Há muito me pergunto sobre algo: por que a Google está entrando no mercado de energia alternativa? A empresa planeja gastar bilhões de dólares tentando desenvolver combustíveis “verdes”. Parte do dinheiro será doado por apoiadores filantrópicos, mas, o bruto sairá dos cofres da gigante em tecnologia. Não é de se espantar o interesse no negócio, afinal, energia alternativa está em alta.
Mas, sinceramente, esse tipo de empreendimento não faz parte do modelo proposto pela empresa. Em Wall Street, muitos analistas dizem que os investidores estão assustados com essa tomada de decisões do corpo diretor da Google. Não sabem o que esperar dos resultados.
Há algumas décadas, os grandes negócios eram feitos com a incorporação de uma dúzia de pequenas empresas. Executivos com capacidade gerencial e organizacional aumentavam o lucro do conjunto e reduziam os riscos individuais através da diversificação do portfólio. Hoje, é comprovado que essa formula não funciona mais. Muitos conglomerados foram dissolvidos, com raras exceções. Então, a pergunta que não quer calar é: a Google está cometendo o mesmo erro? Não completamente.
Talvez, o uso de muita energia para manter seus servidores operantes, tenha lhe conferido certa experiência na parte de engenharia elétrica. Mas, desenvolver combustíveis “verdes” abrange muitos outros campos: química, física e outros tipos de engenharia. A empresa diz que contratará pessoas para realizarem esse trabalho. Ainda assim, devo perguntar: esse novo mercado aumentará a rentabilidade da empresa? Ou a Google está procurando o mesmo que outras grandes empresas, que melhoram sua imagem pública patrocinando museus de arte e apresentações de ballet?
Não podemos negar que as acusões do governo Chinês abalaram a imagem da corporação. Talvez, seja essa a forma de se redimir: mostrar um pouco de compaixão por algum problema grave do planeta. Parece que a área de energia foi a escolhida.
Aos amigos,
Antonio Carlos Jobim,
Marcos André Ceciliano
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