O grupo Votorantim, terceiro maior fabricante de celulose do país, está pagando muito caro pelo controle acionário de sua rival, a Aracruz Celulose. Ainda que o BNDES tenha financiado 40% do negócio, esqueceram de levar em conta o custo do mesmo para os acionistas minoritários.
Hoje, na Bolsa de São Paulo, as ações preferênciais da VCP, como é conhecida a empresa de celulose da Votorantin, caíram 10,40%, chegando a R$ 13,95. As preferências da Aracruz recuaram 12,77%, atingindo R$ 2,05.
Ontem, a VCP anunciou que realizará um aporte de R$ 2,71 na Aracruz, o que acarretará na tomada do controle acionário, que estava programado para ocorrer ano passado, antes da crise financeira. Nesse período, as duas empresas amargaram prejuízos substanciais por conta de operações cambiais ligadas a derivativos.
Não existem dúvidas de que a transação será onerosa aos acionistas preferências minoritários das duas empresas. E a razão para a perda de valor das PN's é simples: os investidores que possuem ações PN da VCP e da Aracruz, terão seus ativos diluídos quando estas forem convertidas em ações comuns da nova empresa. Para piorar, a VCP planeja listar a nova empresa no Novo Mercado, uma sessão da Bovespa que possui regras rígidas de governança corporativa e proíbe mais de uma classe de ações.
Em contrapartida, o acordo deve ser considerado um achado para as famílias Lorentzen e Safra, que receberão, em dinheiro, um preço por ação definido há 6 meses, antes dos prejuízos com derivativos.
A Arapar, controlada pela família Lorentzen, concordou em vender sua participação de 28% da Aracruz para a VCP. A mesma proposta foi enviada para a Arainvest, que detêm 28% das ações ordinárias da Aracruz e é controlada pela família Safra.
E o governo Lula? Quantas operações estranhas! Primeiro, o governo salvou o banco Votorantim. Agora, o BNDES financia 40% da compra da Aracruz e sai do negócio sem uma única cota de participação da nova empresa. Seria esse o nosso Bailout ao grupo Votorantim? Um tanto injusto para com o contribuinte, não acham?
Aos amigos,
fiquem longe do mercado,
Marcos André Ceciliano
6 comentários:
É verdade! Um valor absurdo... Os minoritários deveriam entrar na justiça e impedir o negócio.
Um abraço, amigo!
Ótimo texto!
Exatamente o que escreveu: transferiram o ônus dos derivativos para os minoritários. Perfeito!
Tem que ter processo! Isso não pode ficar assim.
Falou tudo! Isso é ajuda ao grupo Votorantim, ajuda descarada! As outras empresas não tiveram a mesma facilidade. E pior, o governo ajuda o banco e ainda ajuda a ferrar os minoritários.
Mandou muito bem, Marcos!
Muito injusto! Poxa... Vou apostar todas as minhas economias em uma mesa de poker e esperar um pacote de ajuda do governo brasileiro também. Será que vou receber? rs
Bravo! Bravo!
Fala do Daniel Dantas que você tanto adora. Fala!
Oi é a 1ª vez que li o teu blogue e reflecti muito!Bom Trabalho!
Até à próxima
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