quarta-feira, julho 12, 2006

Que Deus salve todos nós, e Deus guarde todos vós!




" Juro, eu sou assim, tropeiro de cantinga, que mudou de vida pra ser cantador, passarim sem asa, sou tudo e nada, sou um sonhador. "
Tropeiro de cantiga / Paulinho Pedra Azul


Voltava do Rio, o celular tocou, era um amigo avisando que extraordinariamente ocorreria um sem lei na serra. Fiquei muito feliz com a idéia. Só depois percebi: "Sem lei" na terça? "Sem lei" na serra?
Para os amigos que não conhecem o evento, os encontros do sem lei ocorrem sempre na segunda e, desde que o Perereca, fundador do encontro, faleceu, raramente nos reunimos na serra.

Infelizmente, nem todos compareceram. Mesmo porque, nunca um sem lei foi confirmado com um dia de antecedência. E isso abre margem para muitas faltas. Mas, essa é a graça do encontro, o improviso. É tudo de última hora, e ficam várias pessoas no telefone tentando resolver tudo. Parece um pregão da Bolsa de São Paulo: "Paulinho vem pra cá", "Cadê o Buzina?", "Tem que descer para comprar mais cerveja", "Sobe com o som", "Chama o Luizinho",...

Sentei no banquinho do penhasco e fiquei admirando o céu. E meio que conversando comigo mesmo, questionei o mistério daquele dia. Naquele instante eu contemplava o céu mais limpo e estrelado que já havia visto. É um desses momentos que poderiam durar uma eternidade, por sua beleza e sinceridade.

Ouvimos Ednardo, Belchior, Paulinho Pedra Azul,... Não havia repertório melhor para o dia. Cantei abraçado com meu tio, a música que abriu o post, "tropeiro de cantiga". É tão bom poder olhar em seus olhos e perceber o quanto consideramos essas coisas importantes.
Um romantismo que a maioria considera idiota, mas, que em nossos corações faz muito sentido. Eu adoro os cantores das belezas do meu país, nunca me cansarei de cantá-los e ouvi-los. Essa é a graça da vida, a poesia, as longas declarações, o resto é futilidade, que só consegue preencher o coração das pessoas vazias...

Aos meu amigos,
com carinho,

Marcos André Ceciliano

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