O que está acontecendo em Frankfurt? O presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, anda dizendo que os aumentos de salários, advindos das barganhas de acordos coletivos na área do Euro, podem gerar um aumento das taxas de juros. Está correto! Ele está basicamente avisando aos sindicatos: “Amigos, a política monetária está em suas mãos agora!".
Trichet disse que se os sindicatos aumentarem os salários mais que 6,5%, a política de juros terá de ser revista. Sempre escutamos os tecnocratas dos BC's reclamando de deputados e senadores que tomam decisões erradas sobre taxas e gastos. Mas, essa é a primeira vez que vejo um Banco Central colocando a responsabilidade nas mãos de um pequeno grupo de não políticos.
A pergunta que fica é a seguinte: Estaria Trichet tomando parte na disputa entre trabalhadores e empregadores? Bom, se não tivesse se pronunciado, provavelmente, os salários saltariam. Por conseguinte, os juros seriam aumentados e a área de moeda comum poderia entrar em recessão.
Ao se manifestar, trouxe à discussão uma alternativa a ser considerada. Além do que, em seu domínio, os acordos coletivos voltaram a ter a força do passado, até mesmo contra a lógica macroeconomica. De certa forma, seus integrantes tem sorte, já que podem controlar o próprio destino.
Aos amigos,
Odara,
Marcos André Ceciliano
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