Barack Obama, é capa do "The New York Times" mais uma vez. Na edição dessa segunda, o jornal traz uma reportagem completa sobre o senador, que ameaça tomar de Hillary Clinton a indicação do partido democrata.
É engraçado constatar que Hillary é senadora por New York e não tem o mesmo espaço jornalístico que o representante de Illinois. Parece que Obama conseguiu ganhar a imprensa do estado, uma aliada muito importante em uma campanha presidencial.
A jornalista Janny Scott não poupou elogios ao pré-candidato, chegou a dizer que o senador foi um dos poucos democratas progressistas dentro de um regime de forte controle republicano. Um comentário não muito imparcial.
A matéria também ressalta o bom desempenho legislativo do presidenciável. O ponto alto é uma tabela com os projetos de lei mais importantes do senador. Disponibilizei os dados abaixo:
SAÚDE
Não aprovados:
1999 - Emenda a constituição de Illinois que garante à população do estado acesso a todos os serviços de saúde gratuitamente.
2005 - Projeto de lei autorizando a pesquisa de células-tronco
Aprovados:
2003 - Medidas para garantir acesso livre a serviços de saúde para aqueles que estão abaixo da linha da pobreza.
2004 - Projeto de lei que determina a criação de uma comissão para determinar um plano de saúde universal para o estado de Illinois.
POBREZA
Aprovados:
1997 - Projeto de lei que determina um estudo de longo prazo sobre as taxas de pobreza, tornando a informação acessível a universidades e institutos de pesquisa.
1999 - Projeto de lei que determina o treino de agentes federais de saúde.
VIOLÊNCIA
Aprovados:
1997 - Projeto de lei para a criação de um programa para reintegrar jovens delinquentes que cumpriram pena a suas comunidades.
2003 - Projeto de lei que obriga políciais a gravar as sessões de interrogatório de suspeitos.
DIREITOS CIVIS
Não aprovados:
2005 - Projeto de lei que torna crime a discriminação sexual.
Aprovados:
2003 - Projeto de lei que visa acabar com a discriminação racial no trânsito.
ÉTICA
Não aprovados:
2005 - Projeto de lei para a criação de um fundo para as eleições da Suprema Corte.
Aprovados:
1998 - Projeto de lei que proíbe a aceitação de presentes de lobbystas e o uso pessoal do dinheiro de campanhas políticas.
2003 - Projeto de lei que autoriza os inspetores do estado a investigar as violações.
MEIO AMBIENTE
Não aprovados:
2005 - Projeto de lei que determina o uso de certo percentual de energia renovável nas indústrias.
CONTROLE DE ARMAS
Não aprovados:
2001 - Projeto de lei para a criação de um cartão de indentificação dos portadores de armas durante o processo de registro.
IMIGRAÇÃO
Aprovados:
2003 - Projeto de lei que determina a criação de um escritório de imigração com serviços educacionais e de registro.
Já fiz várias críticas ao sistema de colégios eleitorais dos EUA, que considero antidemocrático. Mesmo porque, como foi provado na primeira eleição de George W. Bush, nem sempre prevalece a escolha da maioria. Para os que não se lembram do ocorrido, o candidato democrata, Al Gore, conseguiu maioria em votos, mas, não em colégios eleitorais. Então, Bush foi declarado presidente.
Entretanto, preciso admitir que é um país que leva as primárias a sério. O processo é transparente, com debates na televisão e interatividade com o público. Não existem indicações de caciques, como na política brasileira. Os candidatos precisam mostrar que tem mais chances do que os outros. Bem que podia ser assim na minha cidade...
Aos meus amigos,
Norah Jones,
Marcos André Ceciliano
segunda-feira, julho 30, 2007
sábado, julho 28, 2007
Pior semana de Wall Street em 5 anos...
Sexta-feira foi um dia negro para Wall Street, muitas ações caíram abruptamente. O desastre parecia anunciado desde quinta, quando o mercado foi notificado sobre as baixas projeções de crescimento da economia americana.
