Há muito me pergunto sobre algo: por que a Google está entrando no mercado de energia alternativa? A empresa planeja gastar bilhões de dólares tentando desenvolver combustíveis “verdes”. Parte do dinheiro será doado por apoiadores filantrópicos, mas, o bruto sairá dos cofres da gigante em tecnologia. Não é de se espantar o interesse no negócio, afinal, energia alternativa está em alta.
Mas, sinceramente, esse tipo de empreendimento não faz parte do modelo proposto pela empresa. Em Wall Street, muitos analistas dizem que os investidores estão assustados com essa tomada de decisões do corpo diretor da Google. Não sabem o que esperar dos resultados.
Há algumas décadas, os grandes negócios eram feitos com a incorporação de uma dúzia de pequenas empresas. Executivos com capacidade gerencial e organizacional aumentavam o lucro do conjunto e reduziam os riscos individuais através da diversificação do portfólio. Hoje, é comprovado que essa formula não funciona mais. Muitos conglomerados foram dissolvidos, com raras exceções. Então, a pergunta que não quer calar é: a Google está cometendo o mesmo erro? Não completamente.
Talvez, o uso de muita energia para manter seus servidores operantes, tenha lhe conferido certa experiência na parte de engenharia elétrica. Mas, desenvolver combustíveis “verdes” abrange muitos outros campos: química, física e outros tipos de engenharia. A empresa diz que contratará pessoas para realizarem esse trabalho. Ainda assim, devo perguntar: esse novo mercado aumentará a rentabilidade da empresa? Ou a Google está procurando o mesmo que outras grandes empresas, que melhoram sua imagem pública patrocinando museus de arte e apresentações de ballet?
Não podemos negar que as acusões do governo Chinês abalaram a imagem da corporação. Talvez, seja essa a forma de se redimir: mostrar um pouco de compaixão por algum problema grave do planeta. Parece que a área de energia foi a escolhida.
Aos amigos,
Antonio Carlos Jobim,
Marcos André Ceciliano
quinta-feira, novembro 29, 2007
terça-feira, novembro 13, 2007
Daniel Dantas, Flamengo e Selic.
Na Itália...
Na semana passada, duas revistas italianas (Panorama e L’Espresso) publicaram artigos sobre a operação de espionagem montada pela Telecom Italia durante a gestão de Marco Tronchetti Provera. Segundo elas, o esquema chegou ao Brasil através da cúpula italiana.
De certa forma, a notícia é bombástica. Se comprovada, mudará a condição do banqueiro Daniel Dantas, que passará a ser a vítima do caso. Incrível, não? Mas, há algo muito estranho nisso tudo: qual foi a motivação para ressuscitar o caso após tanto tempo?
Na semana anterior, VEJA e Estadão já haviam tocado no assunto. Agora, temos esses dois periódicos italianos. Há algo novo no caso ou temos alguém jogando com a imprensa para favorecer o banqueiro? Essa é a pergunta que não quer calar dessa semana.
No Rio de Janeiro...
Sérgio Cabral é genial. Anunciou hoje que vai mandar confeccionar uma taça do penta para o Flamengo, que será entregue no próximo jogo do clube no Maracanã.
Essa atitude do governador irá apimentar ainda mais a dicussão sobre o primeiro penta brasileiro. Preciso admitir que o político vascaíno é audaz: decidiu bater de frente com a CBF para ganhar a maior torcida de seu estado. Nada mais justo!
Taxa Selic...
Estou preocupado com a postura do Copom para com a taxa selic. Estão se utilizando da tese de um PIB potencial em 4% para justificar a interrupção de quedas. Segundo analistas, nos últimos meses, nossa economia tem ultrapassado o marco referido.
Quando estudei os ciclos de negócios, aprendi que diminuir as oscilações sobre o produto potencial aumentava a eficiência da economia e evitava grandes períodos recessivos. Um dos modelos mais utilizados nesse sentido foi a curva de Phillips. Friedman sempre foi contra esse artifício e pode tripudiar contra o mesmo quando ocorreu o primeiro choque do petróleo, em 1973. A partir desse momento, a curva deixou de ser válida, já que não mais retratava a realidade da economia americana.
