A terça foi surpreendente. Estava assistindo o Big Brother e algo me chamou a atenção. Pedro Bial recitou um trecho do poema "Juca Mulato", de Menotti Del Picchia. Fiquei impressionado!
Já conhecia a paixão do apresentador pela literatura, evidenciada em alguns programas da Globonews. Mas, será que Pedro Bial está lendo Menotti atualmente? E o público, sabe quem foi Menotti? Provavelmente, não. Que pena!
Ainda no segundo grau, no Cap da UFRRJ, fiquei encantado ao ler um de seus romances, "O homem e a morte". Menotti é um desses gênios que o Brasil esqueceu, mais uma vítima do descaso costumeiro a que toda a cultura brasileira sofre.
Bom, uma coisa é certa: Bial escolheu uma de suas obras mais surpreendentes. Entretanto, após a leitura, restou um vazio. Talvez, porque a passagem, muito curta, não traduza o universo do poema. Cito meu trecho favorito abaixo:
Juca Mulato cisma. Olha a lua e estremece.
Dentro dele um desejo abre-se em flor e cresce
e ele pensa, ao sentir esses sonhos ignotos,
que a alma é como uma planta, os sonhos como os brotos,
vão rebentando nela e se abrindo em floradas...
Franjam de ouro, o ocidente, as chamas das queimadas,
Mal se pode conter de inquieto e satisfeito.
Advinha que tem qualquer coisa no peito
e às promessas do amor a alma escancara ansiado
como os áureos portais de um palácio encantado!...
A verdade, é que espero ansioso pelo dia em que aprenderemos a valorizar a genialidade de nossos pintores, escritores, músicos, poetas...
Porque o Brasil é maior do que os bairros nobres, os shoppings da Barra e as novelas da Globo. Temos que aprender a respeitar a diversidade de nossa gente para transformarmos nosso país na potência com que sonhamos.
Aos amigos,
uma personagem de Scooby Doo,
Marcos André Ceciliano