Acabo de ler uma notícia chocante na edição de hoje do The New York Times. Algo que nos faz refletir sobre as constituições e códigos penais dos países que compõem o Oriente Médio.
Alexandre Robert, um francês de 15 anos, passava um verão tranquilo em um paraíso turístico do Golfo Pérsico, quando algo abominável aconteceu.
Era dia da bastilha, Alex e um amigo escolheram uma praia para passar o dia. Após o pôr-do-sol, ele estava a caminho de um jantar, onde encontraria seu pai. Foi quando encontrou um nativo de 17 anos, que lhe ofereceu carona. No carro, segundo o nativo, estavam dois primos.
Existiam, de fato, dois homens no carro, um de 35 e outro de 18 anos. Alex percebeu algo estranho quando viu que o levavam por um atalho escuro no deserto, perto de uma usina de energia. Roubaram seu telefone, e colocaram uma faca em seu pescoço, o ameaçaram dizendo que matariam sua família se ele contasse algo do que iria acontecer.
Em seguida, retiraram sua calça e o sodomizaram, no banco de trás do carro. Após todo o ato, o deixaram em frente a um hotel de luxo em Dubai.
Infelizmente, Alex e sua família aprenderam que o status de mundo Árabe desenvolvido, moderno e sadio, esconde um sistema criminal que discrimina homossexuais e estrangeiros.
As autoridades desencorajaram Alex a registrar queixa, disseram os diplomatas franceses. Pior, ainda levantaram a possibilidade de apresentar acusações contra ele por atividade homossexual. O mais grave é que não avisaram seus pais sobre a condição de HIV positivo de um dos criminosos. O exame foi feito quando ele estava na cadeia.
“Tentaram abafar a história”, disse Alex por telefone, da Suíça. O rapaz ainda teme ter de cumprir pena por atividade homossexual. “Eles dizem que construíram as maiores torres, que tem os melhores hotéis. Mas, eles escondem a realidade. Eles não querem que o mundo saiba que ainda vivem na idade média.”
Alex e seus país disseram que decidiram tornar a história pública com a esperança de que as autoridades fossem pressionadas a processar os acusados.
A lei dos Emirados Árabes Unidos não reconhece o estupro de homens, apenas um crime chamado "homossexualidade forçada". Os dois adultos acusados se apresentaram como inocentes, embora exames tenham comprovado a existência de esperma dos três em Alex. Eles irão a julgamento em 7 de novembro. Entretanto, de acordo com a justiça daquele país, a sentença para esse tipo de crime não ultrapassa 2 anos.
Até quando permitiremos que sociedades assim perpetuem sistemas discriminatórios e retrógrados? Essa é a pergunta que reside.
Aos amigos,
a comune di Paola,
Marcos André Ceciliano
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