem acesso ao benefício. Como exemplo, citou que as mulheres grávidas devem cumprir o cronograma do pré-natal, os menores devem estar com as vacinas em dia e as crianças precisam alcançar um mínimo de frequência escolar.
No caso da Venezuela, bilhões de dólares provenientes do petróleo também estão sendo investidos no combate a pobreza. Mas, no país de Chávez, não existe uma diretriz ou programa para a distribuição dos fundos. Quem determina o destino das verbas é o lobby político. Por essa razão, não há substancial mudança no quadro social.
Sinceramente, estou vivendo um misto de emoções. Afinal, não é todo dia que um jornal inglês elogia uma política social do governo Lula. Em contrapartida, é triste constatar que apenas o fizeram para ter meio de comparação ao criticar o governo do presidente Chávez. A vida tem dessas coisas!
Aos amigos,
o mercado de opções,
Marcos André Ceciliano
segunda-feira, agosto 20, 2007
Alguma coisa está fora da ordem...
Qual é a parcela de culpa das agências de risco na crise do mercado imobiliário? Suas análises e metodologias não são mais confiáveis?
Essas perguntas são importantes e não podem ficar sem resposta. Mesmo porque, os desdobramentos da crise foram catastróficos: retirada em massa de fundos, queda nos preços das ações e revisão da política monetária, em detrimento do controle da inflação americana.
Para evitar maiores danos, o BC Europeu interviu generosamente no mercado de crédito. Mas, deixou claro que sua preocupação está além do curto-prazo. A Comissão Europeia está fazendo todos os esforços para investigar as agências de credit-rating, e pretende criar portarias para evitar futuros problemas com títulos imobiliários. Mas, o BC Americano não parece tão preocupado com isso.
Na verdade, essa é uma marca da administração Bush: a eliminação ou a redução de medidas regulatórias em negócios. Foi assim nos últimos sete anos. Para os liberais, é maravilhoso! No entanto, estão suprimindo leis que protegem o meio ambiente e os direitos dos consumidores, algo que deveria estar acima de qualquer interesse econômico.
Muitas empresas acreditam que mercados sem intervenção são mais proveitosos. Mas, em momentos de crises, percebemos o quão importantes são as travas regulatórias. Nos últimos anos, as instituições financeiras americanas preferiram o risco. A crise dos títulos subprime é fruto dessa "liberdade" que foi instituída pelo governo Bush. Depois dizem que não entendem o porquê de Wall Street em peso apoiar campanhas de candidatos democratas.
Aos amigos,
Bob Dylan,
Marcos André Ceciliano
Essas perguntas são importantes e não podem ficar sem resposta. Mesmo porque, os desdobramentos da crise foram catastróficos: retirada em massa de fundos, queda nos preços das ações e revisão da política monetária, em detrimento do controle da inflação americana.
Para evitar maiores danos, o BC Europeu interviu generosamente no mercado de crédito. Mas, deixou claro que sua preocupação está além do curto-prazo. A Comissão Europeia está fazendo todos os esforços para investigar as agências de credit-rating, e pretende criar portarias para evitar futuros problemas com títulos imobiliários. Mas, o BC Americano não parece tão preocupado com isso.
Na verdade, essa é uma marca da administração Bush: a eliminação ou a redução de medidas regulatórias em negócios. Foi assim nos últimos sete anos. Para os liberais, é maravilhoso! No entanto, estão suprimindo leis que protegem o meio ambiente e os direitos dos consumidores, algo que deveria estar acima de qualquer interesse econômico.
Muitas empresas acreditam que mercados sem intervenção são mais proveitosos. Mas, em momentos de crises, percebemos o quão importantes são as travas regulatórias. Nos últimos anos, as instituições financeiras americanas preferiram o risco. A crise dos títulos subprime é fruto dessa "liberdade" que foi instituída pelo governo Bush. Depois dizem que não entendem o porquê de Wall Street em peso apoiar campanhas de candidatos democratas.
Aos amigos,
Bob Dylan,
Marcos André Ceciliano
terça-feira, agosto 14, 2007
Explicando a crise do Tio Sam...
Após tantos noticiários confusos, quedas nas bolsas e desespero de investidores, muitos perguntam o que realmente está acontecendo com a economia americana. Escrevi esse artigo com o intuito de esclarecer alguns pontos que não são triviais para o grande público.
Ao contrário do Brasil, nos EUA existem muitas empresas que financiam imóveis a longo prazo, incluse para pessoas que ganham pouco. Essa modalidade de financiamento é chamada de subprime. Esses contratos são o núcleo da atual crise financeira.
O mercado imobiliário sempre foi motivo de orgulho para os americanos, que se vangloriavam de possuir um sistema de financiamento muito eficaz. Mas, existia uma razão para tanto, os EUA possuíam estabilidade econômica e as menores taxas de juros do mundo. Ou seja, o risco de inadimplência nesse setor era muito baixo.
Mas, como nenhuma sociedade é perfeita, resolveram colocar um texano republicano na presidência daquele país. Não satisfeitos, o reelegeram.
O resultado foi uma política econômica nebulosa, com baixo índice de confiança. Os desdobramentos mais notáveis foram o aumento do desemprego, a elevação da taxa de juros e o desaquecimento na produção.
O aumento dos juros gerou uma grande inadimplência nos contratos subprime, o que foi agravado pelo índice de desemprego. Foi quando o mercado começou a se preocupar com o setor.
Tudo bem! É uma situação triste. Mas, os EUA possuem um sistema judiciário que permite a liquidação imediata dos imóveis após o não pagamento de um determinado número de prestações. É um dispositivo legal que garante a liquidez dos ativos, algo que não existe no Brasil.
Então, o mercado deveria passar por um período de ajustes e não entrar em crise, certo? Não! A ganância das empresas que financiavam os imóveis pesou para que isso não acontecesse. Elas vendiam títulos lastreados nos créditos a receber das hipotecas. Ou seja, os clientes do subprime não são os únicos com dificuldades financeiras nessa crise, as financiadoras também entraram em colapso.
Alguns me perguntam o porquê da crise imobiliária ter afetado o mercado como um todo e não apenas o setor. É simples! Os títulos que citei acima são lançados na economia americana e são ativos de vários fundos de investimento. Como o mercado não sabe quais são os títulos podres, os investidores de fundos começaram uma onda de retiradas. Por essa razão, o BNP Paribas suspendeu saques em três de seus fundos.
O Federal Reserve, BC americano, poderia resolver a crise com apenas uma medida: a redução dos juros. O que não seria justo a nível de mercado. Mesmo porque, as financiadoras quando lastrearam os títulos com as hipotecas a receber, sabiam do risco intrínseco. Um corte nos juros seria atuar a favor de apenas uma ponta do mercado. É o mesmo que declarar uma blindagem a essas empresas, dizer que elas nunca perderão no mercado. Isso sim é perigoso!
A solução mais sensata é a dilatação do prazo, com taxas fixas. Os primeiros anos seriam destinados ao pagamento dos juros e os outros ao abatimento do principal. No fim, estaremos produzindo um aumento no valor total da dívida. Mas, o importante é que as condições de pagamento seriam estáveis. Nesse momento, não há nada que o mercado americano precise mais.
Aos meus amigos,
o olhar de Evy,
Marcos André Ceciliano
Ao contrário do Brasil, nos EUA existem muitas empresas que financiam imóveis a longo prazo, incluse para pessoas que ganham pouco. Essa modalidade de financiamento é chamada de subprime. Esses contratos são o núcleo da atual crise financeira.
O mercado imobiliário sempre foi motivo de orgulho para os americanos, que se vangloriavam de possuir um sistema de financiamento muito eficaz. Mas, existia uma razão para tanto, os EUA possuíam estabilidade econômica e as menores taxas de juros do mundo. Ou seja, o risco de inadimplência nesse setor era muito baixo.
Mas, como nenhuma sociedade é perfeita, resolveram colocar um texano republicano na presidência daquele país. Não satisfeitos, o reelegeram.
O resultado foi uma política econômica nebulosa, com baixo índice de confiança. Os desdobramentos mais notáveis foram o aumento do desemprego, a elevação da taxa de juros e o desaquecimento na produção.
O aumento dos juros gerou uma grande inadimplência nos contratos subprime, o que foi agravado pelo índice de desemprego. Foi quando o mercado começou a se preocupar com o setor.
Tudo bem! É uma situação triste. Mas, os EUA possuem um sistema judiciário que permite a liquidação imediata dos imóveis após o não pagamento de um determinado número de prestações. É um dispositivo legal que garante a liquidez dos ativos, algo que não existe no Brasil.
Então, o mercado deveria passar por um período de ajustes e não entrar em crise, certo? Não! A ganância das empresas que financiavam os imóveis pesou para que isso não acontecesse. Elas vendiam títulos lastreados nos créditos a receber das hipotecas. Ou seja, os clientes do subprime não são os únicos com dificuldades financeiras nessa crise, as financiadoras também entraram em colapso.
Alguns me perguntam o porquê da crise imobiliária ter afetado o mercado como um todo e não apenas o setor. É simples! Os títulos que citei acima são lançados na economia americana e são ativos de vários fundos de investimento. Como o mercado não sabe quais são os títulos podres, os investidores de fundos começaram uma onda de retiradas. Por essa razão, o BNP Paribas suspendeu saques em três de seus fundos.
O Federal Reserve, BC americano, poderia resolver a crise com apenas uma medida: a redução dos juros. O que não seria justo a nível de mercado. Mesmo porque, as financiadoras quando lastrearam os títulos com as hipotecas a receber, sabiam do risco intrínseco. Um corte nos juros seria atuar a favor de apenas uma ponta do mercado. É o mesmo que declarar uma blindagem a essas empresas, dizer que elas nunca perderão no mercado. Isso sim é perigoso!
A solução mais sensata é a dilatação do prazo, com taxas fixas. Os primeiros anos seriam destinados ao pagamento dos juros e os outros ao abatimento do principal. No fim, estaremos produzindo um aumento no valor total da dívida. Mas, o importante é que as condições de pagamento seriam estáveis. Nesse momento, não há nada que o mercado americano precise mais.
Aos meus amigos,
o olhar de Evy,
Marcos André Ceciliano
segunda-feira, agosto 13, 2007
Cidadania Italiana...
É de conhecimento público que o parlamento Italiano está discutindo mudanças na lei que estabelece as regras para o reconhecimento de sua cidadania. Assisti algumas sessões da câmara italiana na RAI e digo que o debate está esquentando.
Alguns deputados argumentam que é necessário fazer restrições ao "jus sanguinis". Os mais extremistas querem limitar a transmissão da cidadania a filhos e netos de Italianos. Outros, mais parcimoniosos, apoiam a introdução do "jus soli" como princípio fundamental para a obtenção do direito.
Há algum tempo estou em contato com o gabinete do Senador Italiano Edoardo Pollastri. Resolvi procurá-lo porque o mesmo foi eleito por oriundis que residem na América Latina. Portanto, é o legítimo representante de nossos interesses no parlamento italiano.
Disse ao Senador que o consulado italiano no Rio possui pessoas qualificadas, que prestam um bom atendimento. Mas, que era importante verificarmos que o número é insuficiente para a demanda existente. Ele concordou e disse estar trabalhando para aumentar o efetivo dos consulados na América Latina.
Quanto as prováveis restrições ao "jus sanguinis", argumentei que seriam anti-constitucionais. Violam um dos mais importantes preceitos da democracia: a igualdade. É o mesmo que dizer a um bisneto de Italiano que ele não poderá mais requerer a cidadania a partir de determinada data. Enquanto, por exemplo, um primo que tenha entrado com o pedido antes da mudança da lei, irá obtê-la. Isso é um absurdo!
O Senador Polastri sempre foi muito solícito, mostrou-se preocupado com todas essas questões. Escreveu um artigo muito interessante sobre os problemas consulares e o projeto de lei que tramita na câmara. O texto está disponível na página do Senador na internet. Clique aqui para ler.
