Durante a semana, muito se falou sobre o caso do mensalão. Gostaria de ressaltar que até agora o STF apenas analisou e aceitou as denúncias contra os 40 indiciados. No entanto, para que os réus sejam condenados, o Ministério Público terá de provar as acusações.
Ontem, o site Terra publicou uma entrevista com Marco Aurélio Mello, sobre o julgamento dos envolvidos no caso. Peguntado se Dirceu estava certo ao dizer que foi considerado réu sem provas, o ministro respondeu:
“Até aqui não há prova da culpabilidade. Ele está certo. Realmente não há, nós não podemos dizer que ele é realmente culpado. Agora, que há indícios de que teria cometido desvio de conduta, há. Tanto que se recebeu a denúncia, senão ela não seria recebida”.
Nesta quinta-feira, a Folha de São Paulo publicou uma matéria reveladora sobre o julgamento dessa semana. A jornalista Vera Magalhães estava na Expand Wine Store, em Brasília, e escutou uma conversa telefônica do Ministro Lewandowski, que estava em uma mesa próxima.
Enrique Ricardo Lewandowski foi o quinto ministro do STF nomeado por Lula. Antes, era desembargador do Tribunal de Justiça de SP. Foi o único a divergir do relatório do Ministro Joaquim Barbosa, quanto à imputação do crime de formação de quadrilha para José Dirceu.
O telefonema de cerca de dez minutos, inteiramente testemunhado pela Folha, ocorreu por volta das 21h35. Segue abaixo os trechos mais tocantes da reportagem da jornalista:
Em conversa telefônica na noite de anteontem, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), reclamou de suposta interferência da imprensa no resultado do julgamento que decidiu pela abertura de ação penal contra os 40 acusados de envolvimento no mensalão. "A imprensa acuou o Supremo", avaliou Lewandowski para um interlocutor de nome "Marcelo". "Todo mundo votou com a faca no pescoço." Ainda segundo ele, "a tendência era amaciar para o Dirceu".
No telefonema com Marcelo, ele deu a entender que poderia ter contrariado o relator em mais questões, não fosse a suposta pressão da mídia. Ao analisar o efeito da divulgação das conversas sobre o tribunal, disse que, para ele, não haveria maiores conseqüências: "Para mim não ficou tão mal, todo mundo sabe que eu sou independente". Ainda assim, logo em seguida deu a entender que, não fosse a divulgação dos diálogos, poderia ter divergido do relator em outros pontos: "Não tenha dúvida. Eu estava tinindo nos cascos".
Lewandowski fez ainda referência à nomeação de Carlos Alberto Direito, oficializada naquela manhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Negou ao interlocutor que fizesse parte de um grupo do STF contrário à escolha do ministro do Superior Tribunal de Justiça para a vaga de Pertence, como se depreende da conversa eletrônica entre ele e Cármen Lúcia. "Sou amigo do Direito. Todo mundo sabia que ele era o próximo. Tinha uma campanha aberta para ele."
Ainda em tom queixoso, gesticulando muito e passando várias vezes a mão livre pela vasta cabeleira branca enquanto falava ao celular, Lewandowski disse que a prática de trocar mensagens pelos computadores é corriqueira entre os ministros durante as sessões. "Todo mundo faz isso. Todo mundo brinca."
Já prestes a encerrar a conversa, o ministro, que ainda trajava o terno azul acinzentado e a gravata amarela usados horas antes, no último dia de sessão do mensalão, procurou resignar-se com a exposição inesperada e com o resultado do julgamento. "Paciência", disse, várias vezes. E ainda filosofou: "Acidentes acontecem. Eu poderia estar naquele avião da TAM".
Aos amigos,
Amy Winehouse,
Marcos André Ceciliano
quinta-feira, agosto 30, 2007
quinta-feira, agosto 23, 2007
Direto da coluna do Noblat...
Não costumo utilizar conteúdo alheio em meus artigos, mas dessa vez foi inevitável. "Quem deve ser cassado" é o título do comentário do jornalista Ricardo Noblat, publicado hoje, em sua coluna. O texto é espetacular, de profunda lucidez.