Um dos agravantes para a situação atual é a opinião errônea de alguns analistas do mercado. Estão vendendo a teoria de que os problemas no fornecimento de gás e o alto preço do barril de petróleo são suficientes para justificar o fim das quedas, e até mesmo um aumento na taxa selic. Sinceramente, isso é besteira e só gera instabilidade econômica.
A inflação está controlada e a descoberta do poço Tupi derruba essa teoria falha sobre PIB potencial. Não temos que temer um "excessivo crescimento do PIB". Precisamos de investimentos em áreas estratégicas, para atingirmos um crescimento sustentável.
Aos amigos,
a cabeçada de Souza,
Marcos André Ceciliano
Na semana passada, duas revistas italianas (Panorama e L’Espresso) publicaram artigos sobre a operação de espionagem montada pela Telecom Italia durante a gestão de Marco Tronchetti Provera. Segundo elas, o esquema chegou ao Brasil através da cúpula italiana.
De certa forma, a notícia é bombástica. Se comprovada, mudará a condição do banqueiro Daniel Dantas, que passará a ser a vítima do caso. Incrível, não? Mas, há algo muito estranho nisso tudo: qual foi a motivação para ressuscitar o caso após tanto tempo?
Na semana anterior, VEJA e Estadão já haviam tocado no assunto. Agora, temos esses dois periódicos italianos. Há algo novo no caso ou temos alguém jogando com a imprensa para favorecer o banqueiro? Essa é a pergunta que não quer calar dessa semana.
No Rio de Janeiro...
Sérgio Cabral é genial. Anunciou hoje que vai mandar confeccionar uma taça do penta para o Flamengo, que será entregue no próximo jogo do clube no Maracanã.
Essa atitude do governador irá apimentar ainda mais a dicussão sobre o primeiro penta brasileiro. Preciso admitir que o político vascaíno é audaz: decidiu bater de frente com a CBF para ganhar a maior torcida de seu estado. Nada mais justo!
Taxa Selic...
Estou preocupado com a postura do Copom para com a taxa selic. Estão se utilizando da tese de um PIB potencial em 4% para justificar a interrupção de quedas. Segundo analistas, nos últimos meses, nossa economia tem ultrapassado o marco referido.
Quando estudei os ciclos de negócios, aprendi que diminuir as oscilações sobre o produto potencial aumentava a eficiência da economia e evitava grandes períodos recessivos. Um dos modelos mais utilizados nesse sentido foi a curva de Phillips. Friedman sempre foi contra esse artifício e pode tripudiar contra o mesmo quando ocorreu o primeiro choque do petróleo, em 1973. A partir desse momento, a curva deixou de ser válida, já que não mais retratava a realidade da economia americana.
Um dos agravantes para a situação atual é a opinião errônea de alguns analistas do mercado. Estão vendendo a teoria de que os problemas no fornecimento de gás e o alto preço do barril de petróleo são suficientes para justificar o fim das quedas, e até mesmo um aumento na taxa selic. Sinceramente, isso é besteira e só gera instabilidade econômica.
A inflação está controlada e a descoberta do poço Tupi derruba essa teoria falha sobre PIB potencial. Não temos que temer um "excessivo crescimento do PIB". Precisamos de investimentos em áreas estratégicas, para atingirmos um crescimento sustentável.
Aos amigos,
a cabeçada de Souza,
Marcos André Ceciliano
quinta-feira, novembro 01, 2007
A podre justiça dos Emirados Árabes...
Acabo de ler uma notícia chocante na edição de hoje do The New York Times. Algo que nos faz refletir sobre as constituições e códigos penais dos países que compõem o Oriente Médio.
Alexandre Robert, um francês de 15 anos, passava um verão tranquilo em um paraíso turístico do Golfo Pérsico, quando algo abominável aconteceu.
Era dia da bastilha, Alex e um amigo escolheram uma praia para passar o dia. Após o pôr-do-sol, ele estava a caminho de um jantar, onde encontraria seu pai. Foi quando encontrou um nativo de 17 anos, que lhe ofereceu carona. No carro, segundo o nativo, estavam dois primos.
Existiam, de fato, dois homens no carro, um de 35 e outro de 18 anos. Alex percebeu algo estranho quando viu que o levavam por um atalho escuro no deserto, perto de uma usina de energia. Roubaram seu telefone, e colocaram uma faca em seu pescoço, o ameaçaram dizendo que matariam sua família se ele contasse algo do que iria acontecer.