Aos amigos,
a comune di Paola,
Marcos André Ceciliano
Alguns deputados argumentam que é necessário fazer restrições ao "jus sanguinis". Os mais extremistas querem limitar a transmissão da cidadania a filhos e netos de Italianos. Outros, mais parcimoniosos, apoiam a introdução do "jus soli" como princípio fundamental para a obtenção do direito.
Há algum tempo estou em contato com o gabinete do Senador Italiano Edoardo Pollastri. Resolvi procurá-lo porque o mesmo foi eleito por oriundis que residem na América Latina. Portanto, é o legítimo representante de nossos interesses no parlamento italiano.
Disse ao Senador que o consulado italiano no Rio possui pessoas qualificadas, que prestam um bom atendimento. Mas, que era importante verificarmos que o número é insuficiente para a demanda existente. Ele concordou e disse estar trabalhando para aumentar o efetivo dos consulados na América Latina.
Quanto as prováveis restrições ao "jus sanguinis", argumentei que seriam anti-constitucionais. Violam um dos mais importantes preceitos da democracia: a igualdade. É o mesmo que dizer a um bisneto de Italiano que ele não poderá mais requerer a cidadania a partir de determinada data. Enquanto, por exemplo, um primo que tenha entrado com o pedido antes da mudança da lei, irá obtê-la. Isso é um absurdo!
O Senador Polastri sempre foi muito solícito, mostrou-se preocupado com todas essas questões. Escreveu um artigo muito interessante sobre os problemas consulares e o projeto de lei que tramita na câmara. O texto está disponível na página do Senador na internet. Clique aqui para ler.
Aos amigos,
a comune di Paola,
Marcos André Ceciliano
domingo, agosto 05, 2007
E o Petróleo? Vai cair...
Aproveitem o domingo, porque o mercado de commodities vai ter uma semana agitada, principalmente no setor de energia. A crise do mercado imobiliário está gerando complicações para toda a economia americana.
A preocupação inicial é com o mercado de crédito, porque afeta diretamente o nível de consumo. A partir dessas projeções, é de se esperar que a economia americana entre em recessão. Por conseguinte, o consumo de energia será reduzido. As empresas operarão abaixo do produto potêncial, na tentativa de salvar suas margens.
Será mais uma semana de queda nas bolsas. Não há nenhum relatório a ser anunciado ou decisão governamental que possa mudar o atual quadro de incerteza. As commodities mais afetadas serão as do petróleo. Os índices com maiores perdas serão o "Dated Brent Spot" e o "Nymex Crude Future".
Aos amigos,
Jerry Lee Lewis,
Marcos André Ceciliano
A preocupação inicial é com o mercado de crédito, porque afeta diretamente o nível de consumo. A partir dessas projeções, é de se esperar que a economia americana entre em recessão. Por conseguinte, o consumo de energia será reduzido. As empresas operarão abaixo do produto potêncial, na tentativa de salvar suas margens.
Será mais uma semana de queda nas bolsas. Não há nenhum relatório a ser anunciado ou decisão governamental que possa mudar o atual quadro de incerteza. As commodities mais afetadas serão as do petróleo. Os índices com maiores perdas serão o "Dated Brent Spot" e o "Nymex Crude Future".
Aos amigos,
Jerry Lee Lewis,
Marcos André Ceciliano
quarta-feira, agosto 01, 2007
Na caixa-preta de voz...
Depois de muita especulação, foi divulgado o conteúdo da caixa-preta de voz do vôo 3054. Disponibilizei abaixo os últimos minutos da transcrição:
INÍCIO
18h45
Cabine: Pista à vista, pousando
Cabine: Pergunte à torre sobre condições de chuva, sobre a condição da pista e se pista está escorregadia
Cabine: TAM em aproximação final, a duas milhas de distância, poderia confirmar condições
18h47
Torre: Está molhado e ainda está escorregadio.... Eu reportarei que a 35 está liberada ao 3054.
Cabine: TAM 3054, 35 à esquerda, autorizado para pousar. A pista está molhada e escorregadia
Torre: Pouso está liberado
Cabine: Pouso está liberado. Pouso verde, vôo manual
Som do piloto automático sendo desconectado
Cabine: Checado
Som de três cliques indicando reversão para vôo manual
18h48
Som do movimento do acelerar
Som do aumento do barulho do motor
Primeiro-oficial: Reverso número um apenas. Spolier (freio) nada.
Piloto: Olhe isso
Primeiro-oficial: Desacelera, desacelera
Piloto: Eu não consigo, eu não consigo
Piloto: Oh, meu Deus.. Oh, meu Deus
Primeiro-oficial: Vai, vai.. vira, vira
Primeiro-oficial: Vira, vira.. Pára.
Som de barulhos de batida
Microfone de cabine: Ah, não (voz masculina)
Pausa nos barulhos de batida, sons de gritos, sons de barulho de batida
FIM
De acordo com os diálogos registrados na caixa-preta, os pilotos não reclamaram de aguaplanagem durante a tentativa de pouso. Ou seja, a culpa que foi atribuída a pista de congonhas e, por conseguinte, ao governo e suas agências reguladoras, não se comprova.
Os dados de voz também serviram para descartar uma das hipóteses mais aclamadas por especialistas do setor: a de que os pilotos não estavam cientes da ausência do reversor direito. A fala do primeiro-oficial, às 18h48, é clara nesse sentido: "Reverso número um apenas".
Entretanto, surgiu algo novo. Segundo a trancrição, o piloto tentou frear a aeronave através dos spoilers e não conseguiu. Um dado que nos remete a falha mecânica. Algo que poderá ser comprovado quando da análise do conteúdo da segunda caixa-preta.
Erro humano! Esse é o consenso entre a maioria dos especialistas sobre a causa do acidente. A manete de controle do motor direito foi mantida na posição de aceleração, quando deveria estar em marcha lenta. Então, os sistemas eletrônicos da aeronave teriam interpretado que o piloto estava tentando arremeter. Talvez, por essa razão, o sistema de freio não tenha respondido. Pode ter sido inibido pelo computador de bordo.
É importante lembrar que o piloto não tem controle total sobre a aeronave. Com o avanço tecnológico, ele se tornou um mero supervisor, preso as rotinas determinadas pelos sistemas de navegação. No fim, ele dá comandos a um computador que pilota a aeronave. Triste constatação!
Aos meus amigos,
os comentários de Carta,
Marcos André Ceciliano
INÍCIO
18h45
Cabine: Pista à vista, pousando
Cabine: Pergunte à torre sobre condições de chuva, sobre a condição da pista e se pista está escorregadia
Cabine: TAM em aproximação final, a duas milhas de distância, poderia confirmar condições
18h47
Torre: Está molhado e ainda está escorregadio.... Eu reportarei que a 35 está liberada ao 3054.
Cabine: TAM 3054, 35 à esquerda, autorizado para pousar. A pista está molhada e escorregadia
Torre: Pouso está liberado
Cabine: Pouso está liberado. Pouso verde, vôo manual
Som do piloto automático sendo desconectado
Cabine: Checado
Som de três cliques indicando reversão para vôo manual
18h48
Som do movimento do acelerar
Som do aumento do barulho do motor
Primeiro-oficial: Reverso número um apenas. Spolier (freio) nada.
Piloto: Olhe isso
Primeiro-oficial: Desacelera, desacelera
Piloto: Eu não consigo, eu não consigo
Piloto: Oh, meu Deus.. Oh, meu Deus
Primeiro-oficial: Vai, vai.. vira, vira
Primeiro-oficial: Vira, vira.. Pára.
Som de barulhos de batida
Microfone de cabine: Ah, não (voz masculina)
Pausa nos barulhos de batida, sons de gritos, sons de barulho de batida
FIM
De acordo com os diálogos registrados na caixa-preta, os pilotos não reclamaram de aguaplanagem durante a tentativa de pouso. Ou seja, a culpa que foi atribuída a pista de congonhas e, por conseguinte, ao governo e suas agências reguladoras, não se comprova.
Os dados de voz também serviram para descartar uma das hipóteses mais aclamadas por especialistas do setor: a de que os pilotos não estavam cientes da ausência do reversor direito. A fala do primeiro-oficial, às 18h48, é clara nesse sentido: "Reverso número um apenas".
Entretanto, surgiu algo novo. Segundo a trancrição, o piloto tentou frear a aeronave através dos spoilers e não conseguiu. Um dado que nos remete a falha mecânica. Algo que poderá ser comprovado quando da análise do conteúdo da segunda caixa-preta.
Erro humano! Esse é o consenso entre a maioria dos especialistas sobre a causa do acidente. A manete de controle do motor direito foi mantida na posição de aceleração, quando deveria estar em marcha lenta. Então, os sistemas eletrônicos da aeronave teriam interpretado que o piloto estava tentando arremeter. Talvez, por essa razão, o sistema de freio não tenha respondido. Pode ter sido inibido pelo computador de bordo.
É importante lembrar que o piloto não tem controle total sobre a aeronave. Com o avanço tecnológico, ele se tornou um mero supervisor, preso as rotinas determinadas pelos sistemas de navegação. No fim, ele dá comandos a um computador que pilota a aeronave. Triste constatação!
Aos meus amigos,
os comentários de Carta,
Marcos André Ceciliano
segunda-feira, julho 30, 2007
Obama está ganhando os EUA...
Barack Obama, é capa do "The New York Times" mais uma vez. Na edição dessa segunda, o jornal traz uma reportagem completa sobre o senador, que ameaça tomar de Hillary Clinton a indicação do partido democrata.
É engraçado constatar que Hillary é senadora por New York e não tem o mesmo espaço jornalístico que o representante de Illinois. Parece que Obama conseguiu ganhar a imprensa do estado, uma aliada muito importante em uma campanha presidencial.
A jornalista Janny Scott não poupou elogios ao pré-candidato, chegou a dizer que o senador foi um dos poucos democratas progressistas dentro de um regime de forte controle republicano. Um comentário não muito imparcial.
A matéria também ressalta o bom desempenho legislativo do presidenciável. O ponto alto é uma tabela com os projetos de lei mais importantes do senador. Disponibilizei os dados abaixo:
SAÚDE
Não aprovados:
1999 - Emenda a constituição de Illinois que garante à população do estado acesso a todos os serviços de saúde gratuitamente.
2005 - Projeto de lei autorizando a pesquisa de células-tronco
Aprovados:
2003 - Medidas para garantir acesso livre a serviços de saúde para aqueles que estão abaixo da linha da pobreza.
2004 - Projeto de lei que determina a criação de uma comissão para determinar um plano de saúde universal para o estado de Illinois.
POBREZA
Aprovados:
1997 - Projeto de lei que determina um estudo de longo prazo sobre as taxas de pobreza, tornando a informação acessível a universidades e institutos de pesquisa.
1999 - Projeto de lei que determina o treino de agentes federais de saúde.
VIOLÊNCIA
Aprovados:
1997 - Projeto de lei para a criação de um programa para reintegrar jovens delinquentes que cumpriram pena a suas comunidades.
2003 - Projeto de lei que obriga políciais a gravar as sessões de interrogatório de suspeitos.
DIREITOS CIVIS
Não aprovados:
2005 - Projeto de lei que torna crime a discriminação sexual.
Aprovados:
2003 - Projeto de lei que visa acabar com a discriminação racial no trânsito.
ÉTICA
Não aprovados:
2005 - Projeto de lei para a criação de um fundo para as eleições da Suprema Corte.
Aprovados:
1998 - Projeto de lei que proíbe a aceitação de presentes de lobbystas e o uso pessoal do dinheiro de campanhas políticas.
2003 - Projeto de lei que autoriza os inspetores do estado a investigar as violações.
