Impactante, reflexiva e intelectualmente desafiante. Essa é a minha definição para a convenção democrata, que acaba de receber o discurso de Hillary Rodan Clinton como candidata a presidência dos EUA.
Em contraposição ao circo dos horrores da última semana, as estrelas democratas demonstraram profundo conhecimento sobre os problemas estruturais da América, sem apelar a discursos xenófobos, racistas e misogenos.
Falas apaixonadas como a de Sanders fazem com que reflitamos sobre o verdadeiro valor dos homens públicos. E mostram também como os democratas tiveram sorte com seus pré-candidatos nessas primárias.
O discurso de Michelle Obama foi realmente tocante, uma clara demonstração de gratidão e retribuição ao apoio de Hillary nos últimos oito anos. A passagem que mais emocionou o público fez referência ao fato da Casa Branca ter sido construída por escravos, sendo hoje a residência de um casal presidencial negro e suas filhas.
A família de Hillary não fez feio. Bill Clinton encantou a todos com sua história romântica e tímida, de como conheceu a jovem Hillary na Universidade e se apaixonou.
Cabendo rememorar que Clinton foi presidente num período muito difícil da economia americana, de déficit fiscal e desequilíbrio previdenciário. Fez um governo rememorável, um dos melhores do último século.
Já Michael Bloomberg deu a contribuição política mais valorosa a convenção, chamando Donald Trump de incompente, desonesto, explorador e golpista. Afinal, nada melhor do que um bilionário bem sucedido como Bloomberg para desmistificar a imagem fajuta de bom empresário de Trump.
O discurso de Hillary, apesar de mais contido, cumpriu o figurino. Aproveitando deixas dos discursantes anteriores, falou sobre recuperação da economia, combate ao terrorismo e direitos das mulheres.
Fechou a convenção com chave de ouro ao desmistificar Trump, repetindo Bloomberg, e mostrando que não há nada de grande empresário na sua trajetória, apenas charlatão.
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