Segue abaixo o artigo na íntegra:
"Renan Calheiros deveria ser condecorado. Está mostrando a todos nós o que é este Senado do Brasil, composto pela soma dos mais diversos interesses, dos mais escusos aos absolutamente inomináveis. Renan Calheiros é fundamental para a política brasileira, é a sua mais perfeita expressão, e merece ficar ali, absolvido e ovacionado pelos seus parceiros.
Quem deve ser cassado é Simon, Perez, Suplicy, Mercadante, Virgílio, Tasso, todos esses que validam a existência de um Renan Calheiros, que assinam embaixo de todas as falcatruas cometidas. Renan é transparente, é límpido, é cristalino. Já foi collorido, sarnento, fernandinho, é lulista dos quatro costados, amigo paparicado pelo presidente o tempo inteiro.
Renan tem que ficar para ser um futuro serrista, aecista, cirista, dilmista, chavelulista, o que vier por aí. Fica, Renan. É muito cinismo do Brasil querer tirá-lo do seu habitat, do seu lar, do seu território."
Não restou muito para discutir ou argumentar. Então, apenas aplaudirei a genialidade do jornalista.
Aos amigos,
os lindos cabelos dourados de Bianca,
Marcos André Ceciliano
Segue abaixo o artigo na íntegra:
"Renan Calheiros deveria ser condecorado. Está mostrando a todos nós o que é este Senado do Brasil, composto pela soma dos mais diversos interesses, dos mais escusos aos absolutamente inomináveis. Renan Calheiros é fundamental para a política brasileira, é a sua mais perfeita expressão, e merece ficar ali, absolvido e ovacionado pelos seus parceiros.
Quem deve ser cassado é Simon, Perez, Suplicy, Mercadante, Virgílio, Tasso, todos esses que validam a existência de um Renan Calheiros, que assinam embaixo de todas as falcatruas cometidas. Renan é transparente, é límpido, é cristalino. Já foi collorido, sarnento, fernandinho, é lulista dos quatro costados, amigo paparicado pelo presidente o tempo inteiro.
Renan tem que ficar para ser um futuro serrista, aecista, cirista, dilmista, chavelulista, o que vier por aí. Fica, Renan. É muito cinismo do Brasil querer tirá-lo do seu habitat, do seu lar, do seu território."
Não restou muito para discutir ou argumentar. Então, apenas aplaudirei a genialidade do jornalista.
Aos amigos,
os lindos cabelos dourados de Bianca,
Marcos André Ceciliano
quarta-feira, agosto 22, 2007
Elogiar Lula para bater em Chávez...
A edição de hoje do Herald Tribune traz uma matéria muito interessante sobre o combate a pobreza na América Latina. Na coluna de economia, há uma comparação entre os programas adotados por Brasil e Venezuela, ressaltando o alto valor dos recursos aplicados pelos dois países.
Segundo o repórter, essas economias estão investindo bilhões em políticas de combate a pobreza. Mas, apenas uma está adotando uma estratégia econômica eficaz.
O jornalista acredita que o programa brasileiro tem um retorno econômico e social muito maior, porque obriga as famílias a cumprirem metas para terem acesso ao benefício. Como exemplo, citou que as mulheres grávidas devem cumprir o cronograma do pré-natal, os menores devem estar com as vacinas em dia e as crianças precisam alcançar um mínimo de frequência escolar.
No caso da Venezuela, bilhões de dólares provenientes do petróleo também estão sendo investidos no combate a pobreza. Mas, no país de Chávez, não existe uma diretriz ou programa para a distribuição dos fundos. Quem determina o destino das verbas é o lobby político. Por essa razão, não há substancial mudança no quadro social.
Sinceramente, estou vivendo um misto de emoções. Afinal, não é todo dia que um jornal inglês elogia uma política social do governo Lula. Em contrapartida, é triste constatar que apenas o fizeram para ter meio de comparação ao criticar o governo do presidente Chávez. A vida tem dessas coisas!
Aos amigos,
o mercado de opções,
Marcos André Ceciliano
Segundo o repórter, essas economias estão investindo bilhões em políticas de combate a pobreza. Mas, apenas uma está adotando uma estratégia econômica eficaz.
O jornalista acredita que o programa brasileiro tem um retorno econômico e social muito maior, porque obriga as famílias a cumprirem metas para terem acesso ao benefício. Como exemplo, citou que as mulheres grávidas devem cumprir o cronograma do pré-natal, os menores devem estar com as vacinas em dia e as crianças precisam alcançar um mínimo de frequência escolar.