MEIO AMBIENTE
Não aprovados:
2005 - Projeto de lei que determina o uso de certo percentual de energia renovável nas indústrias.
CONTROLE DE ARMAS
Não aprovados:
2001 - Projeto de lei para a criação de um cartão de indentificação dos portadores de armas durante o processo de registro.
IMIGRAÇÃO
Aprovados:
2003 - Projeto de lei que determina a criação de um escritório de imigração com serviços educacionais e de registro.
Já fiz várias críticas ao sistema de colégios eleitorais dos EUA, que considero antidemocrático. Mesmo porque, como foi provado na primeira eleição de George W. Bush, nem sempre prevalece a escolha da maioria. Para os que não se lembram do ocorrido, o candidato democrata, Al Gore, conseguiu maioria em votos, mas, não em colégios eleitorais. Então, Bush foi declarado presidente.
Entretanto, preciso admitir que é um país que leva as primárias a sério. O processo é transparente, com debates na televisão e interatividade com o público. Não existem indicações de caciques, como na política brasileira. Os candidatos precisam mostrar que tem mais chances do que os outros. Bem que podia ser assim na minha cidade...
Aos meus amigos,
Norah Jones,
Marcos André Ceciliano
É engraçado constatar que Hillary é senadora por New York e não tem o mesmo espaço jornalístico que o representante de Illinois. Parece que Obama conseguiu ganhar a imprensa do estado, uma aliada muito importante em uma campanha presidencial.
A jornalista Janny Scott não poupou elogios ao pré-candidato, chegou a dizer que o senador foi um dos poucos democratas progressistas dentro de um regime de forte controle republicano. Um comentário não muito imparcial.
A matéria também ressalta o bom desempenho legislativo do presidenciável. O ponto alto é uma tabela com os projetos de lei mais importantes do senador. Disponibilizei os dados abaixo:
SAÚDE
Não aprovados:
1999 - Emenda a constituição de Illinois que garante à população do estado acesso a todos os serviços de saúde gratuitamente.
2005 - Projeto de lei autorizando a pesquisa de células-tronco
Aprovados:
2003 - Medidas para garantir acesso livre a serviços de saúde para aqueles que estão abaixo da linha da pobreza.
2004 - Projeto de lei que determina a criação de uma comissão para determinar um plano de saúde universal para o estado de Illinois.
POBREZA
Aprovados:
1997 - Projeto de lei que determina um estudo de longo prazo sobre as taxas de pobreza, tornando a informação acessível a universidades e institutos de pesquisa.
1999 - Projeto de lei que determina o treino de agentes federais de saúde.
VIOLÊNCIA
Aprovados:
1997 - Projeto de lei para a criação de um programa para reintegrar jovens delinquentes que cumpriram pena a suas comunidades.
2003 - Projeto de lei que obriga políciais a gravar as sessões de interrogatório de suspeitos.
DIREITOS CIVIS
Não aprovados:
2005 - Projeto de lei que torna crime a discriminação sexual.
Aprovados:
2003 - Projeto de lei que visa acabar com a discriminação racial no trânsito.
ÉTICA
Não aprovados:
2005 - Projeto de lei para a criação de um fundo para as eleições da Suprema Corte.
Aprovados:
1998 - Projeto de lei que proíbe a aceitação de presentes de lobbystas e o uso pessoal do dinheiro de campanhas políticas.
2003 - Projeto de lei que autoriza os inspetores do estado a investigar as violações.
MEIO AMBIENTE
Não aprovados:
2005 - Projeto de lei que determina o uso de certo percentual de energia renovável nas indústrias.
CONTROLE DE ARMAS
Não aprovados:
2001 - Projeto de lei para a criação de um cartão de indentificação dos portadores de armas durante o processo de registro.
IMIGRAÇÃO
Aprovados:
2003 - Projeto de lei que determina a criação de um escritório de imigração com serviços educacionais e de registro.
Já fiz várias críticas ao sistema de colégios eleitorais dos EUA, que considero antidemocrático. Mesmo porque, como foi provado na primeira eleição de George W. Bush, nem sempre prevalece a escolha da maioria. Para os que não se lembram do ocorrido, o candidato democrata, Al Gore, conseguiu maioria em votos, mas, não em colégios eleitorais. Então, Bush foi declarado presidente.
Entretanto, preciso admitir que é um país que leva as primárias a sério. O processo é transparente, com debates na televisão e interatividade com o público. Não existem indicações de caciques, como na política brasileira. Os candidatos precisam mostrar que tem mais chances do que os outros. Bem que podia ser assim na minha cidade...
Aos meus amigos,
Norah Jones,
Marcos André Ceciliano
sábado, julho 28, 2007
Pior semana de Wall Street em 5 anos...
Sexta-feira foi um dia negro para Wall Street, muitas ações caíram abruptamente. O desastre parecia anunciado desde quinta, quando o mercado foi notificado sobre as baixas projeções de crescimento da economia americana.
Foi a pior semana do mercado financeiro americano nos últimos 5 anos. O índice Standard & Poor’s amargou perda de 5%, logo após muitos investidores realizarem lucros na última hora de pregão.
O índice Dow Jones recuou 208,10 pontos ontem e 311,50 pontos na quinta. O acumulado de perdas na semana foi de 4,23%.
O mercado de ações tem se tornado muito volátil nos últimos meses por conta da retração do mercado imobiliário e problemas no mercado de crédito. Ao mesmo tempo em que China, Índia e Europa estão mantendo a economia mundial aquecida.
"A economia ainda é forte, a taxa de desemprego é baixa e o resto do mundo está em boom", disse Liz Ann Sonders, estrategista chefe de investimentos da Charles Schwab. “Mas, existem deficiências aqui e elas parecem estar ganhando a atenção do mercado, mais do que as componentes importantes. Esperamos que essa percepção mude.”
Ainda ontem, o presidente Bush e quatro de seus melhores economistas tentaram desmistificar o alarde causado pelo mercado. Eles citaram o relatório do Dep. de Comércio que demonstrava que a economia se recuperou nos três meses que terminaram em junho, com crescimento de 3,4%.
“O mundo é forte, a economia do mundo é forte. Acredito que uma das razões para isso é que ainda somos fortes.”, disse o presidente Bush.
No início do dia, os mercados ensaiaram uma recuperação. No entanto, investidores discordavam do último relatório econômico e das palavras do governo.
O preço do barril de petróleo fechou em $77,02, pouco abaixo de seu recorde. As notas do tesouro sofreram pouca alteração, enquanto a yeld dos títulos continuaram a cair. O mercado asiático teve um dos piores dias do ano, com queda de 2,4% no índice. A única exceção foi a China, que tem mercado misto.
Tive a oportunidade de ler o relatório do departamento de comércio. Resumidamente, mostra que os gastos do governo e as exportações foram o carro-chefe do segundo trimestre. Também aponta que a preocupação de alguns economistas com os gastos em consumo diminuíram de forma significativa, para 1,3% no segundo trimestre. O índice havia registrado 3,7% no primeiro.
Mas, a preocupação dos investidores tem duas componentes principais: a taxa de juros e a dificuldade de consumidores e empresas em conseguir empréstimos.
Tobias M. Levkovich, estrategista do Citigroup, disse que os investidores da bolsa ficaram assustados com as mudanças no mercado de crédito, ignorando até mesmo outros fatores que costumam determinar o preço das ações, como o lucro das empresas.
No mercado de ações, os setores de tecnologia da informação, energia e saúde tiveram as maiores quedas. Levkovich acha que as vendas na última hora de pregão foram um ato de realização de lucros e lembrou que o setor de energia acumulava alta de 19% no ano.
Os investidores devem ter pensado "fiz dinheiro aqui e quero manter meus ganhos", disse Levkovich.
Aos amigos,
Good Will hunting,
Marcos André Ceciliano
Foi a pior semana do mercado financeiro americano nos últimos 5 anos. O índice Standard & Poor’s amargou perda de 5%, logo após muitos investidores realizarem lucros na última hora de pregão.
O índice Dow Jones recuou 208,10 pontos ontem e 311,50 pontos na quinta. O acumulado de perdas na semana foi de 4,23%.
O mercado de ações tem se tornado muito volátil nos últimos meses por conta da retração do mercado imobiliário e problemas no mercado de crédito. Ao mesmo tempo em que China, Índia e Europa estão mantendo a economia mundial aquecida.
"A economia ainda é forte, a taxa de desemprego é baixa e o resto do mundo está em boom", disse Liz Ann Sonders, estrategista chefe de investimentos da Charles Schwab. “Mas, existem deficiências aqui e elas parecem estar ganhando a atenção do mercado, mais do que as componentes importantes. Esperamos que essa percepção mude.”
Ainda ontem, o presidente Bush e quatro de seus melhores economistas tentaram desmistificar o alarde causado pelo mercado. Eles citaram o relatório do Dep. de Comércio que demonstrava que a economia se recuperou nos três meses que terminaram em junho, com crescimento de 3,4%.
“O mundo é forte, a economia do mundo é forte. Acredito que uma das razões para isso é que ainda somos fortes.”, disse o presidente Bush.
No início do dia, os mercados ensaiaram uma recuperação. No entanto, investidores discordavam do último relatório econômico e das palavras do governo.
O preço do barril de petróleo fechou em $77,02, pouco abaixo de seu recorde. As notas do tesouro sofreram pouca alteração, enquanto a yeld dos títulos continuaram a cair. O mercado asiático teve um dos piores dias do ano, com queda de 2,4% no índice. A única exceção foi a China, que tem mercado misto.
Tive a oportunidade de ler o relatório do departamento de comércio. Resumidamente, mostra que os gastos do governo e as exportações foram o carro-chefe do segundo trimestre. Também aponta que a preocupação de alguns economistas com os gastos em consumo diminuíram de forma significativa, para 1,3% no segundo trimestre. O índice havia registrado 3,7% no primeiro.
Mas, a preocupação dos investidores tem duas componentes principais: a taxa de juros e a dificuldade de consumidores e empresas em conseguir empréstimos.
Tobias M. Levkovich, estrategista do Citigroup, disse que os investidores da bolsa ficaram assustados com as mudanças no mercado de crédito, ignorando até mesmo outros fatores que costumam determinar o preço das ações, como o lucro das empresas.
No mercado de ações, os setores de tecnologia da informação, energia e saúde tiveram as maiores quedas. Levkovich acha que as vendas na última hora de pregão foram um ato de realização de lucros e lembrou que o setor de energia acumulava alta de 19% no ano.
Os investidores devem ter pensado "fiz dinheiro aqui e quero manter meus ganhos", disse Levkovich.
Aos amigos,
Good Will hunting,
Marcos André Ceciliano
segunda-feira, julho 23, 2007
A RCTV está de volta...
Sete semanas após ter saído do ar, quando da não-renovação de sua licensa de transmissão pelo governo Chávez, a RCTV está de volta. Mas, o canal está disponível apenas para 2/5 dos venezuelanos, os que tem acesso à tv a cabo ou via satélite.
O ressurgimento da estação prova que os críticos internacionais estavam errados, disse o presidente da Venezuela. A RCTV poderia ter se tornado um canal fechado imediatamente após o corte do sinal, mas, preferiu não fazê-lo para causar sensacionalismo, completou.
Como economista, digo que o problema da RCTV hoje é administrativo, já que a licensa, ao que tudo indica, não tem chances de ser renovada. Então, a solução é adequar a estrutura macro do canal para um modelo inferior, com retornos baixos. Os desdobramentos previsíveis são: demissão de funcionários, alteração da grade e fim dos contratos de exclusividade.
A TVes, emissora que ocupou o slot(canal 2) da RCTV, tem atingido 10% da audiência da antecessora. A razão para isso é simples: TVes é uma emissora de serviço público. Exibe alguns programas de produturas independentes, mas estes são de baixa qualidade.