Foi a pior semana do mercado financeiro americano nos últimos 5 anos. O índice Standard & Poor’s amargou perda de 5%, logo após muitos investidores realizarem lucros na última hora de pregão.
O índice Dow Jones recuou 208,10 pontos ontem e 311,50 pontos na quinta. O acumulado de perdas na semana foi de 4,23%.
O mercado de ações tem se tornado muito volátil nos últimos meses por conta da retração do mercado imobiliário e problemas no mercado de crédito. Ao mesmo tempo em que China, Índia e Europa estão mantendo a economia mundial aquecida.
"A economia ainda é forte, a taxa de desemprego é baixa e o resto do mundo está em boom", disse Liz Ann Sonders, estrategista chefe de investimentos da Charles Schwab. “Mas, existem deficiências aqui e elas parecem estar ganhando a atenção do mercado, mais do que as componentes importantes. Esperamos que essa percepção mude.”
Ainda ontem, o presidente Bush e quatro de seus melhores economistas tentaram desmistificar o alarde causado pelo mercado. Eles citaram o relatório do Dep. de Comércio que demonstrava que a economia se recuperou nos três meses que terminaram em junho, com crescimento de 3,4%.
“O mundo é forte, a economia do mundo é forte. Acredito que uma das razões para isso é que ainda somos fortes.”, disse o presidente Bush.
No início do dia, os mercados ensaiaram uma recuperação. No entanto, investidores discordavam do último relatório econômico e das palavras do governo.
O preço do barril de petróleo fechou em $77,02, pouco abaixo de seu recorde. As notas do tesouro sofreram pouca alteração, enquanto a yeld dos títulos continuaram a cair. O mercado asiático teve um dos piores dias do ano, com queda de 2,4% no índice. A única exceção foi a China, que tem mercado misto.
Tive a oportunidade de ler o relatório do departamento de comércio. Resumidamente, mostra que os gastos do governo e as exportações foram o carro-chefe do segundo trimestre. Também aponta que a preocupação de alguns economistas com os gastos em consumo diminuíram de forma significativa, para 1,3% no segundo trimestre. O índice havia registrado 3,7% no primeiro.
Mas, a preocupação dos investidores tem duas componentes principais: a taxa de juros e a dificuldade de consumidores e empresas em conseguir empréstimos.
Tobias M. Levkovich, estrategista do Citigroup, disse que os investidores da bolsa ficaram assustados com as mudanças no mercado de crédito, ignorando até mesmo outros fatores que costumam determinar o preço das ações, como o lucro das empresas.
No mercado de ações, os setores de tecnologia da informação, energia e saúde tiveram as maiores quedas. Levkovich acha que as vendas na última hora de pregão foram um ato de realização de lucros e lembrou que o setor de energia acumulava alta de 19% no ano.
Os investidores devem ter pensado "fiz dinheiro aqui e quero manter meus ganhos", disse Levkovich.
Aos amigos,
Good Will hunting,
Marcos André Ceciliano
Foi a pior semana do mercado financeiro americano nos últimos 5 anos. O índice Standard & Poor’s amargou perda de 5%, logo após muitos investidores realizarem lucros na última hora de pregão.
O índice Dow Jones recuou 208,10 pontos ontem e 311,50 pontos na quinta. O acumulado de perdas na semana foi de 4,23%.
O mercado de ações tem se tornado muito volátil nos últimos meses por conta da retração do mercado imobiliário e problemas no mercado de crédito. Ao mesmo tempo em que China, Índia e Europa estão mantendo a economia mundial aquecida.
"A economia ainda é forte, a taxa de desemprego é baixa e o resto do mundo está em boom", disse Liz Ann Sonders, estrategista chefe de investimentos da Charles Schwab. “Mas, existem deficiências aqui e elas parecem estar ganhando a atenção do mercado, mais do que as componentes importantes. Esperamos que essa percepção mude.”
Ainda ontem, o presidente Bush e quatro de seus melhores economistas tentaram desmistificar o alarde causado pelo mercado. Eles citaram o relatório do Dep. de Comércio que demonstrava que a economia se recuperou nos três meses que terminaram em junho, com crescimento de 3,4%.
