Sim! Estou falando de Rachel Corrie. Sua morte ficou famosa em 2003, quando de uma matéria no New York Times. Rachel foi assassinada pelo exército de Israel, por um operador de uma Caterpillar D9R, que estava sendo utilizada para demolir casas na cidade de Rafah.
Após o acontecido, muitos membros do Capitólio questionaram o porquê de uma jovem americana de 23 anos estar na Faixa de Gaza, em uma área tão perigosa que nem mesmo a imprensa se fazia presente.
Um vídeo de Rachel, aos 10 anos de idade, é a melhor resposta a essa pergunta:
Traduzi a fala para os que não entendem inglês:
Estou aqui por outras crianças.
Estou aqui porque me importo.
Estou aqui porque existem crianças sofrendo em todos os lugares e porque 40 mil pessoas morrem diariamente de fome.
Estou aqui porque a maior parte dessas pessoas são crianças.
Nós temos que entender que os pobres estão a nossa volta e nós os estamos ignorando.
Nós temos que entender que essas mortes podem ser evitadas.
Nós temos que entender que as pessoas dos países do terceiro mundo pensam, se preocupam, sorriem e choram exatamente como nós.
Nós temos que entender que eles são nós. E nós somos eles.
Meu sonho é acabar com a fome a partir do ano 2000.
Meu sonho é dar aos pobres uma chance.
Meu sonho é salvar 40 mil pessoas que morrem diariamente.
Meu sonho pode e se tornará realidade se todos nós olharmos para o futuro e enxergarmos a luz que brilha lá.
Rachel Corrie morreu na tentativa de impedir, pacificamente, a demolição de casas humildes em uma região pobre da Faixa de Gaza. Em uma entrevista a uma rede de TV local, pouco antes de morrer, questionou o apoio dos EUA ao exército de Israel e bradou ao povo americano uma frase muito forte: "this is your tax dollars at work".
Durante o ato que resultou em sua morte, suas únicas armas eram um megafone e a retórica de sua solidariedade. Ao perceber que estava sendo ignorada pelo operador da escavadeira, deitou-se no chão para impedir o avanço da máquina sobre as casas.
Segundo relatos, as ordens do comandante ao soldado que procedia a derrubada foram claras: "passe por cima de quem estiver no caminho". Rachel não acreditou na insensatez daquele ser humano, na imprudência de sua consciência. Foi massacrada pela máquina, que passou por seu corpo várias vezes.

Rachel Corrie, como milhares de palestinos, é mais uma vítima das atrocidades cometidas pelo criminoso governo de Israel. Muito pior, é mais uma vítima do descaso da comunidade internacional pelo assunto.
Espero que Barack Obama reveja o caso Corrie, que tenha uma postura mais decente que a do Congresso Americano. Mesmo porque, até hoje, nenhum soldado do exército de Israel respondeu pelo ocorrido.
Aos amigos,
o silêncio dos inocentes,
Marcos André Ceciliano