Entretanto, nem os canais fechados estão livres do controle governamental, disse o Ministro das Comunicações da Venezuela. Ao contrário do caso brasileiro, o governo Chávez estuda a possibilidade de que os canais a cabo ou via satélite sejam obrigados a transmitir discursos do presidente à nação, todos não remunerados.
O caso da RCTV trouxe a Chávez um prejuízo incomensurável em sua imagem internacional, e instigou a oposição dentro da Venezuela. Alguns institutos de pesquisa, como a Hinterlaces, sugerem que a popularidade de Chávez foi abalada pelo fechamento da RCTV. Em contrapartida, Félix Seijas, respeitável pesquisador, diz que a aprovação do presidente continua na casa dos 70%.
O maior beneficiado pela não-renovação da concessão da RCTV foi Gustavo Cisneros, proprietário da maior emissora rival, a Venevisión. Cisneros, que apoiava a oposição, é acusado de ter feito um acordo com o governo Chávez. Em um editorial de seu canal, ele acusou "certas figuras do governo" de quererem apenas notícias favoráveis ao regime. Mas, também disse que não é papel de uma emissora tomar parte em um conflito político. Ao que tudo indica, ninguém quer desagradar o rei.
Aos meus amigos,
os contos de Mandrake,
Marcos André Ceciliano
O ressurgimento da estação prova que os críticos internacionais estavam errados, disse o presidente da Venezuela. A RCTV poderia ter se tornado um canal fechado imediatamente após o corte do sinal, mas, preferiu não fazê-lo para causar sensacionalismo, completou.
Como economista, digo que o problema da RCTV hoje é administrativo, já que a licensa, ao que tudo indica, não tem chances de ser renovada. Então, a solução é adequar a estrutura macro do canal para um modelo inferior, com retornos baixos. Os desdobramentos previsíveis são: demissão de funcionários, alteração da grade e fim dos contratos de exclusividade.
A TVes, emissora que ocupou o slot(canal 2) da RCTV, tem atingido 10% da audiência da antecessora. A razão para isso é simples: TVes é uma emissora de serviço público. Exibe alguns programas de produturas independentes, mas estes são de baixa qualidade.
Entretanto, nem os canais fechados estão livres do controle governamental, disse o Ministro das Comunicações da Venezuela. Ao contrário do caso brasileiro, o governo Chávez estuda a possibilidade de que os canais a cabo ou via satélite sejam obrigados a transmitir discursos do presidente à nação, todos não remunerados.
O caso da RCTV trouxe a Chávez um prejuízo incomensurável em sua imagem internacional, e instigou a oposição dentro da Venezuela. Alguns institutos de pesquisa, como a Hinterlaces, sugerem que a popularidade de Chávez foi abalada pelo fechamento da RCTV. Em contrapartida, Félix Seijas, respeitável pesquisador, diz que a aprovação do presidente continua na casa dos 70%.
O maior beneficiado pela não-renovação da concessão da RCTV foi Gustavo Cisneros, proprietário da maior emissora rival, a Venevisión. Cisneros, que apoiava a oposição, é acusado de ter feito um acordo com o governo Chávez. Em um editorial de seu canal, ele acusou "certas figuras do governo" de quererem apenas notícias favoráveis ao regime. Mas, também disse que não é papel de uma emissora tomar parte em um conflito político. Ao que tudo indica, ninguém quer desagradar o rei.
Aos meus amigos,
os contos de Mandrake,
Marcos André Ceciliano
domingo, julho 22, 2007
Discussão na F1: Alonso x Massa
O domingo foi frustrante para os brasileiros que assistiram a corrida de F1. Após uma largada inusitada, em que muitos carros rodaram por causa da pista molhada, ocorreu a entrada do Safety car. Na relargada, Felipe Massa assumiu a ponta e liderou quase toda a prova, chegou a colocar 7.1 seg de vantagem em relação a Mclaren de Fernando Alonso.
Infelizmente, a meteorologia não ajudou o piloto da Ferrari. Nas últimas voltas, começou a chover bastante e a Mclaren teve melhor rendimento. Massa foi ultrapassado por Alonso faltando apenas 3 voltas para a bandeirada.
O desfecho é conhecido por todos. No retorno aos boxes, Alonso foi sensacionalista e chamou a câmera para mostrar o estrago causado em seu F1 quando da ultrapassagem. O piloto espanhol entrou na sala de staff e começou uma discussão com Massa. Assista a troca de insultos no vídeo abaixo:
Mas, não foi isso que me chamou a atenção nesse GP. Estava lendo o Herald Tribune hoje quando me deparei com a seguinte notícia: "John Surtees kicked out of Ferrari garage".
Segundo Agnès Carlier, John Surtees foi expulso dos boxes da Ferrari no sábado. Ao ser questionado sobre o episódio, Surtees respondeu: "Fui empurrado para fora do stand da Ferrari. Logo eu, campeão mundial da Ferrari em 1964, corredor de 111 grandes prêmios. Ninguém me reconheceu e eles pensaram que eu era um fã tentando entrar no stand".
Mas, faltava escutar a versão da Ferrari. A explicação estava hoje no The New York Times, na coluna de esportes. O responsável pelo editorial escreveu: Não houve mal-entendido. A Ferrari não permitiu a entrada de Surtees porque ele trocou a festa de aniversário da construtora pelo festival Goodwood.
Aos amigos,
a ausência de Hamilton,
Marcos André Ceciliano
Infelizmente, a meteorologia não ajudou o piloto da Ferrari. Nas últimas voltas, começou a chover bastante e a Mclaren teve melhor rendimento. Massa foi ultrapassado por Alonso faltando apenas 3 voltas para a bandeirada.
O desfecho é conhecido por todos. No retorno aos boxes, Alonso foi sensacionalista e chamou a câmera para mostrar o estrago causado em seu F1 quando da ultrapassagem. O piloto espanhol entrou na sala de staff e começou uma discussão com Massa. Assista a troca de insultos no vídeo abaixo:
Mas, não foi isso que me chamou a atenção nesse GP. Estava lendo o Herald Tribune hoje quando me deparei com a seguinte notícia: "John Surtees kicked out of Ferrari garage".
Segundo Agnès Carlier, John Surtees foi expulso dos boxes da Ferrari no sábado. Ao ser questionado sobre o episódio, Surtees respondeu: "Fui empurrado para fora do stand da Ferrari. Logo eu, campeão mundial da Ferrari em 1964, corredor de 111 grandes prêmios. Ninguém me reconheceu e eles pensaram que eu era um fã tentando entrar no stand".
Mas, faltava escutar a versão da Ferrari. A explicação estava hoje no The New York Times, na coluna de esportes. O responsável pelo editorial escreveu: Não houve mal-entendido. A Ferrari não permitiu a entrada de Surtees porque ele trocou a festa de aniversário da construtora pelo festival Goodwood.
Aos amigos,
a ausência de Hamilton,
Marcos André Ceciliano
sábado, julho 21, 2007
William Waack e a grande imprensa...
Na quinta-feira, a coluna do jornalista William Waack (Portal G1), trazia um texto muito tendencioso sobre os desdobramentos internacionais do acidente com o vôo 3054.
Fiquei consternado com a seguinte afirmação do jornalista:
Já é altíssimo o “custo” de imagem para o governo brasileiro – que gosta de afirmar que “nunca antes este país” foi tão ouvido e respeitado lá fora (uma bobagem arrasada seguidamente pelos fatos, aliás).
O comentário foi parcial, desmedido e inflamado. Mesmo porque, quando da publicação do texto, não existia nenhum indício ou prova que incriminasse a pista do aeroporto de Congonhas e, por conseguinte, a gestão do governo federal.
A grande imprensa está fazendo uma campanha para desmoralizar o governo, atribuindo ao mesmo falta de capacidade gerencial. Nesse contexto, vale ressaltar que os orgãos governamentais responsáveis pela fiscalização dos aeroportos, ANAC e Infraero, possuem diretores fixos que são sabatinados e aprovados pelo Congresso Nacional.
Em repúdio a matéria, escrevi o seguinte comentário na coluna do jornalista.
"Bom, o JN noticiou que essa mesma aeronave da TAM teve problemas no dia anterior, justamente na hora do pouso. Interessante, não? E agora, foi negligência de quem? É o presidente Lula quem faz a manutenção dos aviões da TAM? Por que uma aeronave semelhante fez um pouso perfeito 3 minutos antes e justamente a que deu problema não?
Eu estou estarrecido com essa tragédia. A morte dessas pessoas é algo lamentável. Mas, não se pode transformar algo assim em mais uma bravata contra o governo. Existem muitos problemas administrativos no Brasil e grande parte por conta do nosso sistema político. Gostaria que lembrassem que o cargo de Presidente da República é representativo, não gerencial.
Os críticos esquecem que existem no governo pessoas com formações excepcionais, altamente eficientes. São elas que comandam o país. O acidente não foi causado pelas condições da pista, mas, por conta da incapacidade do avião em reduzir a velocidade. Se foi erro humano, ainda não sabemos. O resto que se noticia é jogo baixo."
Aos amigos,
"sem você" de Chico Buarque,
Marcos André Ceciliano
Fiquei consternado com a seguinte afirmação do jornalista:
Já é altíssimo o “custo” de imagem para o governo brasileiro – que gosta de afirmar que “nunca antes este país” foi tão ouvido e respeitado lá fora (uma bobagem arrasada seguidamente pelos fatos, aliás).
O comentário foi parcial, desmedido e inflamado. Mesmo porque, quando da publicação do texto, não existia nenhum indício ou prova que incriminasse a pista do aeroporto de Congonhas e, por conseguinte, a gestão do governo federal.
A grande imprensa está fazendo uma campanha para desmoralizar o governo, atribuindo ao mesmo falta de capacidade gerencial. Nesse contexto, vale ressaltar que os orgãos governamentais responsáveis pela fiscalização dos aeroportos, ANAC e Infraero, possuem diretores fixos que são sabatinados e aprovados pelo Congresso Nacional.
Em repúdio a matéria, escrevi o seguinte comentário na coluna do jornalista.
"Bom, o JN noticiou que essa mesma aeronave da TAM teve problemas no dia anterior, justamente na hora do pouso. Interessante, não? E agora, foi negligência de quem? É o presidente Lula quem faz a manutenção dos aviões da TAM? Por que uma aeronave semelhante fez um pouso perfeito 3 minutos antes e justamente a que deu problema não?
Eu estou estarrecido com essa tragédia. A morte dessas pessoas é algo lamentável. Mas, não se pode transformar algo assim em mais uma bravata contra o governo. Existem muitos problemas administrativos no Brasil e grande parte por conta do nosso sistema político. Gostaria que lembrassem que o cargo de Presidente da República é representativo, não gerencial.
Os críticos esquecem que existem no governo pessoas com formações excepcionais, altamente eficientes. São elas que comandam o país. O acidente não foi causado pelas condições da pista, mas, por conta da incapacidade do avião em reduzir a velocidade. Se foi erro humano, ainda não sabemos. O resto que se noticia é jogo baixo."
Aos amigos,
"sem você" de Chico Buarque,
Marcos André Ceciliano
sexta-feira, julho 20, 2007
O homem que amava a Bahia...
Muitas pessoas estranharão o conteúdo desse artigo: uma homenagem ao político baiano Antônio Carlos Magalhães, que morreu nessa sexta-feira.
Não pretendo abordar os escândalos dos quais essa personalidade pública foi protagonista. Mesmo porque, aprendi a duras penas que, na política, nem tudo que é noticiado, está de acordo com a realidade dos fatos.
Uma coisa é certa: durante a carreira de ACM, mais importante que as bravatas, foram os esforços para a defesa dos interesses da Bahia. Por isso sempre foi reconhecido por seu povo, independente das pressões midiáticas.
Apesar de possuir o cinismo característico da direita, entendia exatamente como funcionava o Brasil. Seus pronunciamentos eram marcantes em vários aspectos, principalmente na veemência das argumentações.
