Confome noticiado hoje pelo Herald Tribune, o Ministério dos Transportes dos EUA rejeitou a nova empresa aérea de Richard Branson's, a Virgin America. Esta seria a última participante do pouco concorrido mercado de vôos de baixo-custo americano. O ministério alegou que a empresa não cumpriu a medida regulatória que diz que 75% porcento do controle acionário tem de ser americano. A questão principal é: Quem se beneficia com essa regra?
Os consumidores com certeza não. Uma das rotas mais populares, New York-San Francisco, tem uma disparidade de preços absurda. O governo argumenta que há uma medida de segurança na restrição: controlar o acesso do céu em caso de guerra. Mas, o pressuposto é falho quando, por exemplo, pensamos no Reino Unido. Se a segurança fosse o único problema, deveria existir uma lista de países aptos a participar das companhias. E o Reino Unido deveria estar no topo.
A verdade é que esse tipo de protecionismo não é recente. Os EUA controlam e restringem o mercado interno de serviços há anos. Países como China, India e Brasil são os mais prejudicados. Entretanto, nessas economias, a restrição de propriedade é de apenas 51%.
Se as empresas aéreas americanas não sobreviverem à competição estrangeira, então, talvez mereçam ser substituídas. A maior potência capitalista do mundo deveria entender que o protecinismo desmedido apenas destrói a eficiência econômica.
Um comentário:
AFUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO
por Roméro da Costa Machado, escritor.
Eu era Auditor da Rede Globo, quando detectamos uma quantidade enorme de irregularidades na Fundação Roberto Marinho, as quais eu não entendia como não tinham sido vistas até então pela Curadoria de Fundações. Em função da quantidade de irregularidades encontradas e dos bons resultado desta auditoria, fui convidado para ser Controller da Fundação Roberto Marinho e designado para corrigir, acertar e acabar com as irregularidades até então existentes. Entretanto, num espaço de tempo muito curto pude verificar que a minha contratação não passava de uma cortina de fumaça e um grande jogo de cena, pois na realidade "eles" não queriam consertar nada. Ao contrário, queriam continuar a fazer o que sempre fizeram, só que desta feita usando um Auditor, de reputação incontestável, como escudo. E para piorar não só todas as irregularidades até então descobertas continuavam a ser praticadas como pude constatar que as irregularidades não descobertas pela auditoria - descobertas posteriormente - eram muito piores do que as que até então tinham sido descobertas.
Não tive dúvidas em ir ao Secretário Geral da Fundação, João Carlos Magaldi (a autoridade máxima da entidade) e pedir para sair da Fundação. Época em que retornei para a auditoria da Rede Globo e empreendi uma terrível e implacável nova auditoria na Fundação - aí já com dados novos e muito mais contundentes do que a primeira auditoria.
O resultado desta nova auditoria foi devastador, com demissões em massa, de simples funcionários a diretores da Fundação. Mas, no entanto, apesar do aparente bom resultado, eu estava terrivelmente descontente, pois muitos diretores graduados da Globo não tinham sido atingidos nas demissões, embora fosse mais do que comprovado que eles transacionavam diretamente com notas (frias) com a Fundação.
As principais irregularidades encontradas nesta nova auditoria foram: Compra de Notas Fiscais; Notas Frias (Frias-Frias e Frias-"Quentes"); Notas de diferentes empresas (várias) escritas pela mesma pessoa; Notas Fiscais falsas (montadas a partir de cartões de visitas e impressos de empresas que sequer sabiam que estavam transacionando com a Fundação); Caixa Dois; Equipamentos comprados com notas de serviço; Despesas de viagens falsificadas; Funcionários da Globo (principalmente diretores) recebendo através de notas frias; Empresas da Globo faturando e cobrando "facilidades" da Fundação; Contratação de parentes; Sumiço de ativo fixo (principalmente fitas de vídeo). Isto, sem contar o "assalto" aos cofres do governo (Ministério da Educação) na obtenção de verbas a "fundo perdido" (dinheiro grátis, obtido na "bacia das almas") para fazer programas "educativos" medíocres da Fundação, que segundo opinião de um diretor da própria Fundação, o telecurso era o curso mais caro do mundo, pois se o dinheiro empregado pelo governo na Fundação fosse distribuído diretamente aos alunos necessitados praticamente acabaria o curso elementar no Brasil.
Nesse meio tempo, diante da grande repercussão da auditoria, fui chamado pelo Vice-Presidente José Bonifácio de Oliveira (O Boni) para assessorá-lo pessoalmente, com uma proposta super vantajosa, a qual aceitei sem pestanejar. Mas, em muito pouco tempo não tardou que eu descobrisse que nós dois (Eu e Boni) não teríamos muito sucesso juntos, isto porque ele mesmo, Boni, também era um dos que tinham notas enfiadas na Fundação, sem falar de sua porção "bandido" com ligações com o submundo do crime (bicheiros, gângsteres, etc.) onde o grande "capo" da criminalidade, Castor de Andrade, era simplesmente "irmãozinho" do Boni.
Isso foi mais do que suficiente para se tornar um ponto intransponível e incontornável no nosso relacionamento. Tanto que nossas brigas tornaram-se tão inevitáveis até que chegamos ao insustentável, a ponto de dizermos coisas muito desagradáveis um ao outro, culminando com a minha saída voluntária da Globo, onde eu sequer fui buscar o que tinha direito, mas me dando o direito de contar tudo em livro ("Afundação Roberto Marinho", hoje na 12ª Edição). E não sem antes dizer ao Boni que cedo ou tarde os filhos do Roberto Marinho iriam se desfazer dele, como um pesado e incômodo fardo, e que ele só não seria demitido sumariamente naquele momento pelo tanto que ele tinha de ações, participações, e o quanto sabia e estava envolvido nas operações "sigilosas" da Rede Globo.
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