“O mundo é forte, a economia do mundo é forte. Acredito que uma das razões para isso é que ainda somos fortes.”, disse o presidente Bush.
No início do dia, os mercados ensaiaram uma recuperação. No entanto, investidores discordavam do último relatório econômico e das palavras do governo.
O preço do barril de petróleo fechou em $77,02, pouco abaixo de seu recorde. As notas do tesouro sofreram pouca alteração, enquanto a yeld dos títulos continuaram a cair. O mercado asiático teve um dos piores dias do ano, com queda de 2,4% no índice. A única exceção foi a China, que tem mercado misto.
Tive a oportunidade de ler o relatório do departamento de comércio. Resumidamente, mostra que os gastos do governo e as exportações foram o carro-chefe do segundo trimestre. Também aponta que a preocupação de alguns economistas com os gastos em consumo diminuíram de forma significativa, para 1,3% no segundo trimestre. O índice havia registrado 3,7% no primeiro.
Mas, a preocupação dos investidores tem duas componentes principais: a taxa de juros e a dificuldade de consumidores e empresas em conseguir empréstimos.
Tobias M. Levkovich, estrategista do Citigroup, disse que os investidores da bolsa ficaram assustados com as mudanças no mercado de crédito, ignorando até mesmo outros fatores que costumam determinar o preço das ações, como o lucro das empresas.
No mercado de ações, os setores de tecnologia da informação, energia e saúde tiveram as maiores quedas. Levkovich acha que as vendas na última hora de pregão foram um ato de realização de lucros e lembrou que o setor de energia acumulava alta de 19% no ano.
Os investidores devem ter pensado "fiz dinheiro aqui e quero manter meus ganhos", disse Levkovich.
Aos amigos,
Good Will hunting,
Marcos André Ceciliano
segunda-feira, julho 23, 2007
A RCTV está de volta...
Sete semanas após ter saído do ar, quando da não-renovação de sua licensa de transmissão pelo governo Chávez, a RCTV está de volta. Mas, o canal está disponível apenas para 2/5 dos venezuelanos, os que tem acesso à tv a cabo ou via satélite.
O ressurgimento da estação prova que os críticos internacionais estavam errados, disse o presidente da Venezuela. A RCTV poderia ter se tornado um canal fechado imediatamente após o corte do sinal, mas, preferiu não fazê-lo para causar sensacionalismo, completou.
Como economista, digo que o problema da RCTV hoje é administrativo, já que a licensa, ao que tudo indica, não tem chances de ser renovada. Então, a solução é adequar a estrutura macro do canal para um modelo inferior, com retornos baixos. Os desdobramentos previsíveis são: demissão de funcionários, alteração da grade e fim dos contratos de exclusividade.
A TVes, emissora que ocupou o slot(canal 2) da RCTV, tem atingido 10% da audiência da antecessora. A razão para isso é simples: TVes é uma emissora de serviço público. Exibe alguns programas de produturas independentes, mas estes são de baixa qualidade.
Entretanto, nem os canais fechados estão livres do controle governamental, disse o Ministro das Comunicações da Venezuela. Ao contrário do caso brasileiro, o governo Chávez estuda a possibilidade de que os canais a cabo ou via satélite sejam obrigados a transmitir discursos do presidente à nação, todos não remunerados.
O caso da RCTV trouxe a Chávez um prejuízo incomensurável em sua imagem internacional, e instigou a oposição dentro da Venezuela. Alguns institutos de pesquisa, como a Hinterlaces, sugerem que a popularidade de Chávez foi abalada pelo fechamento da RCTV. Em contrapartida, Félix Seijas, respeitável pesquisador, diz que a aprovação do presidente continua na casa dos 70%.
O maior beneficiado pela não-renovação da concessão da RCTV foi Gustavo Cisneros, proprietário da maior emissora rival, a Venevisión. Cisneros, que apoiava a oposição, é acusado de ter feito um acordo com o governo Chávez. Em um editorial de seu canal, ele acusou "certas figuras do governo" de quererem apenas notícias favoráveis ao regime. Mas, também disse que não é papel de uma emissora tomar parte em um conflito político. Ao que tudo indica, ninguém quer desagradar o rei.
