No início de fevereiro, as ações do Bear Stearns estavam sendo negociadas a U$90,00. Hoje, o J.P. Morgan Chase as comprou por U$2,00. Dessa vez, a liquidação antecipada de uma grande instituição não passou pelas mãos de um corretor ambicioso, como no caso do banco inglês Barings. Esse é mais um típico caso de falência, derivado das perdas do subprime. Como já enunciei aqui outras vezes, há algo nisso tudo que me preocupa: a falta de bom senso. Os mercados estão se contagiando facilmente. Os corretores de Wall Street não querem assumir riscos e liquidam posições ao primeiro vestígio de problemas.
Há uma década, quando o fundo de Hedge do LTCM desmoronou, a economia americana crescia sem entraves. Ainda assim, LTCM e Bear Stearns tem algo importante em comum: ambos revelaram problemas latentes do sistema financeiro. Com aplicações em derivativos e outros títulos arriscados, tanto o fundo quanto o banco, ampliaram e afundaram suas fortunas. O Federal Reserve ajudou na venda do Bear, pela mesma razão que financiou a liquidação do LTCM: por temer que a queda dessas instituições desencadeasse a derrocada de outras.
Da noite para o dia, as operações não protegidas foram responsáveis pela queda das duas instituições. Nada disso teria acontecido se a ganância desenfreada não impedisse a precificação adequada dos riscos. Se todas as instituições financeiras americanas levassem essa lição a sério, o FED não precisaria apagar um incêndio a cada semana.
Aos amigos,
Katy Perry,
Marcos André Ceciliano
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