Lembro de uma entrevista de ACM a Rolling Stone que me marcou profundamente. Perguntado sobre a ascenção dos evangélicos ao poder, ele respondeu:
“Seja como for, tudo tem um benefício. A própria igreja evangélica do Reino de Deus, essa que pega seus dízimos e carrega de avião, essa que toma dos pobres; ela cria uma esperança, e criando uma esperança naqueles mais carentes – naqueles miseráveis – evidentemente é sempre bom, porque evita o desespero que é contagiante e que pode causar revoluções maiores no país”.
Muitos acreditam que a vitória do petista Jacques Wagner, na eleição estadual, determinou o fim do carlismo. Os que pensam assim estão enganados! Nem a morte de ACM acaba com o carlismo. Essa forma de se fazer política, instituída pela direita Baiana, está enraizada no subconsciente de seu povo.
A nova geração do carlismo está dando mostras de que pode retomar o poder no estado. Uma das figuras que mais se destacam é o herdeiro político direto de ACM, seu neto.
Conversei com ACM Neto algumas vezes e não escondo minha admiração para com a sua personalidade. É um jovem de fibra, determinado. Está sempre disposto a defender aquilo que considera correto, as verdades da sua ideologia política.
Seu avô era um fenômeno, perpetuou o nome da família na esfera governamental. Sem medo de errar, respondo qual o segredo para o sucesso de sua carreira política: ACM amava a Bahia.
Aos amigos,
"Carcará",
Marcos André Ceciliano
Não pretendo abordar os escândalos dos quais essa personalidade pública foi protagonista. Mesmo porque, aprendi a duras penas que, na política, nem tudo que é noticiado, está de acordo com a realidade dos fatos.
Uma coisa é certa: durante a carreira de ACM, mais importante que as bravatas, foram os esforços para a defesa dos interesses da Bahia. Por isso sempre foi reconhecido por seu povo, independente das pressões midiáticas.
Apesar de possuir o cinismo característico da direita, entendia exatamente como funcionava o Brasil. Seus pronunciamentos eram marcantes em vários aspectos, principalmente na veemência das argumentações.
Lembro de uma entrevista de ACM a Rolling Stone que me marcou profundamente. Perguntado sobre a ascenção dos evangélicos ao poder, ele respondeu:
“Seja como for, tudo tem um benefício. A própria igreja evangélica do Reino de Deus, essa que pega seus dízimos e carrega de avião, essa que toma dos pobres; ela cria uma esperança, e criando uma esperança naqueles mais carentes – naqueles miseráveis – evidentemente é sempre bom, porque evita o desespero que é contagiante e que pode causar revoluções maiores no país”.
Muitos acreditam que a vitória do petista Jacques Wagner, na eleição estadual, determinou o fim do carlismo. Os que pensam assim estão enganados! Nem a morte de ACM acaba com o carlismo. Essa forma de se fazer política, instituída pela direita Baiana, está enraizada no subconsciente de seu povo.
A nova geração do carlismo está dando mostras de que pode retomar o poder no estado. Uma das figuras que mais se destacam é o herdeiro político direto de ACM, seu neto.
Conversei com ACM Neto algumas vezes e não escondo minha admiração para com a sua personalidade. É um jovem de fibra, determinado. Está sempre disposto a defender aquilo que considera correto, as verdades da sua ideologia política.
Seu avô era um fenômeno, perpetuou o nome da família na esfera governamental. Sem medo de errar, respondo qual o segredo para o sucesso de sua carreira política: ACM amava a Bahia.
Aos amigos,
"Carcará",
Marcos André Ceciliano
segunda-feira, julho 16, 2007
Não critique aquilo que não pode entender...
O título do post é uma frase da música "Times they are a-changin'", de Bob Dylan. Uma composição genial do mestre do folk americano.
Acabei não comentando a vaia orquestrada, da qual foi vítima o presidente da República. Existem muitos pontos a serem analisados nesse episódio.
O primeiro e mais relevante é que a amostra populacional presente no estádio não representa qualitativamente a população do Rio de Janeiro, muito menos pode ser usada como referência para avaliação da aprovação do governo Lula.
A evidência mais contundente do que acabo de enunciar foram os preços dos ingressos para a cerimônia de abertura do Pan, os mais baratos custavam R$ 100,00. Ou seja, a população de baixa renda, maioria em nosso estado, não pôde comparecer ao estádio.
Além disso, vale ressaltar que é de se estranhar que vaiem o presidente seguidamente e não façam o mesmo com o prefeito do Rio. Motivos para vaiar o governo César Maia não faltam, já que vivemos na cidade mais violenta e com os piores índices de educação e saúde do país.
A verdade dos números é que o governo Lula investiu R$ 1,8 bilhão no Pan, R$ 400 milhões a mais do que a prefeitura do Rio. Entretanto, o prefeito da cidade sempre insistiu na paternidade do evento. Ele deveria se preocupar com as obras superfaturadas da estrutura e com os contratos de publicidade em investigação.
O mais estúpido é a soberba da classe média do Rio. Convivo quase que diariamente com pessoas que chamam o presidente de analfabeto, incompetente e corrupto. O engraçado é que não possuem um único dado para demonstrar que o governo anterior foi melhor que esse.
É o discurso do preconceito, o repúdio pelo fato do presidente não falar inglês e não ter curso superior. As pessoas não diriam “vagabundo”, “burro” e “imbecil” para um professor como o Fernando Henrique Cardoso, sociólogo e poliglota, ou mesmo para um representante da elite nordestina como o Collor. Mas, em contrapartida, se acham no direito de chamar o presidente Lula do que bem entendem. Isso é um absurdo! Eu tenho vergonha dessa gente.
Fico com as palavras do mestre Buarque de Hollanda, quando da sua entrevista à Folha de São Paulo:
"Agora, a crítica que se faz ao PT erra a mão. Não só ao PT, mas principalmente ao Lula. Quando a oposição vem dizer que se trata do governo mais corrupto da história do Brasil, é preciso dizer 'espera aí'. Quando aquele senador tucano canastrão vai para a tribuna do Senado dizer que vai bater no Lula, dar porrada, quando chamam o Lula de vagabundo, de ignorante, aí estão errando muito a mão.
Governo mais corrupto da história? Onde está o corruptômetro? É preciso investigar. Tem que punir, sim. Mas vamos entender melhor as coisas."
Aos meus amigos,
a garra de Jade Barbosa,
Marcos André Ceciliano
Acabei não comentando a vaia orquestrada, da qual foi vítima o presidente da República. Existem muitos pontos a serem analisados nesse episódio.
O primeiro e mais relevante é que a amostra populacional presente no estádio não representa qualitativamente a população do Rio de Janeiro, muito menos pode ser usada como referência para avaliação da aprovação do governo Lula.
A evidência mais contundente do que acabo de enunciar foram os preços dos ingressos para a cerimônia de abertura do Pan, os mais baratos custavam R$ 100,00. Ou seja, a população de baixa renda, maioria em nosso estado, não pôde comparecer ao estádio.
Além disso, vale ressaltar que é de se estranhar que vaiem o presidente seguidamente e não façam o mesmo com o prefeito do Rio. Motivos para vaiar o governo César Maia não faltam, já que vivemos na cidade mais violenta e com os piores índices de educação e saúde do país.
A verdade dos números é que o governo Lula investiu R$ 1,8 bilhão no Pan, R$ 400 milhões a mais do que a prefeitura do Rio. Entretanto, o prefeito da cidade sempre insistiu na paternidade do evento. Ele deveria se preocupar com as obras superfaturadas da estrutura e com os contratos de publicidade em investigação.
O mais estúpido é a soberba da classe média do Rio. Convivo quase que diariamente com pessoas que chamam o presidente de analfabeto, incompetente e corrupto. O engraçado é que não possuem um único dado para demonstrar que o governo anterior foi melhor que esse.
É o discurso do preconceito, o repúdio pelo fato do presidente não falar inglês e não ter curso superior. As pessoas não diriam “vagabundo”, “burro” e “imbecil” para um professor como o Fernando Henrique Cardoso, sociólogo e poliglota, ou mesmo para um representante da elite nordestina como o Collor. Mas, em contrapartida, se acham no direito de chamar o presidente Lula do que bem entendem. Isso é um absurdo! Eu tenho vergonha dessa gente.
Fico com as palavras do mestre Buarque de Hollanda, quando da sua entrevista à Folha de São Paulo:
"Agora, a crítica que se faz ao PT erra a mão. Não só ao PT, mas principalmente ao Lula. Quando a oposição vem dizer que se trata do governo mais corrupto da história do Brasil, é preciso dizer 'espera aí'. Quando aquele senador tucano canastrão vai para a tribuna do Senado dizer que vai bater no Lula, dar porrada, quando chamam o Lula de vagabundo, de ignorante, aí estão errando muito a mão.
Governo mais corrupto da história? Onde está o corruptômetro? É preciso investigar. Tem que punir, sim. Mas vamos entender melhor as coisas."
Aos meus amigos,
a garra de Jade Barbosa,
Marcos André Ceciliano
sábado, junho 23, 2007
E a CPI da Anatel?
Em meio a tantas notícias que permeiam os períodicos brasileiros, uma passou despercebida: o fim prematuro da CPI da Anatel. Mas, tudo bem! Afinal, estamos no Brasil. A população e a grande mídia parecem mais preocupadas com os preparativos para os jogos do Pan e as fofocas do caso Renan Calheiros.
Interessante é o fato de que a CPI terminou sem relatório, votações e, para o espanto da maioria, sem reuniões. Isso mesmo! A comissão deu início aos trabalhos na terça-feira(19) e foi finalizada nesta quinta(21). Um processo burocrático foi o responsável por essa curta trajetória. Segundo o secretário-geral da Câmara, Mozart Vianna, houve uma falha na conferência das assinaturas.
Tudo aconteceu por causa de Diógenes Basegio, que permaneceu como deputado até 17 de abril, enquanto suplente de Enio Bacci (PDT-RS) e não poderia ter sua assinatura no pedido de CPI quando este foi protocolado, em 30 de maio. Como o pedido atingia apenas o mínimo de 171 assinaturas, a perda de uma única foi suficiente para seu arquivamento.
Para os que desconhecem o objetivo da supracitada CPI, ela pretendia investigar os contratos celebrados entre a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e as empresas de outorgatárias dos serviços públicos na área de telefonia móvel e fixa, no período de 1997 a 2007.
A pergunta que não quer calar: Por que as CPI's que podem gerar relatórios significativos sempre são abafadas?
Aos amigos,
"Que será" do Chico Buarque,
Marcos André Ceciliano
Interessante é o fato de que a CPI terminou sem relatório, votações e, para o espanto da maioria, sem reuniões. Isso mesmo! A comissão deu início aos trabalhos na terça-feira(19) e foi finalizada nesta quinta(21). Um processo burocrático foi o responsável por essa curta trajetória. Segundo o secretário-geral da Câmara, Mozart Vianna, houve uma falha na conferência das assinaturas.
Tudo aconteceu por causa de Diógenes Basegio, que permaneceu como deputado até 17 de abril, enquanto suplente de Enio Bacci (PDT-RS) e não poderia ter sua assinatura no pedido de CPI quando este foi protocolado, em 30 de maio. Como o pedido atingia apenas o mínimo de 171 assinaturas, a perda de uma única foi suficiente para seu arquivamento.
Para os que desconhecem o objetivo da supracitada CPI, ela pretendia investigar os contratos celebrados entre a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e as empresas de outorgatárias dos serviços públicos na área de telefonia móvel e fixa, no período de 1997 a 2007.
A pergunta que não quer calar: Por que as CPI's que podem gerar relatórios significativos sempre são abafadas?