Aos meus amigos,
os contos de Mandrake,
Marcos André Ceciliano
O ressurgimento da estação prova que os críticos internacionais estavam errados, disse o presidente da Venezuela. A RCTV poderia ter se tornado um canal fechado imediatamente após o corte do sinal, mas, preferiu não fazê-lo para causar sensacionalismo, completou.
Como economista, digo que o problema da RCTV hoje é administrativo, já que a licensa, ao que tudo indica, não tem chances de ser renovada. Então, a solução é adequar a estrutura macro do canal para um modelo inferior, com retornos baixos. Os desdobramentos previsíveis são: demissão de funcionários, alteração da grade e fim dos contratos de exclusividade.
A TVes, emissora que ocupou o slot(canal 2) da RCTV, tem atingido 10% da audiência da antecessora. A razão para isso é simples: TVes é uma emissora de serviço público. Exibe alguns programas de produturas independentes, mas estes são de baixa qualidade.
Entretanto, nem os canais fechados estão livres do controle governamental, disse o Ministro das Comunicações da Venezuela. Ao contrário do caso brasileiro, o governo Chávez estuda a possibilidade de que os canais a cabo ou via satélite sejam obrigados a transmitir discursos do presidente à nação, todos não remunerados.
O caso da RCTV trouxe a Chávez um prejuízo incomensurável em sua imagem internacional, e instigou a oposição dentro da Venezuela. Alguns institutos de pesquisa, como a Hinterlaces, sugerem que a popularidade de Chávez foi abalada pelo fechamento da RCTV. Em contrapartida, Félix Seijas, respeitável pesquisador, diz que a aprovação do presidente continua na casa dos 70%.
O maior beneficiado pela não-renovação da concessão da RCTV foi Gustavo Cisneros, proprietário da maior emissora rival, a Venevisión. Cisneros, que apoiava a oposição, é acusado de ter feito um acordo com o governo Chávez. Em um editorial de seu canal, ele acusou "certas figuras do governo" de quererem apenas notícias favoráveis ao regime. Mas, também disse que não é papel de uma emissora tomar parte em um conflito político. Ao que tudo indica, ninguém quer desagradar o rei.
Aos meus amigos,
os contos de Mandrake,
Marcos André Ceciliano
domingo, julho 22, 2007
Discussão na F1: Alonso x Massa
O domingo foi frustrante para os brasileiros que assistiram a corrida de F1. Após uma largada inusitada, em que muitos carros rodaram por causa da pista molhada, ocorreu a entrada do Safety car. Na relargada, Felipe Massa assumiu a ponta e liderou quase toda a prova, chegou a colocar 7.1 seg de vantagem em relação a Mclaren de Fernando Alonso.
Infelizmente, a meteorologia não ajudou o piloto da Ferrari. Nas últimas voltas, começou a chover bastante e a Mclaren teve melhor rendimento. Massa foi ultrapassado por Alonso faltando apenas 3 voltas para a bandeirada.
O desfecho é conhecido por todos. No retorno aos boxes, Alonso foi sensacionalista e chamou a câmera para mostrar o estrago causado em seu F1 quando da ultrapassagem. O piloto espanhol entrou na sala de staff e começou uma discussão com Massa. Assista a troca de insultos no vídeo abaixo:
Mas, não foi isso que me chamou a atenção nesse GP. Estava lendo o Herald Tribune hoje quando me deparei com a seguinte notícia: "John Surtees kicked out of Ferrari garage".
Segundo Agnès Carlier, John Surtees foi expulso dos boxes da Ferrari no sábado. Ao ser questionado sobre o episódio, Surtees respondeu: "Fui empurrado para fora do stand da Ferrari. Logo eu, campeão mundial da Ferrari em 1964, corredor de 111 grandes prêmios. Ninguém me reconheceu e eles pensaram que eu era um fã tentando entrar no stand".