No caso da Venezuela, bilhões de dólares provenientes do petróleo também estão sendo investidos no combate a pobreza. Mas, no país de Chávez, não existe uma diretriz ou programa para a distribuição dos fundos. Quem determina o destino das verbas é o lobby político. Por essa razão, não há substancial mudança no quadro social.
Sinceramente, estou vivendo um misto de emoções. Afinal, não é todo dia que um jornal inglês elogia uma política social do governo Lula. Em contrapartida, é triste constatar que apenas o fizeram para ter meio de comparação ao criticar o governo do presidente Chávez. A vida tem dessas coisas!
Aos amigos,
o mercado de opções,
Marcos André Ceciliano
segunda-feira, agosto 20, 2007
Alguma coisa está fora da ordem...
Qual é a parcela de culpa das agências de risco na crise do mercado imobiliário? Suas análises e metodologias não são mais confiáveis?
Essas perguntas são importantes e não podem ficar sem resposta. Mesmo porque, os desdobramentos da crise foram catastróficos: retirada em massa de fundos, queda nos preços das ações e revisão da política monetária, em detrimento do controle da inflação americana.
Para evitar maiores danos, o BC Europeu interviu generosamente no mercado de crédito. Mas, deixou claro que sua preocupação está além do curto-prazo. A Comissão Europeia está fazendo todos os esforços para investigar as agências de credit-rating, e pretende criar portarias para evitar futuros problemas com títulos imobiliários. Mas, o BC Americano não parece tão preocupado com isso.
Na verdade, essa é uma marca da administração Bush: a eliminação ou a redução de medidas regulatórias em negócios. Foi assim nos últimos sete anos. Para os liberais, é maravilhoso! No entanto, estão suprimindo leis que protegem o meio ambiente e os direitos dos consumidores, algo que deveria estar acima de qualquer interesse econômico.
Muitas empresas acreditam que mercados sem intervenção são mais proveitosos. Mas, em momentos de crises, percebemos o quão importantes são as travas regulatórias. Nos últimos anos, as instituições financeiras americanas preferiram o risco. A crise dos títulos subprime é fruto dessa "liberdade" que foi instituída pelo governo Bush. Depois dizem que não entendem o porquê de Wall Street em peso apoiar campanhas de candidatos democratas.
Aos amigos,
Bob Dylan,
Marcos André Ceciliano
Essas perguntas são importantes e não podem ficar sem resposta. Mesmo porque, os desdobramentos da crise foram catastróficos: retirada em massa de fundos, queda nos preços das ações e revisão da política monetária, em detrimento do controle da inflação americana.
Para evitar maiores danos, o BC Europeu interviu generosamente no mercado de crédito. Mas, deixou claro que sua preocupação está além do curto-prazo. A Comissão Europeia está fazendo todos os esforços para investigar as agências de credit-rating, e pretende criar portarias para evitar futuros problemas com títulos imobiliários. Mas, o BC Americano não parece tão preocupado com isso.
Na verdade, essa é uma marca da administração Bush: a eliminação ou a redução de medidas regulatórias em negócios. Foi assim nos últimos sete anos. Para os liberais, é maravilhoso! No entanto, estão suprimindo leis que protegem o meio ambiente e os direitos dos consumidores, algo que deveria estar acima de qualquer interesse econômico.
Muitas empresas acreditam que mercados sem intervenção são mais proveitosos. Mas, em momentos de crises, percebemos o quão importantes são as travas regulatórias. Nos últimos anos, as instituições financeiras americanas preferiram o risco. A crise dos títulos subprime é fruto dessa "liberdade" que foi instituída pelo governo Bush. Depois dizem que não entendem o porquê de Wall Street em peso apoiar campanhas de candidatos democratas.
Aos amigos,
Bob Dylan,
Marcos André Ceciliano
terça-feira, agosto 14, 2007
Explicando a crise do Tio Sam...
Após tantos noticiários confusos, quedas nas bolsas e desespero de investidores, muitos perguntam o que realmente está acontecendo com a economia americana. Escrevi esse artigo com o intuito de esclarecer alguns pontos que não são triviais para o grande público.
