terça-feira, junho 10, 2008

Dólar forte? Tem certeza?

A política forte do dólar, exaltada durante décadas por presidentes americanos e secretários do tesouro, tornou-se uma piada sem graça nos últimos anos. Ainda assim, George W. Bush prefere se utilizar da estratégia de discursos otimistas para melhorar o desempenho da moeda. Obviamente, ele não está atuando em alguma ponta do mercado, comprando ou vendendo grande volume da moeda. Então, a pergunta que fica é: a retórica faz alguma diferença no mercado de câmbio?

A resposta mais justa para esse questionamento é: depende de quem está falando e em que circunstâncias. O discurso importa quando a pessoa que está com a boca se movendo sabe de algo que o resto de nós não sabe. É pouco provável que esse seja o caso de Bush, uma vez que a maior parte dos dados da economia americana torna-se pública pouco depois de preparada. O discurso também é importante quando fornece dicas sobre ações futuras, como quando o governo de Pequim fala sobre o yuan completamente controlado.

A grande pergunta é: o Tesouro Americano e o Federal Reserve estão dispostos a intervir na questão do dólar? Ben Bernanke, presidente do Fed, parece mais preocupado com a inflação do que com o crescimento imediato da economia. Por conta disso, deve começar a subir as taxas de juros em pouco tempo. Talvez, isso ajude o dólar. Mas, apenas o suficiente para mantê-lo alto como o Euro, uma vez que o BC Europeu também elevará os juros.

No mais, em um momento de crise, não vejo o FED enxugando os dólares que injetou no mercado financeiro. Ainda mais, aqueles que trouxeram liquidez ao sistema bancário. Não existe outro cenário: os investidores estrangeiros continuarão sendo os grandes compradores da moeda.

Ontem, estava lendo o Wall Street Journal e percebi algo nas entrelinhas do discurso de Hank Paulson, secretário do tesouro: ele estendeu um tapete de boas-vindas aos fundos de investimentos estrangeiros, principalmente os controlados por governos. Esse tipo de atitude merece atenção. Mesmo porque, esses fundos e seus parceiros privados sempre tomarão decisões baseadas em risco e retorno, mais do que qualquer outro fator. Então, se essas ações estabilizarem o dólar esse ano, como está acontecendo, será um grande erro acreditar que a fala sobre "dólar forte" de Bush funcionou.

Aos amigos,
o grito contido,
o choro abafado,

Marcos André Ceciliano

5 comentários:

Anônimo disse...

Ele voltou!!!!!!!!!!!!!
Marcos. Fala sobre a BrOi, fala!
Mete pau no Daniel Dantas que você tanto admira...

Fala da podridão do teu país, porra!

Anônimo disse...

Andrezinho do ouro, vou me juntar ao Renato. Você é fã do Dantas, só bate nele com pluma. Cadê as críticas?

Aahuauhauhahuhuahauh...

Anônimo disse...

ANDREZINHO DO OURO! ANDREZINHO DO OURO! AI AI AI... FAMÍLIA CECILIANO

ATEH TINHA ESQUECIDO DESSA.

BOA, RICARDO!

Anônimo disse...

Moço, parabéns pelo texto.
Òtima visão sobre as forças que atuam no mercado de câmbio.

Saudades suas.

Anônimo disse...

O panorama foi muito bem traçado.
Agora, o que você acha da posição do Bernanke? Subir o juro é a melhor saída?