Mas, faltava escutar a versão da Ferrari. A explicação estava hoje no The New York Times, na coluna de esportes. O responsável pelo editorial escreveu: Não houve mal-entendido. A Ferrari não permitiu a entrada de Surtees porque ele trocou a festa de aniversário da construtora pelo festival Goodwood.
Aos amigos,
a ausência de Hamilton,
Marcos André Ceciliano
Infelizmente, a meteorologia não ajudou o piloto da Ferrari. Nas últimas voltas, começou a chover bastante e a Mclaren teve melhor rendimento. Massa foi ultrapassado por Alonso faltando apenas 3 voltas para a bandeirada.
O desfecho é conhecido por todos. No retorno aos boxes, Alonso foi sensacionalista e chamou a câmera para mostrar o estrago causado em seu F1 quando da ultrapassagem. O piloto espanhol entrou na sala de staff e começou uma discussão com Massa. Assista a troca de insultos no vídeo abaixo:
Mas, não foi isso que me chamou a atenção nesse GP. Estava lendo o Herald Tribune hoje quando me deparei com a seguinte notícia: "John Surtees kicked out of Ferrari garage".
Segundo Agnès Carlier, John Surtees foi expulso dos boxes da Ferrari no sábado. Ao ser questionado sobre o episódio, Surtees respondeu: "Fui empurrado para fora do stand da Ferrari. Logo eu, campeão mundial da Ferrari em 1964, corredor de 111 grandes prêmios. Ninguém me reconheceu e eles pensaram que eu era um fã tentando entrar no stand".
Mas, faltava escutar a versão da Ferrari. A explicação estava hoje no The New York Times, na coluna de esportes. O responsável pelo editorial escreveu: Não houve mal-entendido. A Ferrari não permitiu a entrada de Surtees porque ele trocou a festa de aniversário da construtora pelo festival Goodwood.
Aos amigos,
a ausência de Hamilton,
Marcos André Ceciliano
sábado, julho 21, 2007
William Waack e a grande imprensa...
Na quinta-feira, a coluna do jornalista William Waack (Portal G1), trazia um texto muito tendencioso sobre os desdobramentos internacionais do acidente com o vôo 3054.
Fiquei consternado com a seguinte afirmação do jornalista:
Já é altíssimo o “custo” de imagem para o governo brasileiro – que gosta de afirmar que “nunca antes este país” foi tão ouvido e respeitado lá fora (uma bobagem arrasada seguidamente pelos fatos, aliás).
O comentário foi parcial, desmedido e inflamado. Mesmo porque, quando da publicação do texto, não existia nenhum indício ou prova que incriminasse a pista do aeroporto de Congonhas e, por conseguinte, a gestão do governo federal.
A grande imprensa está fazendo uma campanha para desmoralizar o governo, atribuindo ao mesmo falta de capacidade gerencial. Nesse contexto, vale ressaltar que os orgãos governamentais responsáveis pela fiscalização dos aeroportos, ANAC e Infraero, possuem diretores fixos que são sabatinados e aprovados pelo Congresso Nacional.
Em repúdio a matéria, escrevi o seguinte comentário na coluna do jornalista.
"Bom, o JN noticiou que essa mesma aeronave da TAM teve problemas no dia anterior, justamente na hora do pouso. Interessante, não? E agora, foi negligência de quem? É o presidente Lula quem faz a manutenção dos aviões da TAM? Por que uma aeronave semelhante fez um pouso perfeito 3 minutos antes e justamente a que deu problema não?
Eu estou estarrecido com essa tragédia. A morte dessas pessoas é algo lamentável. Mas, não se pode transformar algo assim em mais uma bravata contra o governo. Existem muitos problemas administrativos no Brasil e grande parte por conta do nosso sistema político. Gostaria que lembrassem que o cargo de Presidente da República é representativo, não gerencial.
Os críticos esquecem que existem no governo pessoas com formações excepcionais, altamente eficientes. São elas que comandam o país. O acidente não foi causado pelas condições da pista, mas, por conta da incapacidade do avião em reduzir a velocidade. Se foi erro humano, ainda não sabemos. O resto que se noticia é jogo baixo."