Aos amigos,
"Que será" do Chico Buarque,
Marcos André Ceciliano
quinta-feira, junho 21, 2007
O vento que aquece a Europa
Bom, há muito não escrevo com tanta regularidade. A falta de tempo, em decorrência da campanha eleitoral, foi a razão da minha ausência. Mas, como a convenção do partido ocorrerá apenas em maio de 2008, estou de volta com textos sobre economia e política.
Lembro de ter comentado há algum tempo sobre a crise de energia que se instalou no Leste Europeu. Desde então, muitos países procuram uma solução para não enfrentarem ineficiências em suas matrizes energéticas.
Pode parecer absurdo, mas os países da Europa mais próximos a mãe do petróleo e gás - Russia - estão aderindo cada vez mais a energia eólica, como foi publicado hoje na matéria de Kimberly Conniff Taber. São muitas as vantagens desse tipo de energia frente aos combustíveis fósseis.
A primeira está na questão do supply, que é estável. Afinal, ninguém pode cortar o fornecimento de ventos. Há muito, a Russia tem utilizado suas fontes de gás e petróleo como força de barganha em negociações políticas, cortando o fornecimento quando Moscow não está satisfeita com as decisões de alguns países vizinhos. Esse tipo de pressão deixa de existir com a instalação do sistema eólico.
Segundo, o preço de gerar energia eólica hoje é o mesmo de amanhã, não existindo a volatilidade de um mercado internacional formado por um cartel. Já no caso do petróleo, as economias do mundo inteiro pagam os gaps no preço do barril oriundos de uma guerra no Oriente Médio.
Há 5 meses, recebi a visita de um prefeito Italiano em Paracambi. Foi muito proveitosa! Não apenas por praticar um pouco do meu Italiano, mas, por me informar sobre as políticas de energia daquele país. Daniele Filizola, além de exercer cargo no executivo, é proprietário de uma empresa de energia em Roma.
Segundo ele, o governo Italiano dá vários subsídios para os municípios que decidem investir em fontes de energia alternativas, como a eólica. Essa é uma diretriz nacional que busca diversificar a matriz energética Italiana, com o intuito reduzir a dependência do petróleo.
O único concorrente da energia eólica no Leste Europeu é o carvão. Mas, há uma explicação simpes: esse combustível continua muito barato. Entretanto, tem a desvantagem de ser um poluente potencial, o que gera custos na hora de pagar a conta de reduções de emissões. E qual é o governo Europeu que quer brigar com os grupos verdes? É a pergunta que fica.
Aos amigos,
risos aos meus detratores,
Marcos André Ceciliano
Lembro de ter comentado há algum tempo sobre a crise de energia que se instalou no Leste Europeu. Desde então, muitos países procuram uma solução para não enfrentarem ineficiências em suas matrizes energéticas.
Pode parecer absurdo, mas os países da Europa mais próximos a mãe do petróleo e gás - Russia - estão aderindo cada vez mais a energia eólica, como foi publicado hoje na matéria de Kimberly Conniff Taber. São muitas as vantagens desse tipo de energia frente aos combustíveis fósseis.
A primeira está na questão do supply, que é estável. Afinal, ninguém pode cortar o fornecimento de ventos. Há muito, a Russia tem utilizado suas fontes de gás e petróleo como força de barganha em negociações políticas, cortando o fornecimento quando Moscow não está satisfeita com as decisões de alguns países vizinhos. Esse tipo de pressão deixa de existir com a instalação do sistema eólico.
Segundo, o preço de gerar energia eólica hoje é o mesmo de amanhã, não existindo a volatilidade de um mercado internacional formado por um cartel. Já no caso do petróleo, as economias do mundo inteiro pagam os gaps no preço do barril oriundos de uma guerra no Oriente Médio.
Há 5 meses, recebi a visita de um prefeito Italiano em Paracambi. Foi muito proveitosa! Não apenas por praticar um pouco do meu Italiano, mas, por me informar sobre as políticas de energia daquele país. Daniele Filizola, além de exercer cargo no executivo, é proprietário de uma empresa de energia em Roma.
Segundo ele, o governo Italiano dá vários subsídios para os municípios que decidem investir em fontes de energia alternativas, como a eólica. Essa é uma diretriz nacional que busca diversificar a matriz energética Italiana, com o intuito reduzir a dependência do petróleo.
O único concorrente da energia eólica no Leste Europeu é o carvão. Mas, há uma explicação simpes: esse combustível continua muito barato. Entretanto, tem a desvantagem de ser um poluente potencial, o que gera custos na hora de pagar a conta de reduções de emissões. E qual é o governo Europeu que quer brigar com os grupos verdes? É a pergunta que fica.
Aos amigos,
risos aos meus detratores,
Marcos André Ceciliano
terça-feira, junho 19, 2007
Murilo Leal, mais candidato do que nunca!
Não recebi como novidade a matéria do jornal "O Dia" de hoje, na qual há uma citação de que o PMDB fechou questão com Murilo Leal em Paracambi.
Em todas as nossa conversas, sempre o percebi inclinado nessa direção. Apesar de disputarmos o mesmo nicho eleitoral, vejo com bons olhos a sua candidatura. É jovem, tem bons antecedentes e não está satisfeito com o cenário que se formou, assim como eu.
Aos amigos,
meu post anterior,
Marcos André Ceciliano
Em todas as nossa conversas, sempre o percebi inclinado nessa direção. Apesar de disputarmos o mesmo nicho eleitoral, vejo com bons olhos a sua candidatura. É jovem, tem bons antecedentes e não está satisfeito com o cenário que se formou, assim como eu.
Aos amigos,
meu post anterior,
Marcos André Ceciliano
Carta aberta aos filiados
Os bastidores de uma convenção
O Jornal Integração publicou em suas duas últimas edições uma falácia. Segundo o periódico, o Professor Tarciso seria o candidato de consenso do Partido dos Trabalhadores no município de Paracambi.
É mentira! De acordo com o calendário instituído pela Executiva Nacional, as primárias do partido ocorrerão apenas em maio de 2008. E enquanto existir mais de um pré-candidato, não há campanha oficial. A executiva municipal não tem poderes para determinar candidatos. Felizmente, apenas os filiados podem decidir tal questão.
Procurei o Sr. Geraldo Pançardes, responsável pelo Jornal Integração. Segundo ele, a matéria foi publicada a partir de uma entrevista realizada com o outro pré-candidato. De acordo com a lei jornalística, publicar uma matéria sem comprovar a veracidade dos fatos e prejudicar outrem nesse processo, gera direito de resposta. Recebi do Sr. Geraldo a garantia de que publicaria uma carta explicando o episódio.
Mas, irei além. O que aconteceu dentro do partido merece uma explicação mais geral. Não ficarei satisfeito em apenas desmistificar esse “mal entendido”. Embora, o outro candidato não seja nem merecedor do eufemismo por conta da mentira. Explicarei o processo desde o início, para que não restem dúvidas. Acho que a democracia é fortalecida quando os bastidores do poder tornam-se públicos, como no caso Collor.
Sempre manifestei a vontade de ser candidato e dar continuidade ao trabalho do meu tio. Não por acreditar em um fator aristocrático da política, em um caráter hereditário. Mas, por estar ciente de que, mesmo muito jovem, conheço todos os fundos, processos e procedimentos administrativos da prefeitura. E na ausência de outro nome, muitos consideram um “Ceciliano” a via com mais chances.
Meu tio sempre foi reticente pelo fato de ser muito jovem, acreditava que haveria uma rejeição natural a isso. Sinceramente, o outro pré-candidato apresenta um histórico que pode gerar rejeições muito maiores que essa. Mas, não estou aqui para discutir isso.
Até maio desse ano, o candidato do PT seria o Dr. Evandro. Não por escolha interna, mas, por um acordo firmado na campanha de 2004. O professor Tarciso estava criando muitos problemas por conta disso. Ameaçou travar o processo e até mesmo lançar candidatura paralela, através do PSOL. Por uma questão de amizade e acreditando na não desistência do Dr. Evandro, André sucumbiu a uma proposta do Professor. O pedido foi: “André, se o Dr. Evandro desistir você me apóia?”.
No dia seguinte a essa conversa, meu tio conversou comigo e contou o ocorrido. Perguntei a ele como ficaria nessa história. Ele disse: “Não se preocupe. Dizer que o apóio não é torná-lo candidato. Ainda assim, ele terá que vencer a convenção. E muitas pessoas não o querem dentro do partido. Se você trabalhar na base, conseguirá sagrar-se vencedor e será o candidato com meu apoio.”.
Para deixar tudo muito claro, repliquei: “Então, o processo será justo e isento? Você não irá intervir a favor dele?”. Ao que ele respondeu: “Não, direi que ele tem meu apoio. Mas, ele tem que conseguir a maioria sozinho.”.
A partir dessa garantia, resolvi entrar no processo. Na primeira plenária, lancei minha candidatura e comecei a correr atrás de apoio. Trouxe pessoas importantes para o meu lado, significantes dentro do partido. Como o vereador Gaguinho, Erivelton, Levi, Quequeba, Norival Goveia, entre outras. Pessoas que estão em contato direto com a base de filiados. Na última contagem, vencia a convenção com uma larga diferença. Atingia 74% dos votos válidos, o que me tornava praticamente invencível.
Só uma pessoa poderia me derrotar no processo: André Ceciliano. Foi quando comecei a ver uma movimentação de “choro de perdedor” e fiquei com medo de que meu tio se sensibilizasse e intervisse pelo amigo. Não por acreditar na candidatura, mas, por entender o que representaria uma derrota como essa para alguém naquela idade. Foi quando ele me procurou para dizer que eu deveria desistir da candidatura. Entretanto, não me apresentou nenhum argumento válido para tanto. Quando disse que não poderia fazê-lo, ele retrucou dizendo que iria intervir a favor do Tarciso no processo. Eu disse: Tudo bem! Mas, tenha a certeza de que estará cometendo uma covardia.
Uma coisa é disputar com o professor Tarciso, dono do Alcance, outra, é disputar com André Ceciliano, prefeito de Paracambi. Para o segundo, eu perco de 10 a 0. E com orgulho, porque sei que é alguém que amo, admiro e respeito muito.
O que aconteceu, desde então, foi o esvaziamento da minha campanha. Todas as pessoas que estavam comigo e exerciam cargos no governo foram forçadas a apoiar o professor. Não fui procurado para dar entrevistas ao Globo Baixada e não fizeram pesquisa induzida com meu nome. Tive que saber da minha citação através da pesquisa de um candidato de oposição. E, mesmo não possuindo curso pré-vestibular e nunca tendo dado aula para ninguém, fiquei 3 pontos percentuais à frente do Prof. Tarciso.
Minha postura é clara: não vou desistir do processo, não posso aceitar tal pressão. A prerrogativa da faixa etária não é aceitável, vão ter que provar que o outro é mais capaz, que possui mais chances. Vou fazer valer a democracia e me utilizar de todos os recursos legais para tanto.
Ultimamente, certas pessoas estão dizendo que o Prof. é o “candidato do governo”. Acho que ainda não perceberam a ilegalidade de tal afirmação. Governo é maquina pública, que é dinheiro do povo. E não se pode fazer política partidária com o dinheiro do povo. Acho que deveriam repensar esse conceito, vão acabar incorrendo em um crime eleitoral.
Não posso aceitar que alguém queira vencer um processo democrático no grito, ainda mais dentro do PT. Os filiados têm o direito de escolher avaliando as propostas. Fazê-los engolir uma indicação é um crime, além de totalmente antiético. Quem não consegue vencer uma convenção, não pode disputar o pleito. Pelo simples fato de não possuir aceitação real dentro da base. Sinceramente, não sei como alguém pode dormir tranqüilo sabendo que vencerá um processo porque forçaram a desistência dos outros candidatos. Não vejo muita dignidade nessa atitude.