Ao contrário do Brasil, nos EUA existem muitas empresas que financiam imóveis a longo prazo, incluse para pessoas que ganham pouco. Essa modalidade de financiamento é chamada de subprime. Esses contratos são o núcleo da atual crise financeira.
O mercado imobiliário sempre foi motivo de orgulho para os americanos, que se vangloriavam de possuir um sistema de financiamento muito eficaz. Mas, existia uma razão para tanto, os EUA possuíam estabilidade econômica e as menores taxas de juros do mundo. Ou seja, o risco de inadimplência nesse setor era muito baixo.
Mas, como nenhuma sociedade é perfeita, resolveram colocar um texano republicano na presidência daquele país. Não satisfeitos, o reelegeram.
O resultado foi uma política econômica nebulosa, com baixo índice de confiança. Os desdobramentos mais notáveis foram o aumento do desemprego, a elevação da taxa de juros e o desaquecimento na produção.
O aumento dos juros gerou uma grande inadimplência nos contratos subprime, o que foi agravado pelo índice de desemprego. Foi quando o mercado começou a se preocupar com o setor.
Tudo bem! É uma situação triste. Mas, os EUA possuem um sistema judiciário que permite a liquidação imediata dos imóveis após o não pagamento de um determinado número de prestações. É um dispositivo legal que garante a liquidez dos ativos, algo que não existe no Brasil.
Então, o mercado deveria passar por um período de ajustes e não entrar em crise, certo? Não! A ganância das empresas que financiavam os imóveis pesou para que isso não acontecesse. Elas vendiam títulos lastreados nos créditos a receber das hipotecas. Ou seja, os clientes do subprime não são os únicos com dificuldades financeiras nessa crise, as financiadoras também entraram em colapso.
Alguns me perguntam o porquê da crise imobiliária ter afetado o mercado como um todo e não apenas o setor. É simples! Os títulos que citei acima são lançados na economia americana e são ativos de vários fundos de investimento. Como o mercado não sabe quais são os títulos podres, os investidores de fundos começaram uma onda de retiradas. Por essa razão, o BNP Paribas suspendeu saques em três de seus fundos.
O Federal Reserve, BC americano, poderia resolver a crise com apenas uma medida: a redução dos juros. O que não seria justo a nível de mercado. Mesmo porque, as financiadoras quando lastrearam os títulos com as hipotecas a receber, sabiam do risco intrínseco. Um corte nos juros seria atuar a favor de apenas uma ponta do mercado. É o mesmo que declarar uma blindagem a essas empresas, dizer que elas nunca perderão no mercado. Isso sim é perigoso!
A solução mais sensata é a dilatação do prazo, com taxas fixas. Os primeiros anos seriam destinados ao pagamento dos juros e os outros ao abatimento do principal. No fim, estaremos produzindo um aumento no valor total da dívida. Mas, o importante é que as condições de pagamento seriam estáveis. Nesse momento, não há nada que o mercado americano precise mais.
Aos meus amigos,
o olhar de Evy,
Marcos André Ceciliano
Ao contrário do Brasil, nos EUA existem muitas empresas que financiam imóveis a longo prazo, incluse para pessoas que ganham pouco. Essa modalidade de financiamento é chamada de subprime. Esses contratos são o núcleo da atual crise financeira.
O mercado imobiliário sempre foi motivo de orgulho para os americanos, que se vangloriavam de possuir um sistema de financiamento muito eficaz. Mas, existia uma razão para tanto, os EUA possuíam estabilidade econômica e as menores taxas de juros do mundo. Ou seja, o risco de inadimplência nesse setor era muito baixo.
Mas, como nenhuma sociedade é perfeita, resolveram colocar um texano republicano na presidência daquele país. Não satisfeitos, o reelegeram.
O resultado foi uma política econômica nebulosa, com baixo índice de confiança. Os desdobramentos mais notáveis foram o aumento do desemprego, a elevação da taxa de juros e o desaquecimento na produção.
O aumento dos juros gerou uma grande inadimplência nos contratos subprime, o que foi agravado pelo índice de desemprego. Foi quando o mercado começou a se preocupar com o setor.
Tudo bem! É uma situação triste. Mas, os EUA possuem um sistema judiciário que permite a liquidação imediata dos imóveis após o não pagamento de um determinado número de prestações. É um dispositivo legal que garante a liquidez dos ativos, algo que não existe no Brasil.