Aos amigos,
"sem você" de Chico Buarque,
Marcos André Ceciliano
Fiquei consternado com a seguinte afirmação do jornalista:
Já é altíssimo o “custo” de imagem para o governo brasileiro – que gosta de afirmar que “nunca antes este país” foi tão ouvido e respeitado lá fora (uma bobagem arrasada seguidamente pelos fatos, aliás).
O comentário foi parcial, desmedido e inflamado. Mesmo porque, quando da publicação do texto, não existia nenhum indício ou prova que incriminasse a pista do aeroporto de Congonhas e, por conseguinte, a gestão do governo federal.
A grande imprensa está fazendo uma campanha para desmoralizar o governo, atribuindo ao mesmo falta de capacidade gerencial. Nesse contexto, vale ressaltar que os orgãos governamentais responsáveis pela fiscalização dos aeroportos, ANAC e Infraero, possuem diretores fixos que são sabatinados e aprovados pelo Congresso Nacional.
Em repúdio a matéria, escrevi o seguinte comentário na coluna do jornalista.
"Bom, o JN noticiou que essa mesma aeronave da TAM teve problemas no dia anterior, justamente na hora do pouso. Interessante, não? E agora, foi negligência de quem? É o presidente Lula quem faz a manutenção dos aviões da TAM? Por que uma aeronave semelhante fez um pouso perfeito 3 minutos antes e justamente a que deu problema não?
Eu estou estarrecido com essa tragédia. A morte dessas pessoas é algo lamentável. Mas, não se pode transformar algo assim em mais uma bravata contra o governo. Existem muitos problemas administrativos no Brasil e grande parte por conta do nosso sistema político. Gostaria que lembrassem que o cargo de Presidente da República é representativo, não gerencial.
Os críticos esquecem que existem no governo pessoas com formações excepcionais, altamente eficientes. São elas que comandam o país. O acidente não foi causado pelas condições da pista, mas, por conta da incapacidade do avião em reduzir a velocidade. Se foi erro humano, ainda não sabemos. O resto que se noticia é jogo baixo."
Aos amigos,
"sem você" de Chico Buarque,
Marcos André Ceciliano
sexta-feira, julho 20, 2007
O homem que amava a Bahia...
Muitas pessoas estranharão o conteúdo desse artigo: uma homenagem ao político baiano Antônio Carlos Magalhães, que morreu nessa sexta-feira.
Não pretendo abordar os escândalos dos quais essa personalidade pública foi protagonista. Mesmo porque, aprendi a duras penas que, na política, nem tudo que é noticiado, está de acordo com a realidade dos fatos.
Uma coisa é certa: durante a carreira de ACM, mais importante que as bravatas, foram os esforços para a defesa dos interesses da Bahia. Por isso sempre foi reconhecido por seu povo, independente das pressões midiáticas.
Apesar de possuir o cinismo característico da direita, entendia exatamente como funcionava o Brasil. Seus pronunciamentos eram marcantes em vários aspectos, principalmente na veemência das argumentações.
Lembro de uma entrevista de ACM a Rolling Stone que me marcou profundamente. Perguntado sobre a ascenção dos evangélicos ao poder, ele respondeu:
“Seja como for, tudo tem um benefício. A própria igreja evangélica do Reino de Deus, essa que pega seus dízimos e carrega de avião, essa que toma dos pobres; ela cria uma esperança, e criando uma esperança naqueles mais carentes – naqueles miseráveis – evidentemente é sempre bom, porque evita o desespero que é contagiante e que pode causar revoluções maiores no país”.
Muitos acreditam que a vitória do petista Jacques Wagner, na eleição estadual, determinou o fim do carlismo. Os que pensam assim estão enganados! Nem a morte de ACM acaba com o carlismo. Essa forma de se fazer política, instituída pela direita Baiana, está enraizada no subconsciente de seu povo.
A nova geração do carlismo está dando mostras de que pode retomar o poder no estado. Uma das figuras que mais se destacam é o herdeiro político direto de ACM, seu neto.
