Estava assistindo o discurso de George W. Bush, na CNN, quando fui surpreendido por uma afirmação, no mínimo, duvidosa. O presidente atribuiu a atual turbulência da economia americana ao alto preço do petróleo no mercado internacional.
Não estou questionando os efeitos negativos dos altos preços do barril de petróleo. Mas, a pergunta que deve ser feita é: Qual a participação deles no atual estado da economia americana? Peguei minha HP12c e fiz algumas contas.
Os Estados Unidos importam algo em torno de 5 bilhões de barris de petróleo por ano. Nos últimos 12 meses, o preço nominal do barril aumentou U$40,00, aproximadamente. Em média, os EUA pagaram U$20,00 a mais por cada barril no último ano, perfazendo um total de U$100 bilhões.
Esses U$100 bilhões correspondem a uma taxa de quase 0,7%, em uma economia cuja produção é de quase U$14 trilhões. Concordo que 0,7% não é um índice para se desprezar. Ainda mais nos EUA, que está acostumado a crescer de 3,0% a 3,5% ao ano. Mas, o preço do combustível está muito longe de ser o motivo da atual recessão.
As outras causas, que o presidente americano parece negligenciar, são bem mais relevantes e desconfortáveis. A inadimplência do subprime e os problemas associados, principalmente com o mercado de crédito, são os verdadeiros vilões dessa crise. Quando os reajustes de crédito acabarem, os altos preços das comodities voltarão a patamares anteriores. Então, a economia americana crescerá como antes, a largos passos.
Aos amigos,
Bob Dylan no Rio,
Marcos André Ceciliano
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