Então, o mercado deveria passar por um período de ajustes e não entrar em crise, certo? Não! A ganância das empresas que financiavam os imóveis pesou para que isso não acontecesse. Elas vendiam títulos lastreados nos créditos a receber das hipotecas. Ou seja, os clientes do subprime não são os únicos com dificuldades financeiras nessa crise, as financiadoras também entraram em colapso.
Alguns me perguntam o porquê da crise imobiliária ter afetado o mercado como um todo e não apenas o setor. É simples! Os títulos que citei acima são lançados na economia americana e são ativos de vários fundos de investimento. Como o mercado não sabe quais são os títulos podres, os investidores de fundos começaram uma onda de retiradas. Por essa razão, o BNP Paribas suspendeu saques em três de seus fundos.
O Federal Reserve, BC americano, poderia resolver a crise com apenas uma medida: a redução dos juros. O que não seria justo a nível de mercado. Mesmo porque, as financiadoras quando lastrearam os títulos com as hipotecas a receber, sabiam do risco intrínseco. Um corte nos juros seria atuar a favor de apenas uma ponta do mercado. É o mesmo que declarar uma blindagem a essas empresas, dizer que elas nunca perderão no mercado. Isso sim é perigoso!
A solução mais sensata é a dilatação do prazo, com taxas fixas. Os primeiros anos seriam destinados ao pagamento dos juros e os outros ao abatimento do principal. No fim, estaremos produzindo um aumento no valor total da dívida. Mas, o importante é que as condições de pagamento seriam estáveis. Nesse momento, não há nada que o mercado americano precise mais.
Aos meus amigos,
o olhar de Evy,
Marcos André Ceciliano
segunda-feira, agosto 13, 2007
Cidadania Italiana...
É de conhecimento público que o parlamento Italiano está discutindo mudanças na lei que estabelece as regras para o reconhecimento de sua cidadania. Assisti algumas sessões da câmara italiana na RAI e digo que o debate está esquentando.
Alguns deputados argumentam que é necessário fazer restrições ao "jus sanguinis". Os mais extremistas querem limitar a transmissão da cidadania a filhos e netos de Italianos. Outros, mais parcimoniosos, apoiam a introdução do "jus soli" como princípio fundamental para a obtenção do direito.
Há algum tempo estou em contato com o gabinete do Senador Italiano Edoardo Pollastri. Resolvi procurá-lo porque o mesmo foi eleito por oriundis que residem na América Latina. Portanto, é o legítimo representante de nossos interesses no parlamento italiano.
Disse ao Senador que o consulado italiano no Rio possui pessoas qualificadas, que prestam um bom atendimento. Mas, que era importante verificarmos que o número é insuficiente para a demanda existente. Ele concordou e disse estar trabalhando para aumentar o efetivo dos consulados na América Latina.
Quanto as prováveis restrições ao "jus sanguinis", argumentei que seriam anti-constitucionais. Violam um dos mais importantes preceitos da democracia: a igualdade. É o mesmo que dizer a um bisneto de Italiano que ele não poderá mais requerer a cidadania a partir de determinada data. Enquanto, por exemplo, um primo que tenha entrado com o pedido antes da mudança da lei, irá obtê-la. Isso é um absurdo!
O Senador Polastri sempre foi muito solícito, mostrou-se preocupado com todas essas questões. Escreveu um artigo muito interessante sobre os problemas consulares e o projeto de lei que tramita na câmara. O texto está disponível na página do Senador na internet. Clique aqui para ler.
Aos amigos,
a comune di Paola,
Marcos André Ceciliano
Alguns deputados argumentam que é necessário fazer restrições ao "jus sanguinis". Os mais extremistas querem limitar a transmissão da cidadania a filhos e netos de Italianos. Outros, mais parcimoniosos, apoiam a introdução do "jus soli" como princípio fundamental para a obtenção do direito.
Há algum tempo estou em contato com o gabinete do Senador Italiano Edoardo Pollastri. Resolvi procurá-lo porque o mesmo foi eleito por oriundis que residem na América Latina. Portanto, é o legítimo representante de nossos interesses no parlamento italiano.
Disse ao Senador que o consulado italiano no Rio possui pessoas qualificadas, que prestam um bom atendimento. Mas, que era importante verificarmos que o número é insuficiente para a demanda existente. Ele concordou e disse estar trabalhando para aumentar o efetivo dos consulados na América Latina.