Conversei com ACM Neto algumas vezes e não escondo minha admiração para com a sua personalidade. É um jovem de fibra, determinado. Está sempre disposto a defender aquilo que considera correto, as verdades da sua ideologia política.
Seu avô era um fenômeno, perpetuou o nome da família na esfera governamental. Sem medo de errar, respondo qual o segredo para o sucesso de sua carreira política: ACM amava a Bahia.
Aos amigos,
"Carcará",
Marcos André Ceciliano
Não pretendo abordar os escândalos dos quais essa personalidade pública foi protagonista. Mesmo porque, aprendi a duras penas que, na política, nem tudo que é noticiado, está de acordo com a realidade dos fatos.
Uma coisa é certa: durante a carreira de ACM, mais importante que as bravatas, foram os esforços para a defesa dos interesses da Bahia. Por isso sempre foi reconhecido por seu povo, independente das pressões midiáticas.
Apesar de possuir o cinismo característico da direita, entendia exatamente como funcionava o Brasil. Seus pronunciamentos eram marcantes em vários aspectos, principalmente na veemência das argumentações.
Lembro de uma entrevista de ACM a Rolling Stone que me marcou profundamente. Perguntado sobre a ascenção dos evangélicos ao poder, ele respondeu:
“Seja como for, tudo tem um benefício. A própria igreja evangélica do Reino de Deus, essa que pega seus dízimos e carrega de avião, essa que toma dos pobres; ela cria uma esperança, e criando uma esperança naqueles mais carentes – naqueles miseráveis – evidentemente é sempre bom, porque evita o desespero que é contagiante e que pode causar revoluções maiores no país”.
Muitos acreditam que a vitória do petista Jacques Wagner, na eleição estadual, determinou o fim do carlismo. Os que pensam assim estão enganados! Nem a morte de ACM acaba com o carlismo. Essa forma de se fazer política, instituída pela direita Baiana, está enraizada no subconsciente de seu povo.
A nova geração do carlismo está dando mostras de que pode retomar o poder no estado. Uma das figuras que mais se destacam é o herdeiro político direto de ACM, seu neto.
Conversei com ACM Neto algumas vezes e não escondo minha admiração para com a sua personalidade. É um jovem de fibra, determinado. Está sempre disposto a defender aquilo que considera correto, as verdades da sua ideologia política.
Seu avô era um fenômeno, perpetuou o nome da família na esfera governamental. Sem medo de errar, respondo qual o segredo para o sucesso de sua carreira política: ACM amava a Bahia.
Aos amigos,
"Carcará",
Marcos André Ceciliano
segunda-feira, julho 16, 2007
Não critique aquilo que não pode entender...
O título do post é uma frase da música "Times they are a-changin'", de Bob Dylan. Uma composição genial do mestre do folk americano.
Acabei não comentando a vaia orquestrada, da qual foi vítima o presidente da República. Existem muitos pontos a serem analisados nesse episódio.
O primeiro e mais relevante é que a amostra populacional presente no estádio não representa qualitativamente a população do Rio de Janeiro, muito menos pode ser usada como referência para avaliação da aprovação do governo Lula.
A evidência mais contundente do que acabo de enunciar foram os preços dos ingressos para a cerimônia de abertura do Pan, os mais baratos custavam R$ 100,00. Ou seja, a população de baixa renda, maioria em nosso estado, não pôde comparecer ao estádio.
Além disso, vale ressaltar que é de se estranhar que vaiem o presidente seguidamente e não façam o mesmo com o prefeito do Rio. Motivos para vaiar o governo César Maia não faltam, já que vivemos na cidade mais violenta e com os piores índices de educação e saúde do país.
A verdade dos números é que o governo Lula investiu R$ 1,8 bilhão no Pan, R$ 400 milhões a mais do que a prefeitura do Rio. Entretanto, o prefeito da cidade sempre insistiu na paternidade do evento. Ele deveria se preocupar com as obras superfaturadas da estrutura e com os contratos de publicidade em investigação.
O mais estúpido é a soberba da classe média do Rio. Convivo quase que diariamente com pessoas que chamam o presidente de analfabeto, incompetente e corrupto. O engraçado é que não possuem um único dado para demonstrar que o governo anterior foi melhor que esse.