Em seguida, retiraram sua calça e o sodomizaram, no banco de trás do carro. Após todo o ato, o deixaram em frente a um hotel de luxo em Dubai.
Infelizmente, Alex e sua família aprenderam que o status de mundo Árabe desenvolvido, moderno e sadio, esconde um sistema criminal que discrimina homossexuais e estrangeiros.
As autoridades desencorajaram Alex a registrar queixa, disseram os diplomatas franceses. Pior, ainda levantaram a possibilidade de apresentar acusações contra ele por atividade homossexual. O mais grave é que não avisaram seus pais sobre a condição de HIV positivo de um dos criminosos. O exame foi feito quando ele estava na cadeia.
“Tentaram abafar a história”, disse Alex por telefone, da Suíça. O rapaz ainda teme ter de cumprir pena por atividade homossexual. “Eles dizem que construíram as maiores torres, que tem os melhores hotéis. Mas, eles escondem a realidade. Eles não querem que o mundo saiba que ainda vivem na idade média.”
Alex e seus país disseram que decidiram tornar a história pública com a esperança de que as autoridades fossem pressionadas a processar os acusados.
A lei dos Emirados Árabes Unidos não reconhece o estupro de homens, apenas um crime chamado "homossexualidade forçada". Os dois adultos acusados se apresentaram como inocentes, embora exames tenham comprovado a existência de esperma dos três em Alex. Eles irão a julgamento em 7 de novembro. Entretanto, de acordo com a justiça daquele país, a sentença para esse tipo de crime não ultrapassa 2 anos.
Até quando permitiremos que sociedades assim perpetuem sistemas discriminatórios e retrógrados? Essa é a pergunta que reside.
Aos amigos,
a comune di Paola,
Marcos André Ceciliano
Alexandre Robert, um francês de 15 anos, passava um verão tranquilo em um paraíso turístico do Golfo Pérsico, quando algo abominável aconteceu.
Era dia da bastilha, Alex e um amigo escolheram uma praia para passar o dia. Após o pôr-do-sol, ele estava a caminho de um jantar, onde encontraria seu pai. Foi quando encontrou um nativo de 17 anos, que lhe ofereceu carona. No carro, segundo o nativo, estavam dois primos.
Existiam, de fato, dois homens no carro, um de 35 e outro de 18 anos. Alex percebeu algo estranho quando viu que o levavam por um atalho escuro no deserto, perto de uma usina de energia. Roubaram seu telefone, e colocaram uma faca em seu pescoço, o ameaçaram dizendo que matariam sua família se ele contasse algo do que iria acontecer.
Em seguida, retiraram sua calça e o sodomizaram, no banco de trás do carro. Após todo o ato, o deixaram em frente a um hotel de luxo em Dubai.
Infelizmente, Alex e sua família aprenderam que o status de mundo Árabe desenvolvido, moderno e sadio, esconde um sistema criminal que discrimina homossexuais e estrangeiros.
As autoridades desencorajaram Alex a registrar queixa, disseram os diplomatas franceses. Pior, ainda levantaram a possibilidade de apresentar acusações contra ele por atividade homossexual. O mais grave é que não avisaram seus pais sobre a condição de HIV positivo de um dos criminosos. O exame foi feito quando ele estava na cadeia.
“Tentaram abafar a história”, disse Alex por telefone, da Suíça. O rapaz ainda teme ter de cumprir pena por atividade homossexual. “Eles dizem que construíram as maiores torres, que tem os melhores hotéis. Mas, eles escondem a realidade. Eles não querem que o mundo saiba que ainda vivem na idade média.”
Alex e seus país disseram que decidiram tornar a história pública com a esperança de que as autoridades fossem pressionadas a processar os acusados.
A lei dos Emirados Árabes Unidos não reconhece o estupro de homens, apenas um crime chamado "homossexualidade forçada". Os dois adultos acusados se apresentaram como inocentes, embora exames tenham comprovado a existência de esperma dos três em Alex. Eles irão a julgamento em 7 de novembro. Entretanto, de acordo com a justiça daquele país, a sentença para esse tipo de crime não ultrapassa 2 anos.
Até quando permitiremos que sociedades assim perpetuem sistemas discriminatórios e retrógrados? Essa é a pergunta que reside.
Aos amigos,
a comune di Paola,
Marcos André Ceciliano
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