Quanto as prováveis restrições ao "jus sanguinis", argumentei que seriam anti-constitucionais. Violam um dos mais importantes preceitos da democracia: a igualdade. É o mesmo que dizer a um bisneto de Italiano que ele não poderá mais requerer a cidadania a partir de determinada data. Enquanto, por exemplo, um primo que tenha entrado com o pedido antes da mudança da lei, irá obtê-la. Isso é um absurdo!
O Senador Polastri sempre foi muito solícito, mostrou-se preocupado com todas essas questões. Escreveu um artigo muito interessante sobre os problemas consulares e o projeto de lei que tramita na câmara. O texto está disponível na página do Senador na internet. Clique aqui para ler.
Aos amigos,
a comune di Paola,
Marcos André Ceciliano
domingo, agosto 05, 2007
E o Petróleo? Vai cair...
Aproveitem o domingo, porque o mercado de commodities vai ter uma semana agitada, principalmente no setor de energia. A crise do mercado imobiliário está gerando complicações para toda a economia americana.
A preocupação inicial é com o mercado de crédito, porque afeta diretamente o nível de consumo. A partir dessas projeções, é de se esperar que a economia americana entre em recessão. Por conseguinte, o consumo de energia será reduzido. As empresas operarão abaixo do produto potêncial, na tentativa de salvar suas margens.
Será mais uma semana de queda nas bolsas. Não há nenhum relatório a ser anunciado ou decisão governamental que possa mudar o atual quadro de incerteza. As commodities mais afetadas serão as do petróleo. Os índices com maiores perdas serão o "Dated Brent Spot" e o "Nymex Crude Future".
Aos amigos,
Jerry Lee Lewis,
Marcos André Ceciliano
A preocupação inicial é com o mercado de crédito, porque afeta diretamente o nível de consumo. A partir dessas projeções, é de se esperar que a economia americana entre em recessão. Por conseguinte, o consumo de energia será reduzido. As empresas operarão abaixo do produto potêncial, na tentativa de salvar suas margens.
Será mais uma semana de queda nas bolsas. Não há nenhum relatório a ser anunciado ou decisão governamental que possa mudar o atual quadro de incerteza. As commodities mais afetadas serão as do petróleo. Os índices com maiores perdas serão o "Dated Brent Spot" e o "Nymex Crude Future".
Aos amigos,
Jerry Lee Lewis,
Marcos André Ceciliano
quarta-feira, agosto 01, 2007
Na caixa-preta de voz...
Depois de muita especulação, foi divulgado o conteúdo da caixa-preta de voz do vôo 3054. Disponibilizei abaixo os últimos minutos da transcrição:
INÍCIO
18h45
Cabine: Pista à vista, pousando
Cabine: Pergunte à torre sobre condições de chuva, sobre a condição da pista e se pista está escorregadia
Cabine: TAM em aproximação final, a duas milhas de distância, poderia confirmar condições
18h47
Torre: Está molhado e ainda está escorregadio.... Eu reportarei que a 35 está liberada ao 3054.
Cabine: TAM 3054, 35 à esquerda, autorizado para pousar. A pista está molhada e escorregadia
Torre: Pouso está liberado
Cabine: Pouso está liberado. Pouso verde, vôo manual
Som do piloto automático sendo desconectado
Cabine: Checado
Som de três cliques indicando reversão para vôo manual
18h48
Som do movimento do acelerar
Som do aumento do barulho do motor
Primeiro-oficial: Reverso número um apenas. Spolier (freio) nada.
Piloto: Olhe isso
Primeiro-oficial: Desacelera, desacelera
Piloto: Eu não consigo, eu não consigo
Piloto: Oh, meu Deus.. Oh, meu Deus
Primeiro-oficial: Vai, vai.. vira, vira
Primeiro-oficial: Vira, vira.. Pára.
Som de barulhos de batida
Microfone de cabine: Ah, não (voz masculina)
Pausa nos barulhos de batida, sons de gritos, sons de barulho de batida
FIM
De acordo com os diálogos registrados na caixa-preta, os pilotos não reclamaram de aguaplanagem durante a tentativa de pouso. Ou seja, a culpa que foi atribuída a pista de congonhas e, por conseguinte, ao governo e suas agências reguladoras, não se comprova.