Em resumo, gostaria de ratificar a toda a população e filiados minha pré-candidatura, dizer que acredito no crescimento do município e na continuidade dos projetos. Não desistirei, apesar de tudo o que possam dizer e publicar. A juventude está cansada de assistir de arquibancada o jogo do poder. Estamos aqui para contribuir, mudar o quadro nacional e trazer mais dignidade e ideal para a política. Meu tio é um político jovem, sei que entende minha posição. Gostaria de reforçar a idéia de que estamos em um processo democrático e que esse preceito deveria ser respeitado, independente dos egos ou vaidades.
Meu nome é Marcos André Ceciliano, amo minha cidade e sou pré-candidato a prefeito pelo Partido dos Trabalhadores.
Sem medo de ser feliz!
O Jornal Integração publicou em suas duas últimas edições uma falácia. Segundo o periódico, o Professor Tarciso seria o candidato de consenso do Partido dos Trabalhadores no município de Paracambi.
É mentira! De acordo com o calendário instituído pela Executiva Nacional, as primárias do partido ocorrerão apenas em maio de 2008. E enquanto existir mais de um pré-candidato, não há campanha oficial. A executiva municipal não tem poderes para determinar candidatos. Felizmente, apenas os filiados podem decidir tal questão.
Procurei o Sr. Geraldo Pançardes, responsável pelo Jornal Integração. Segundo ele, a matéria foi publicada a partir de uma entrevista realizada com o outro pré-candidato. De acordo com a lei jornalística, publicar uma matéria sem comprovar a veracidade dos fatos e prejudicar outrem nesse processo, gera direito de resposta. Recebi do Sr. Geraldo a garantia de que publicaria uma carta explicando o episódio.
Mas, irei além. O que aconteceu dentro do partido merece uma explicação mais geral. Não ficarei satisfeito em apenas desmistificar esse “mal entendido”. Embora, o outro candidato não seja nem merecedor do eufemismo por conta da mentira. Explicarei o processo desde o início, para que não restem dúvidas. Acho que a democracia é fortalecida quando os bastidores do poder tornam-se públicos, como no caso Collor.
Sempre manifestei a vontade de ser candidato e dar continuidade ao trabalho do meu tio. Não por acreditar em um fator aristocrático da política, em um caráter hereditário. Mas, por estar ciente de que, mesmo muito jovem, conheço todos os fundos, processos e procedimentos administrativos da prefeitura. E na ausência de outro nome, muitos consideram um “Ceciliano” a via com mais chances.
Meu tio sempre foi reticente pelo fato de ser muito jovem, acreditava que haveria uma rejeição natural a isso. Sinceramente, o outro pré-candidato apresenta um histórico que pode gerar rejeições muito maiores que essa. Mas, não estou aqui para discutir isso.
Até maio desse ano, o candidato do PT seria o Dr. Evandro. Não por escolha interna, mas, por um acordo firmado na campanha de 2004. O professor Tarciso estava criando muitos problemas por conta disso. Ameaçou travar o processo e até mesmo lançar candidatura paralela, através do PSOL. Por uma questão de amizade e acreditando na não desistência do Dr. Evandro, André sucumbiu a uma proposta do Professor. O pedido foi: “André, se o Dr. Evandro desistir você me apóia?”.
No dia seguinte a essa conversa, meu tio conversou comigo e contou o ocorrido. Perguntei a ele como ficaria nessa história. Ele disse: “Não se preocupe. Dizer que o apóio não é torná-lo candidato. Ainda assim, ele terá que vencer a convenção. E muitas pessoas não o querem dentro do partido. Se você trabalhar na base, conseguirá sagrar-se vencedor e será o candidato com meu apoio.”.
Para deixar tudo muito claro, repliquei: “Então, o processo será justo e isento? Você não irá intervir a favor dele?”. Ao que ele respondeu: “Não, direi que ele tem meu apoio. Mas, ele tem que conseguir a maioria sozinho.”.
A partir dessa garantia, resolvi entrar no processo. Na primeira plenária, lancei minha candidatura e comecei a correr atrás de apoio. Trouxe pessoas importantes para o meu lado, significantes dentro do partido. Como o vereador Gaguinho, Erivelton, Levi, Quequeba, Norival Goveia, entre outras. Pessoas que estão em contato direto com a base de filiados. Na última contagem, vencia a convenção com uma larga diferença. Atingia 74% dos votos válidos, o que me tornava praticamente invencível.
Só uma pessoa poderia me derrotar no processo: André Ceciliano. Foi quando comecei a ver uma movimentação de “choro de perdedor” e fiquei com medo de que meu tio se sensibilizasse e intervisse pelo amigo. Não por acreditar na candidatura, mas, por entender o que representaria uma derrota como essa para alguém naquela idade. Foi quando ele me procurou para dizer que eu deveria desistir da candidatura. Entretanto, não me apresentou nenhum argumento válido para tanto. Quando disse que não poderia fazê-lo, ele retrucou dizendo que iria intervir a favor do Tarciso no processo. Eu disse: Tudo bem! Mas, tenha a certeza de que estará cometendo uma covardia.
Uma coisa é disputar com o professor Tarciso, dono do Alcance, outra, é disputar com André Ceciliano, prefeito de Paracambi. Para o segundo, eu perco de 10 a 0. E com orgulho, porque sei que é alguém que amo, admiro e respeito muito.
O que aconteceu, desde então, foi o esvaziamento da minha campanha. Todas as pessoas que estavam comigo e exerciam cargos no governo foram forçadas a apoiar o professor. Não fui procurado para dar entrevistas ao Globo Baixada e não fizeram pesquisa induzida com meu nome. Tive que saber da minha citação através da pesquisa de um candidato de oposição. E, mesmo não possuindo curso pré-vestibular e nunca tendo dado aula para ninguém, fiquei 3 pontos percentuais à frente do Prof. Tarciso.
Minha postura é clara: não vou desistir do processo, não posso aceitar tal pressão. A prerrogativa da faixa etária não é aceitável, vão ter que provar que o outro é mais capaz, que possui mais chances. Vou fazer valer a democracia e me utilizar de todos os recursos legais para tanto.
Ultimamente, certas pessoas estão dizendo que o Prof. é o “candidato do governo”. Acho que ainda não perceberam a ilegalidade de tal afirmação. Governo é maquina pública, que é dinheiro do povo. E não se pode fazer política partidária com o dinheiro do povo. Acho que deveriam repensar esse conceito, vão acabar incorrendo em um crime eleitoral.
Não posso aceitar que alguém queira vencer um processo democrático no grito, ainda mais dentro do PT. Os filiados têm o direito de escolher avaliando as propostas. Fazê-los engolir uma indicação é um crime, além de totalmente antiético. Quem não consegue vencer uma convenção, não pode disputar o pleito. Pelo simples fato de não possuir aceitação real dentro da base. Sinceramente, não sei como alguém pode dormir tranqüilo sabendo que vencerá um processo porque forçaram a desistência dos outros candidatos. Não vejo muita dignidade nessa atitude.
Em resumo, gostaria de ratificar a toda a população e filiados minha pré-candidatura, dizer que acredito no crescimento do município e na continuidade dos projetos. Não desistirei, apesar de tudo o que possam dizer e publicar. A juventude está cansada de assistir de arquibancada o jogo do poder. Estamos aqui para contribuir, mudar o quadro nacional e trazer mais dignidade e ideal para a política. Meu tio é um político jovem, sei que entende minha posição. Gostaria de reforçar a idéia de que estamos em um processo democrático e que esse preceito deveria ser respeitado, independente dos egos ou vaidades.
Meu nome é Marcos André Ceciliano, amo minha cidade e sou pré-candidato a prefeito pelo Partido dos Trabalhadores.
Sem medo de ser feliz!
quarta-feira, abril 04, 2007
O filho de Victor Civita!
Apesar de não gostar do que é publicado na "Veja", preciso reconhecer que Roberto Civita, dono do Grupo Abril, tem uma história grandiosa. Acabei rememorando-a ao reler "notícias do planalto", de Mario Conti.
Um dos trechos mais impressionantes é o diálogo entre Roberto e seu pai, quando do seu retorno ao Brasil:
Victor Civita: Que bom que você voltou, depois de tanto tempo, e vai ficar. Agora me diga: Qual é o seu sonho, o que você quer fazer?
Roberto Civita: Quero lançar Time, Fortune e Playboy no Brasil.
O pai ficou surpreso com a resposta, e desconversou:
- Ótimo, mas agora não temos como. A editora é pequena. Você poderia começar fazendo coisas mais simples.
Essa era a segunda visita de Roberto ao Brasil. Na primeira, ele, a mãe, Sylvana e o irmão caçula, Richard, desembarcaram do SS Argentina no porto do Rio no sábado de carnaval de 1950. Vinham da Itália, onde Victor Civita os deixara três meses antes. Roberto havia passado a infância nos Estados Unidos, a mãe o obrigava a falar italiano em casa, e tinha aula de português todo dia na escola americana. Fascinado pelas descobertas atômicas, queria ser físico nuclear. No último ano de High School, mandou seu histórico para as melhores faculdades americanas de física: MIT, Rice e Caltech. Era bom aluno e foi aprovado nas três. Escolheu Rice porque obteve bolsa integral - era pesado para Victor Civita manter o filho nos EUA. Um mês depois de completar dezessete anos estava morando sozinho em Houston.
No exame do primeiro ano, Roberto Civita tirou nota baixa em física - 43, para um máximo de cem pontos. Ficara mortificado. Nunca fora tão mal numa prova. Mas, entre os quatrocentos alunos do primeiro ano, só um estudante, chamado Baker, havia tirado 81. Em segundo lugar vinha Roberto Civita. Os outros 398 receberam notas menores de 43. Mesmo assim, foi ao Departamento de Física e pediu desligamento do curso.
- Mas por quê? Você tirou a segunda nota da turma. Você está doido? - perguntou um diretor.
- Não. O Baker será um grande físico. Eu serei um físico de segunda linha. E não quero ser um físico de segunda linha - respondeu Roberto Civita.
Ele mandou carta para três outras universidades pedindo transferência imediata. Foi aceito pela Universidade da Pensilvânia. Lá, fez dois cursos simultaneamente. O de jornalismo e o da Escola Wharton de Finanças e Comércio. Completou os dois e ganhou um diploma de publisher.
No último ano do curso, candidatou-se para um estágio em Time Inc., mas, atarantado com a tese e os preparativos para o retorno ao Brasil, não teve tempo de escrever os trabalhos pedidos pela empresa. Porém, com base na conversa com o recrutador, e com uma visita rápida à empresa, foi um dos seis formandos de todo o país a ser selecionado para o estágio. Em dezoito meses de Time Inc. aprendeu mais do que em quatro anos em duas faculdades. Fez um relatório, que circulou no topo de Time Inc., respondendo à questão: "Por que a edição de Life em espanhol não vai bem?". Após o relatório de Civita, a Life em espanhol deixou de circular.
No final do estágio, a empresa lhe ofereceu um emprego no seu escritório em Tóquio. Seria vice-diretor da operação de Time Inc. no Pacífico. Roberto Civita vibrou. Era uma ótima colocação. Pediu um interurbano e contou a boa nova ao pai, em São Paulo.
- Você não acha que está na hora de voltar para casa e começar a trabalhar? - perguntou-lhe Victor Civita do outro hemisfério do planeta.
- Mas eu estou trabalhando! - gritou Roberto Civita, pois a ligação estava péssima.
- Não, não. Eu digo trabalhar a sério, numa coisa sua.