É o discurso do preconceito, o repúdio pelo fato do presidente não falar inglês e não ter curso superior. As pessoas não diriam “vagabundo”, “burro” e “imbecil” para um professor como o Fernando Henrique Cardoso, sociólogo e poliglota, ou mesmo para um representante da elite nordestina como o Collor. Mas, em contrapartida, se acham no direito de chamar o presidente Lula do que bem entendem. Isso é um absurdo! Eu tenho vergonha dessa gente.
Fico com as palavras do mestre Buarque de Hollanda, quando da sua entrevista à Folha de São Paulo:
"Agora, a crítica que se faz ao PT erra a mão. Não só ao PT, mas principalmente ao Lula. Quando a oposição vem dizer que se trata do governo mais corrupto da história do Brasil, é preciso dizer 'espera aí'. Quando aquele senador tucano canastrão vai para a tribuna do Senado dizer que vai bater no Lula, dar porrada, quando chamam o Lula de vagabundo, de ignorante, aí estão errando muito a mão.
Governo mais corrupto da história? Onde está o corruptômetro? É preciso investigar. Tem que punir, sim. Mas vamos entender melhor as coisas."
Aos meus amigos,
a garra de Jade Barbosa,
Marcos André Ceciliano
Acabei não comentando a vaia orquestrada, da qual foi vítima o presidente da República. Existem muitos pontos a serem analisados nesse episódio.
O primeiro e mais relevante é que a amostra populacional presente no estádio não representa qualitativamente a população do Rio de Janeiro, muito menos pode ser usada como referência para avaliação da aprovação do governo Lula.
A evidência mais contundente do que acabo de enunciar foram os preços dos ingressos para a cerimônia de abertura do Pan, os mais baratos custavam R$ 100,00. Ou seja, a população de baixa renda, maioria em nosso estado, não pôde comparecer ao estádio.
Além disso, vale ressaltar que é de se estranhar que vaiem o presidente seguidamente e não façam o mesmo com o prefeito do Rio. Motivos para vaiar o governo César Maia não faltam, já que vivemos na cidade mais violenta e com os piores índices de educação e saúde do país.
A verdade dos números é que o governo Lula investiu R$ 1,8 bilhão no Pan, R$ 400 milhões a mais do que a prefeitura do Rio. Entretanto, o prefeito da cidade sempre insistiu na paternidade do evento. Ele deveria se preocupar com as obras superfaturadas da estrutura e com os contratos de publicidade em investigação.
O mais estúpido é a soberba da classe média do Rio. Convivo quase que diariamente com pessoas que chamam o presidente de analfabeto, incompetente e corrupto. O engraçado é que não possuem um único dado para demonstrar que o governo anterior foi melhor que esse.
É o discurso do preconceito, o repúdio pelo fato do presidente não falar inglês e não ter curso superior. As pessoas não diriam “vagabundo”, “burro” e “imbecil” para um professor como o Fernando Henrique Cardoso, sociólogo e poliglota, ou mesmo para um representante da elite nordestina como o Collor. Mas, em contrapartida, se acham no direito de chamar o presidente Lula do que bem entendem. Isso é um absurdo! Eu tenho vergonha dessa gente.
Fico com as palavras do mestre Buarque de Hollanda, quando da sua entrevista à Folha de São Paulo:
"Agora, a crítica que se faz ao PT erra a mão. Não só ao PT, mas principalmente ao Lula. Quando a oposição vem dizer que se trata do governo mais corrupto da história do Brasil, é preciso dizer 'espera aí'. Quando aquele senador tucano canastrão vai para a tribuna do Senado dizer que vai bater no Lula, dar porrada, quando chamam o Lula de vagabundo, de ignorante, aí estão errando muito a mão.
Governo mais corrupto da história? Onde está o corruptômetro? É preciso investigar. Tem que punir, sim. Mas vamos entender melhor as coisas."
Aos meus amigos,
a garra de Jade Barbosa,
Marcos André Ceciliano
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