Os dados de voz também serviram para descartar uma das hipóteses mais aclamadas por especialistas do setor: a de que os pilotos não estavam cientes da ausência do reversor direito. A fala do primeiro-oficial, às 18h48, é clara nesse sentido: "Reverso número um apenas".
Entretanto, surgiu algo novo. Segundo a trancrição, o piloto tentou frear a aeronave através dos spoilers e não conseguiu. Um dado que nos remete a falha mecânica. Algo que poderá ser comprovado quando da análise do conteúdo da segunda caixa-preta.
Erro humano! Esse é o consenso entre a maioria dos especialistas sobre a causa do acidente. A manete de controle do motor direito foi mantida na posição de aceleração, quando deveria estar em marcha lenta. Então, os sistemas eletrônicos da aeronave teriam interpretado que o piloto estava tentando arremeter. Talvez, por essa razão, o sistema de freio não tenha respondido. Pode ter sido inibido pelo computador de bordo.
É importante lembrar que o piloto não tem controle total sobre a aeronave. Com o avanço tecnológico, ele se tornou um mero supervisor, preso as rotinas determinadas pelos sistemas de navegação. No fim, ele dá comandos a um computador que pilota a aeronave. Triste constatação!
Aos meus amigos,
os comentários de Carta,
Marcos André Ceciliano
INÍCIO
18h45
Cabine: Pista à vista, pousando
Cabine: Pergunte à torre sobre condições de chuva, sobre a condição da pista e se pista está escorregadia
Cabine: TAM em aproximação final, a duas milhas de distância, poderia confirmar condições
18h47
Torre: Está molhado e ainda está escorregadio.... Eu reportarei que a 35 está liberada ao 3054.
Cabine: TAM 3054, 35 à esquerda, autorizado para pousar. A pista está molhada e escorregadia
Torre: Pouso está liberado
Cabine: Pouso está liberado. Pouso verde, vôo manual
Som do piloto automático sendo desconectado
Cabine: Checado
Som de três cliques indicando reversão para vôo manual
18h48
Som do movimento do acelerar
Som do aumento do barulho do motor
Primeiro-oficial: Reverso número um apenas. Spolier (freio) nada.
Piloto: Olhe isso
Primeiro-oficial: Desacelera, desacelera
Piloto: Eu não consigo, eu não consigo
Piloto: Oh, meu Deus.. Oh, meu Deus
Primeiro-oficial: Vai, vai.. vira, vira
Primeiro-oficial: Vira, vira.. Pára.
Som de barulhos de batida
Microfone de cabine: Ah, não (voz masculina)
Pausa nos barulhos de batida, sons de gritos, sons de barulho de batida
FIM
De acordo com os diálogos registrados na caixa-preta, os pilotos não reclamaram de aguaplanagem durante a tentativa de pouso. Ou seja, a culpa que foi atribuída a pista de congonhas e, por conseguinte, ao governo e suas agências reguladoras, não se comprova.
Os dados de voz também serviram para descartar uma das hipóteses mais aclamadas por especialistas do setor: a de que os pilotos não estavam cientes da ausência do reversor direito. A fala do primeiro-oficial, às 18h48, é clara nesse sentido: "Reverso número um apenas".
Entretanto, surgiu algo novo. Segundo a trancrição, o piloto tentou frear a aeronave através dos spoilers e não conseguiu. Um dado que nos remete a falha mecânica. Algo que poderá ser comprovado quando da análise do conteúdo da segunda caixa-preta.
Erro humano! Esse é o consenso entre a maioria dos especialistas sobre a causa do acidente. A manete de controle do motor direito foi mantida na posição de aceleração, quando deveria estar em marcha lenta. Então, os sistemas eletrônicos da aeronave teriam interpretado que o piloto estava tentando arremeter. Talvez, por essa razão, o sistema de freio não tenha respondido. Pode ter sido inibido pelo computador de bordo.
É importante lembrar que o piloto não tem controle total sobre a aeronave. Com o avanço tecnológico, ele se tornou um mero supervisor, preso as rotinas determinadas pelos sistemas de navegação. No fim, ele dá comandos a um computador que pilota a aeronave. Triste constatação!
Aos meus amigos,
os comentários de Carta,
Marcos André Ceciliano
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