O filho de Victor Civita passou a noite em claro. Não sabia o que fazer. Ficar significava cortar os laços com a família e seguir uma carreira em Time. Tinha certeza de que, se fosse bem, depois de um período no Japão seria transferido para outro país, depois para outro, e assim até se estabelecer em Nova York e galgar postos na empresa. Voltar significava morar num país que desconhecia e com o qual não tinha identificação. Voltar para uma língua da qual entendia pouco mais que o bê-á-bá. Para a empresa paterna, que de longe, desconfiava não ser lá essas coisas. Para uma família com a qual tivera poucos contatos nos últimos cinco anos e meio. De manhã cedo, resolveu voltar. Dois elementos pesaram na escolha. Primeiro, a família, o pai, a mãe e o irmão. Era a sua gente. Em segundo, a consciência de que, com tudo o que aprendera nos Estados Unidos, poderia fazer uma diferença na empresa do pai e no Brasil. Em Time Inc., estava fadado a ser um entre outros. No Brasil, seria o único a saber os meandros de revistas: tiragens, circulação, tabela de publicidade, campanhas de lançamento e renovação de assinaturas. Seria o único e o primeiro. Não haveria um Baker à sua frente. Três décadas depois de responder ao pai, no navio em Santos, o que queria fazer, Roberto Civita tinha sua Time, Veja, a sua Fortune, Exame, e sua Playboy, Playboy.
Aos amigos,
Like a Rolling Stone,
Marcos André Ceciliano
Um dos trechos mais impressionantes é o diálogo entre Roberto e seu pai, quando do seu retorno ao Brasil:
Victor Civita: Que bom que você voltou, depois de tanto tempo, e vai ficar. Agora me diga: Qual é o seu sonho, o que você quer fazer?
Roberto Civita: Quero lançar Time, Fortune e Playboy no Brasil.
O pai ficou surpreso com a resposta, e desconversou:
- Ótimo, mas agora não temos como. A editora é pequena. Você poderia começar fazendo coisas mais simples.
Essa era a segunda visita de Roberto ao Brasil. Na primeira, ele, a mãe, Sylvana e o irmão caçula, Richard, desembarcaram do SS Argentina no porto do Rio no sábado de carnaval de 1950. Vinham da Itália, onde Victor Civita os deixara três meses antes. Roberto havia passado a infância nos Estados Unidos, a mãe o obrigava a falar italiano em casa, e tinha aula de português todo dia na escola americana. Fascinado pelas descobertas atômicas, queria ser físico nuclear. No último ano de High School, mandou seu histórico para as melhores faculdades americanas de física: MIT, Rice e Caltech. Era bom aluno e foi aprovado nas três. Escolheu Rice porque obteve bolsa integral - era pesado para Victor Civita manter o filho nos EUA. Um mês depois de completar dezessete anos estava morando sozinho em Houston.
No exame do primeiro ano, Roberto Civita tirou nota baixa em física - 43, para um máximo de cem pontos. Ficara mortificado. Nunca fora tão mal numa prova. Mas, entre os quatrocentos alunos do primeiro ano, só um estudante, chamado Baker, havia tirado 81. Em segundo lugar vinha Roberto Civita. Os outros 398 receberam notas menores de 43. Mesmo assim, foi ao Departamento de Física e pediu desligamento do curso.
- Mas por quê? Você tirou a segunda nota da turma. Você está doido? - perguntou um diretor.
- Não. O Baker será um grande físico. Eu serei um físico de segunda linha. E não quero ser um físico de segunda linha - respondeu Roberto Civita.
Ele mandou carta para três outras universidades pedindo transferência imediata. Foi aceito pela Universidade da Pensilvânia. Lá, fez dois cursos simultaneamente. O de jornalismo e o da Escola Wharton de Finanças e Comércio. Completou os dois e ganhou um diploma de publisher.
No último ano do curso, candidatou-se para um estágio em Time Inc., mas, atarantado com a tese e os preparativos para o retorno ao Brasil, não teve tempo de escrever os trabalhos pedidos pela empresa. Porém, com base na conversa com o recrutador, e com uma visita rápida à empresa, foi um dos seis formandos de todo o país a ser selecionado para o estágio. Em dezoito meses de Time Inc. aprendeu mais do que em quatro anos em duas faculdades. Fez um relatório, que circulou no topo de Time Inc., respondendo à questão: "Por que a edição de Life em espanhol não vai bem?". Após o relatório de Civita, a Life em espanhol deixou de circular.
No final do estágio, a empresa lhe ofereceu um emprego no seu escritório em Tóquio. Seria vice-diretor da operação de Time Inc. no Pacífico. Roberto Civita vibrou. Era uma ótima colocação. Pediu um interurbano e contou a boa nova ao pai, em São Paulo.
- Você não acha que está na hora de voltar para casa e começar a trabalhar? - perguntou-lhe Victor Civita do outro hemisfério do planeta.
- Mas eu estou trabalhando! - gritou Roberto Civita, pois a ligação estava péssima.
- Não, não. Eu digo trabalhar a sério, numa coisa sua.
O filho de Victor Civita passou a noite em claro. Não sabia o que fazer. Ficar significava cortar os laços com a família e seguir uma carreira em Time. Tinha certeza de que, se fosse bem, depois de um período no Japão seria transferido para outro país, depois para outro, e assim até se estabelecer em Nova York e galgar postos na empresa. Voltar significava morar num país que desconhecia e com o qual não tinha identificação. Voltar para uma língua da qual entendia pouco mais que o bê-á-bá. Para a empresa paterna, que de longe, desconfiava não ser lá essas coisas. Para uma família com a qual tivera poucos contatos nos últimos cinco anos e meio. De manhã cedo, resolveu voltar. Dois elementos pesaram na escolha. Primeiro, a família, o pai, a mãe e o irmão. Era a sua gente. Em segundo, a consciência de que, com tudo o que aprendera nos Estados Unidos, poderia fazer uma diferença na empresa do pai e no Brasil. Em Time Inc., estava fadado a ser um entre outros. No Brasil, seria o único a saber os meandros de revistas: tiragens, circulação, tabela de publicidade, campanhas de lançamento e renovação de assinaturas. Seria o único e o primeiro. Não haveria um Baker à sua frente. Três décadas depois de responder ao pai, no navio em Santos, o que queria fazer, Roberto Civita tinha sua Time, Veja, a sua Fortune, Exame, e sua Playboy, Playboy.
Aos amigos,
Like a Rolling Stone,
Marcos André Ceciliano
E a CPI, é do apagão?
Bom, há muito não escrevo. Não por falta de vontade, mas, porque a agenda anda cheia. Estou com uma idéia muito boa para um artigo sobre o Roberto Civita. Entretanto, deixarei para o próximo post. Hoje, decidi abordar outro assunto: a CPI do apagão aéreo.
A oposição já deixou clara sua posição: vai bloquear a pauta de votações na câmara até que consiga a instalação da CPI. Mas, quais são os pontos dessa CPI? Estive analisando e percebi que a última coisa com que se preocupam é descobrir a razão para o caos nos aeroportos. Acabei lembrando da CPI dos Correios, que investigou mensalão, caixa 2 em campanhas, compra de votos, evasão de divisas,... Enfim, tudo, menos o esquema dos correios.
A intenção da oposição é óbvia: investigar os contratos e a estrutura da Infraero, nada sobre o suposto apagão. Então, resta a dúvida: Não seria ilegal criar uma comissão parlamentar para investigar um assunto e desviar o foco do mesmo no decorrer do processo? O que há na Infraero que a oposição está louca para trazer à tona? Quem será o pivô desse novo escândalo? Por enquanto, essas são as perguntas que não querem calar.
Aos amigos,
voltei,
Marcos André Ceciliano
A oposição já deixou clara sua posição: vai bloquear a pauta de votações na câmara até que consiga a instalação da CPI. Mas, quais são os pontos dessa CPI? Estive analisando e percebi que a última coisa com que se preocupam é descobrir a razão para o caos nos aeroportos. Acabei lembrando da CPI dos Correios, que investigou mensalão, caixa 2 em campanhas, compra de votos, evasão de divisas,... Enfim, tudo, menos o esquema dos correios.
A intenção da oposição é óbvia: investigar os contratos e a estrutura da Infraero, nada sobre o suposto apagão. Então, resta a dúvida: Não seria ilegal criar uma comissão parlamentar para investigar um assunto e desviar o foco do mesmo no decorrer do processo? O que há na Infraero que a oposição está louca para trazer à tona? Quem será o pivô desse novo escândalo? Por enquanto, essas são as perguntas que não querem calar.
Aos amigos,
voltei,
Marcos André Ceciliano
quinta-feira, março 01, 2007
Menotti Del Picchia
A terça foi surpreendente. Estava assistindo o Big Brother e algo me chamou a atenção. Pedro Bial recitou um trecho do poema "Juca Mulato", de Menotti Del Picchia. Fiquei impressionado!
Já conhecia a paixão do apresentador pela literatura, evidenciada em alguns programas da Globonews. Mas, será que Pedro Bial está lendo Menotti atualmente? E o público, sabe quem foi Menotti? Provavelmente, não. Que pena!
Ainda no segundo grau, no Cap da UFRRJ, fiquei encantado ao ler um de seus romances, "O homem e a morte". Menotti é um desses gênios que o Brasil esqueceu, mais uma vítima do descaso costumeiro a que toda a cultura brasileira sofre.
Bom, uma coisa é certa: Bial escolheu uma de suas obras mais surpreendentes. Entretanto, após a leitura, restou um vazio. Talvez, porque a passagem, muito curta, não traduza o universo do poema. Cito meu trecho favorito abaixo:
Juca Mulato cisma. Olha a lua e estremece.
Dentro dele um desejo abre-se em flor e cresce
e ele pensa, ao sentir esses sonhos ignotos,
que a alma é como uma planta, os sonhos como os brotos,
vão rebentando nela e se abrindo em floradas...
Franjam de ouro, o ocidente, as chamas das queimadas,
Mal se pode conter de inquieto e satisfeito.
Advinha que tem qualquer coisa no peito
e às promessas do amor a alma escancara ansiado
como os áureos portais de um palácio encantado!...
A verdade, é que espero ansioso pelo dia em que aprenderemos a valorizar a genialidade de nossos pintores, escritores, músicos, poetas...
Porque o Brasil é maior do que os bairros nobres, os shoppings da Barra e as novelas da Globo. Temos que aprender a respeitar a diversidade de nossa gente para transformarmos nosso país na potência com que sonhamos.
Aos amigos,
uma personagem de Scooby Doo,
Marcos André Ceciliano
Já conhecia a paixão do apresentador pela literatura, evidenciada em alguns programas da Globonews. Mas, será que Pedro Bial está lendo Menotti atualmente? E o público, sabe quem foi Menotti? Provavelmente, não. Que pena!
Ainda no segundo grau, no Cap da UFRRJ, fiquei encantado ao ler um de seus romances, "O homem e a morte". Menotti é um desses gênios que o Brasil esqueceu, mais uma vítima do descaso costumeiro a que toda a cultura brasileira sofre.
Bom, uma coisa é certa: Bial escolheu uma de suas obras mais surpreendentes. Entretanto, após a leitura, restou um vazio. Talvez, porque a passagem, muito curta, não traduza o universo do poema. Cito meu trecho favorito abaixo:
Juca Mulato cisma. Olha a lua e estremece.
Dentro dele um desejo abre-se em flor e cresce
e ele pensa, ao sentir esses sonhos ignotos,
que a alma é como uma planta, os sonhos como os brotos,
vão rebentando nela e se abrindo em floradas...
Franjam de ouro, o ocidente, as chamas das queimadas,
Mal se pode conter de inquieto e satisfeito.
Advinha que tem qualquer coisa no peito
e às promessas do amor a alma escancara ansiado
como os áureos portais de um palácio encantado!...
A verdade, é que espero ansioso pelo dia em que aprenderemos a valorizar a genialidade de nossos pintores, escritores, músicos, poetas...
Porque o Brasil é maior do que os bairros nobres, os shoppings da Barra e as novelas da Globo. Temos que aprender a respeitar a diversidade de nossa gente para transformarmos nosso país na potência com que sonhamos.
Aos amigos,
uma personagem de Scooby Doo,
Marcos André Ceciliano
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